Catarina Reis
Catarina Reis
27 Out, 2020 - 17:10

O subemprego no contexto atual

Catarina Reis

Conheça tudo sobre o subemprego, o que é, o que significa subemprego, o que implica este conceito, quais as suas características.

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Tal como acontece com o desemprego, o subemprego é um termo que surge não raras vezes associado a momentos de saúde precária da economia. 

Numa altura em que a pandemia ameaça desestabilizar o mundo do trabalho um pouco por todo o mundo, eis que a ideia de subemprego volta a emergir. 

O que se entende por subemprego?

Estar em situação de subemprego significa que o trabalhador está empregado, mas desempenha um cargo ou uma função inferior à que deveria desempenhar, tendo em conta as suas habilitações, a sua formação, a sua experiência, ou outros.

Como resultado, alguém que se encontra na situação de subemprego poderá receber um salário inferior ao que seria suposto. O prestígio ou importância do cargo que ocupa também não é compatível com as suas credenciais.

A razão para esta situação de subemprego se desencadear é normalmente por fatores externos. Fenómenos sociais como as crises económicas, tal como a que estamos a vivenciar neste momento com a pandemia, formam os ingredientes para que este contexto se desenrole para muitos trabalhadores.

Um exemplo: a Joana é formada em arquitetura paisagística, tem talento para conceber edifícios de raiz com alto grau de inovação, e trabalha numa empresa onde apenas faz vistoria de plantas de edifícios e trabalho mais genérico de escritório. Como se não bastasse, tem um horário em part-time, ao contrário da sua disponibilidade, que seria para trabalhar a tempo inteiro.

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Trabalhar num horário reduzido é subemprego

A noção de subemprego não se resume apenas ao que mencionamos anteriormente. Basta que o trabalhador assista a uma redução do seu período de trabalho para que se possa considerar como estando numa situação destas.

Trabalhar em part-time pode ser sinónimo de subemprego?

Sim. Se o trabalhador tem disponibilidade e vontade de desempenhar um horário completo e não lhe é concedida essa possibilidade, isso poderá ser considerado como subemprego.

Subemprego e a precariedade entre a população de trabalhadores jovens

O subemprego acontece muitas vezes aos jovens, que, por força de desejarem integrar o mercado de trabalho, aceitam muitas vezes trabalhar em condições que não se coadunam com a sua formação, e muitas empresas aproveitam-se disso para obterem o tipo de mão de obra que para elas é mais conveniente.

Consequências do subemprego

De entre as consequência de se estar nesta situação, como em outras situações de precariedade, contam-se para os próprios trabalhadores a instabilidade de planeamento familiar, concretamente a natalidade, além da insegurança económica.

Para o lado do Estado, as consequências negativas passam por trazer menos receitas para a segurança social, além de um gasto de recursos e despesas relativamente a produzir políticas e medidas que combatam o subemprego.

O perfil dos trabalhadores em subemprego

É muito comum encontrarmos jovens à procura do primeiro emprego, desejosos por conseguirem entrar no mercado de trabalho a todo o custo, que aceitam trabalhos inferiores com o objetivo de progredirem na carreira mais tarde.

Também as pessoas que se encontram em situação de desemprego por demasiado tempo acabam por encaixar neste perfil, uma vez que acabam por querer agarrar a primeira oportunidade que lhes aparece.

Com a pandemia e o recurso generalizado do teletrabalho: isto é considerado subemprego?

Não necessariamente, pelo menos por si só, pois os direitos do trabalhador em teletrabalho mantêm-se. 

Diferença entre subemprego e desemprego

Enquanto estar desempregado implica não estar a desempenhar qualquer atividade profissional, já a noção de subemprego leva-nos para uma espécie de meio caminho entre o estar empregado e o estar desempregado. o trabalhador está empregado, mas num cargo inferior ao das suas competências.

Embora o risco de desemprego seja o mais falado e o mais temido em tempos de crises económicas, por razões óbvias, já o subemprego acaba por ser encarado muitas vezes como um mal menor, uma vez que muitos trabalhadores preferem sacrificar o seu salário e as suas funções, ao invés de ficarem no desemprego.

Tanto o subemprego como o desemprego são uma consequência inevitável da crise instaurada devido à pandemia, especialmente para muitas indústrias que dependem da circulação de pessoas. Estamos a falar de indústrias como o turismo, que de um momento para o outro, tiveram que reduzir em grau elevado a sua atividade para níveis que se julgavam impensáveis, tendo em conta a saúde deste setor até há bem pouco tempo.

O desemprego acaba por ser muito mais falado e discutido, deixando o subemprego um pouco para o esquecimento. A prova disso é que os números do desemprego fazem parte de qualquer agenda política, e são constantemente alvo de inúmeros estudos.

Nestes casos os níveis de desemprego e o subemprego só não foram catastróficos devido às medidas que foram tomadas pelo governo de apoio excecional, como o layoff.

Conclusão

Resumidamente, o subemprego surge quando por qualquer razão os trabalhadores no ativo não conseguem alcançar o nível profissional que as suas qualificações merecem, não necessariamente por serem subestimadas, mas devido a razões inerentes ao momento do mercado de trabalho.

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