Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
26 Jan, 2024 - 14:02

Varizes pélvicas: o que são, sintomas e causas associadas

Catarina Milheiro

As varizes pélvicas afetam cerca de 30% das mulheres e não têm cura, mas podem ser tratadas. Saiba identificar os sintomas.

Apesar de ser um problema desconhecido por muitas mulheres, as varizes pélvicas existem e não são raros os diagnósticos – estima-se que a condição afete cerca de 30% da população feminina.

Talvez por ser um tema pouco falado, as pacientes acabam por desconhecer os sintomas e passam a acreditar que o desconforto que sentem na região pélvica é normal até certo ponto.

Para além disso, os sintomas das varizes pélvicas podem ser confundidos, muitas vezes, com os de gastrite, endometriose ou dores menstruais, até.

Para que fique devidamente informada, explicamos o que são, quais as suas causas e os sintomas que estão associados. Fique connosco.

Tudo sobre varizes pélvicas

Todos nós já ouvimos falar sobre varizes. Mas e se lhe dissermos que existem varizes pélvicas, sabe o que são? A verdade é que por não ser um tema muito conhecido entre a população, é importante que se informe devidamente a fim de prevenir um cenário pior.

O que são?

As varizes pélvicas são veias dilatadas que aparecem principalmente na mulher. Afetam o útero, mas também podem afetar as trompas de Falópio ou os ovários.

Apesar de serem mais frequentes na população feminina, as varizes pélvicas também podem surgir nos homens. Nestes casos, localizam-se principalmente nos testículos.

Para além disto, importa ainda referir que as mesmas não têm qualquer tipo de cura associada. No entanto, quando existem sintomas, estes podem ser controlados através da medicação ou com a embolização.

A embolização é um procedimento que consiste em inserir um cateter muito fino pela veia até ao local da veia inchada. Através do cateter é libertada uma substância que diminui a variz e aumenta a força das paredes das veias.

As varizes pélvicas femininas são também conhecidas por síndrome de congestão venosa pélvica. O que significa que este síndrome, reúne um conjunto de sinais e sintomas (desde a dor pélvica, sensação de peso pélvico, varizes na vagina, coxas e vulva ou dor durante o ato sexual) que estão associados à presença de veias dilatadas na região.

Por sua vez, este tipo de veias dilatadas, fazem com que o sangue venoso fique acumulado na região pélvica, levando à congestão venosa pélvica.

Que tipo de causas estão relacionadas com o seu aparecimento?

Quanto às causas, saiba que as varizes pélvicas podem aparecer apenas devido a fatores genéticos. Contudo, são mais comuns depois da gravidez – já que o corpo necessita de fazer a dilatação das veias nessa região a fim de transportar o sangue imprescindível para a gestação.

Para além disto, as hormonas que são produzidas ao longo da gravidez também contribuem para a dilatação de todas as veias do corpo da mulher.

Por consequência, as válvulas que estão no interior das veias pélvicas deixam de funcionar fazendo com que o sangue venoso se acumule nas veias da pélvis. O resultado é o aumento das veias na região – ou seja, varizes.

Outro aspeto importante de ressaltar sobre as causas deste tipo de varizes, é ainda o facto de que elas podem resultar de patologias que originem a congestão venosa secundária, fatores hormonais, anomalias anatómicas obstrutivas ou ainda cirurgias pélvicas.

As varizes pélvicas podem ser perigosas para a nossa saúde?

Por norma, não constituem um perigo para a nossa saúde. Contudo, continua a existir um risco muito reduzido de formação de coágulos no interior dessas veias ou varizes.

Quando se dá esse tipo de formação, os coágulos podem ser transportados até aos pulmões e causar uma embolia pulmonar – uma situação bastante grave e que deve ser tratada no momento imediato da deteção.

Quais são os sintomas do aparecimento de varizes pélvicas?

Normalmente, este tipo de varizes não costumam causar nenhum tipo de sintoma. No entanto, algumas mulheres podem apresentar os seguintes sintomas:

  • dor abdominal;
  • sensação de peso na região íntima;
  • varizes visíveis a olho nu na região da vagina, glúteos ou coxas;
  • aumento da menstruação;
  • dor durante o ato sexual;
  • incontinência urinária.

Quando se verifica a existência de sintomas, saiba que os mesmos podem melhorar quando a pessoa se encontra deitada ou sentada. Afinal, o sangue tem uma maior facilidade para voltar ao coração. Contudo, são várias as mulheres que afirmam ter uma dor que está quase sempre presente.

Como é feito o diagnóstico?

Se suspeita de que pode ter varizes pélvicas, seja porque as consegue ver ou porque tem dores associadas, deverá consultar o seu ginecologista.

Por norma, o médico faz o diagnóstico das dores pélvicas através de alguns exames, tais como: ressonância magnética, ecografia com doppler ou tomografia abdominal ou pélvica, por exemplo.

Além disso, as varizes pélvicas são observadas principalmente em mulheres de meia idade, que têm queixas de dor pélvica crónica que piora com os esforços e posições do corpo. Muitas vezes, está associada a queixas de dor durante as relações sexuais ou até mesmo durante a menstruação.

Apesar disto, saiba que várias mulheres podem apresentar dores crónicas e não terem necessariamente varizes pélvicas. Em caso de dúvida, o ideal é conversar com o seu médico e marcar uma consulta de rotina.

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