A Amazon está a trabalhar numa plataforma de vendas online secundária para competir com os preços extremamente baixos do retalhista chinês Temu. Esta informação surgiu a partir de documentação interna enviada aos comerciantes da Amazon, detalhando alguns dos limites de preço para esta nova loja online.
De acordo com as informações disponíveis, os preços estarão limitados, por categoria de produtos, sendo enviados a partir do centro de distribuição em Guangdong, na China. As encomendas feitas nesta loja poderão ter prazos de envio mais longos, entre nove e 11 dias, mas com as taxas de envio cobradas aos vendedores a serem mais baixas.
Esta nova plataforma da Amazon marca uma estratégia muito diferente da habitual na empresa norte-americana e está mais em linha com a política de preços seguida pelo Temu, que foi lançado em 2022.
Em apenas dois anos, a plataforma de comércio eletrónico de baixo custo ganhou uma reputação por vender artigos de qualidade duvidosa, além de levantar questões sobre o uso de trabalho “forçado”. Mas o sucesso é indesmentível.
Dor de cabeça da Amazon: Temu sempre a crescer
Pertencente ao gigante chinês PDD Holdings, que também controla o popular Pinduoduo, a Temu foi criada com o objetivo de oferecer uma experiência de compras centrada em preços extremamente baixos, direcionada principalmente para o mercado internacional.
A plataforma ganhou popularidade ao adotar uma estratégia agressiva de preços, disponibilizando uma vasta gama de produtos, desde roupas e acessórios até produtos tecnológicos e eletrodomésticos, a preços que muitas vezes parecem irrealistas.
Esta política de preços super baixos, aliada a campanhas promocionais massivas e ao uso intensivo de publicidade em redes sociais e plataformas digitais, contribuiu para que a Temu ganhasse uma base de utilizadores crescente em países como os Estados Unidos, Canadá e várias nações europeias.
Um dos fatores que a distingue é o seu modelo de negócio baseado em grandes volumes de vendas a preços muito reduzidos, o que a coloca em competição direta com outras plataformas como Shein e Aliexpress.
A Temu beneficia das vastas cadeias de fornecimento e de produção de baixo custo na China, o que lhe permite oferecer produtos a preços muito inferiores aos praticados pelas lojas de retalho tradicionais ou até por outras plataformas de e-commerce.
Polémicas não desaparecem
No entanto, a Temu não tem estado isenta de controvérsias. A qualidade dos produtos oferecidos é frequentemente criticada por consumidores, com muitos a relatarem a má qualidade dos artigos recebidos, tempos de entrega excessivamente longos e dificuldades no processo de devolução.
Além disso, a plataforma tem sido alvo de investigações e acusações relativas ao uso de práticas de trabalho forçado nas suas cadeias de produção, o que levanta preocupações éticas em torno dos produtos que disponibiliza.
Ainda assim, a Temu continua a crescer rapidamente, explorando um nicho de mercado onde a procura por produtos a preços ultracompetitivos é elevada.
A sua rápida ascensão no mundo do e-commerce reflete o apetite dos consumidores por plataformas que oferecem uma vasta gama de produtos a preços acessíveis. É aqui que a Amazon quer entrar, no sentido de recuperar um trono que foi seu durante largos anos.