Olga Teixeira
Olga Teixeira
23 Jun, 2021 - 18:19

6 ideias a pôr em prática para um consumo sustentável

Olga Teixeira

O consumo sustentável não é só uma tendência. É a forma de garantirmos o futuro das próximas gerações. Saiba o que pode fazer para pô-lo em prática.

Consumo sustentável

Poderá a forma como consumimos mudar o mundo? Será que o consumo sustentável é apenas uma moda passageira ou, por outro lado, será a única forma de salvar o planeta e garantir o futuro das gerações mais novas?

Os alertas sucedem-se todos os dias: alterações climáticas, degelo dos glaciares, plástico que destrói os oceanos e a vida marinha, ilhas de lixo no mar, comida que se estraga sem ser consumida.

As imagens não são bonitas, o panorama pode parecer aterrador, mas é esta a realidade em que vivemos e que tornar-se ainda mais assustadora. A boa notícia é que, com os nossos comportamentos, podemos contribuir para que algo mude.

O consumo sustentável é uma das melhores formas de cada um de nós fazer a sua parte para preservar um planeta cujos recursos não são inesgotáveis. O ponto de partida pode ser consumir menos, pensar antes de comprar, partilhar, reutilizar, poupar.

No entanto, é difícil viver sem consumir. Todos precisamos de água, alimentos, luz e roupa para viver, mas o segredo está na forma como usamos cada uma destas coisas e, sobretudo, no modo como podemos evitar o desperdício.

Como adotar um consumo sustentável: 6 formas

Ser mais consciente na forma como consumimos é simples e bastam pequenos gestos diários, que devem ser ensinados aos mais novos.

Para adotar um consumo sustentável não precisa de mudar de vida nem de viver com o que a natureza lhe dá. Veja as nossas sugestões e tente implementar algumas no seu dia a dia.

1

Reciclar

Comecemos justamente pelo fim, o local onde todos os produtos acabam por ir parar: o lixo. Dados da Agência Portuguesa do Ambiente mostram que, em 2019, foram produzidas em Portugal continental 5,281 milhões de toneladas de resíduos urbanos, um aumento de 1% em relação a 2018. Os dados de 2020 ainda não foram disponibilizados.

Para termos uma ideia, isto é o mesmo que dizer que, durante todo o ano, cada habitante de Portugal continental produziu 511 quilos de lixo, o equivalente a 1,40 quilos por dia.

O mais grave é que foram enviados para aterro cerca de 58% dos resíduos, ou seja, mais de metade do lixo não é reciclado, não por não ser passível de reciclagem ou por falta de pontos de recolha. Simplesmente porque as pessoas não quiseram, revela a instituição.

Um consumo sustentável levará a que seja produzido menos lixo, mas implica também que aquele que é produzido possa ser reciclado.

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Consumir menos plástico

E, quando se fala em lixo e em ambiente, o plástico aparece como “inimigo público número um”. O facto de os sacos entregues nos supermercados passarem a ser pagos ajudou a mudar hábitos, mas há ainda muito por fazer.

Leis que têm como objetivo reduzir o consumo de plástico, sobretudo o de utilização única, estão em discussão pública e, ao que parece, já a partir do dia 1 de julho deste ano deverá deixar de ser possível colocar no mercado artigos como cotonetes, talheres, pratos ou palhinhas de plástico.

Com certeza que, nos próximos anos, levarão a uma alteração de comportamentos por parte dos comerciantes e estabelecimentos de restauração e, consequentemente, do consumidor.

Já a lei 77/2019, de 2 de setembro, vem trazer novas regras que vão mudar a forma como fazemos compras de produtos frescos, obrigando à disponibilização de alternativas à utilização de sacos de plástico ultraleves e de cuvetes em plástico nos pontos de venda de pão, frutas e legumes.

Os cestos de verga, os sacos de pano ou de rede ou as embalagens de papel são já uma alternativa usada por muitas pessoas quando vão às compras e a tendência é que o hábito de colocar a fruta em sacos de plástico venha a desaparecer.

Preferir embalagens biodegradáveis ou comprar produtos a granel são outras formas de ter um consumo sustentável e de comprar de forma consciente.

O consumo sustentável passa também por não comprar mais alimentos do que precisa, evitando que estes acabem no lixo.

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3

Poupar água e luz

É uma prática de consumo sustentável que é, também, amiga da sua carteira.

Apagar a luz quando saímos de uma divisão, usar lâmpadas com menos consumo, aproveitar a luz solar, não deixar equipamentos em stand by ou escolher eletrodomésticos com melhor eficiência energética são algumas das formas de economizar energia.

E, no que respeita à água, os pequenos gestos do dia a dia são igualmente importantes para o ambiente e para diminuir as contas ao fim do mês. Fechar a água no duche ou ao lavar os dentes, reutilizar água para regar plantas e estar atento a eventuais fugas são formas simples de adotar o consumo sustentável deste bem tão precioso.

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4

Mover-se de forma sustentável

Ao deixar o carro em casa em pequenas deslocações ou ao partilhar a viagem para o emprego com outros colegas estará a gastar menos dinheiro em combustível e a contribuir para reduzir a poluição.

Andar a pé ou de bicicleta é uma excelente forma de fazer exercício e, com isso, de ter uma vida mais saudável.

Usar os transportes públicos, sempre que seja possível, é igualmente uma medida amiga da sua carteira e que o ambiente agradece.

5

Ter menos roupa, mas com mais qualidade

O consumo sustentável implica comprar menos, mas isso não significa que deixe de ter o que precisa. A questão é: será que precisa mesmo de toda a roupa e sapatos que compra?

E, caso seja mesmo necessário, não será melhor optar por mais caro, mas com mais qualidade e durabilidade? E porque não descobrir marcas que apostam na sustentabilidade?

Além de comprar menos, pode reciclar a sua roupa. Seja literalmente – colocando-a em contentores próprios – seja adaptando as peças através de pequenos arranjos de costura.

Além disso, pode doá-la a instituições, vendê-la em feiras de artigos usados ou, no caso da roupa dos mais pequenos, retomar o hábito de fazer com que a mesma peça possa passar para os irmãos ou primos mais novos.

6

Reparar em vez de comprar

Podemos estar a falar de sapatos ou de frigoríficos. O princípio é o mesmo: antes de comprar algo novo, tente perceber se é possível reparar o que se estragou.

Nem sempre é necessário adquirir algo novo quando as reparações são simples e bastante mais económicas. Por vezes, basta substituir ou ajustar uma pequena peça para evitar que um eletrodoméstico acabe no lixo.

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