Se é subscritor de seguros, sejam eles de vida, de habitação, automóvel ou outros, certamente já lhe falaram do sistema bónus/malus (ou somente do sistema de bónus, que é o mais popular). Mas sabe, realmente, como funciona este sistema e qual o impacto que exerce na conta que vai pagar no final do ano?
Conhecer o funcionamento dos seguros é essencial para não ficar a perder quando o pior acontece. Fique a par de tudo o que interessa e tire o máximo proveito até na adversidade.
O sistema bónus/malus

O sistema de bónus/malus é um sistema binário de valorização ou desvalorização de um prémio de seguro em função da ocorrência ou da ausência de sinistros.
Quando se fala em bónus, significa que a anuidade do seguro vai baixar, ou seja, fica mais barata para o tomador do seguro; quando se fala em malus, a anuidade do seguro sobe e fica mais cara.
Quando se aplica um bónus ou malus?
O bónus ou malus é sempre aplicado à anuidade seguinte. Assim, no caso de haver lugar a bonificação ou agravamento do seguro, só vai sentir a diferença, quando for renovar a cobertura.
Note, ainda assim, que este sistema se aplica apenas a coberturas específicas e não obrigatoriamente ao seguro todo. Isto significa que, independentemente de o seu seguro valorizar ou desvalorizar, pode sentir pouco impacto no prémio, se a cobertura afetada representar uma percentagem baixa do total da anuidade.
O que influencia o bónus/malus?

Tanto a bonificação como o agravamento do prémio de seguro são consequências do comportamento do próprio segurado e da responsabilidade assumida pela seguradora.
Entenda os seguros como um negócio de risco: se um segurado automóvel, por exemplo, nunca tiver acidentes, a seguradora pode fazer-lhe um preço mais baixo porque sabe que a probabilidade de vir a ter de pagar indemnizações é baixa. Por outro lado, se o mesmo segurado tiver no registo muitos acidentes, a seguradora não vai querer fazer preços baixos, porque se tiver de pagar indemnizações vai perder lucro.
O segurado pode, no entanto, influenciar o sistema de bónus/malus, na medida em que recorra ou não à seguradora para pagar as despesas de determinada ocorrência, como veremos mais à frente.
E se o sinistro não tiver sido culpa sua?
O sistema de bónus/malus não depende diretamente do grau de culpa, mas sim das responsabilidades assumidas pela sua seguradora.
Assim, se tiver um acidente de carro e a culpa não tiver sido sua, as indemnizações terão de ser pagas pela seguradora do responsável pelo sinistro. Uma vez que, do seu lado, não houve necessidade de indemnizar ninguém, a sua seguradora não vai aplicar-lhe malus na anuidade.
Por outro lado, se uma árvore cair em cima do seu carro e tiver um seguro com cobertura de danos próprios, provavelmente vai sofrer uma penalização (malus), porque apesar de não ter tido culpa pela queda da árvore, teve de recorrer à sua seguradora para pagar o conserto do carro.
Há forma de controlar o sistema bónus/malus?

Não é bem uma forma de controlar o sistema bónus/malus, mas antes de escapar a penalizações quando elas sejam muito pesadas.
A verdade é que não é obrigado a comunicar à seguradora todos os sinistros que teve. Só tem de o fazer se precisar de dinheiro para pagar os arranjos e as indemnizações. Isto quer dizer que, quando o estrago é pequeno, pode compensar-lhe pagar tudo do próprio bolso.
Imagine, por exemplo, que parte o farolim do carro a alguém. Pode pedir à sua seguradora que assuma a responsabilidade e pague o farolim ao outro condutor, mas já sabe que vai sofrer um agravamento da anuidade. Ora, valerá mesmo a pena pagar mais 50 euros por ano durante os próximos três ou quatro anos por causa de um farolim que custa 20 euros?
Antes de ativar o seu seguro, faça as contas. Pode não compensar pedir ajuda à seguradora.
Como se calcula o bónus/malus
Não é um documento para o qual as seguradoras (ou os mediadores) costumem chamar a atenção dos tomadores de seguros, mas ele existe: a tabela de bónus/malus faz parte do contrato de seguro e determina as fórmulas de cálculo da valorização e desvalorização do prémio anual.
É importante que consulte essa tabela no momento da contratação para que, em caso de necessidade, consiga facilmente perceber como deve agir.
Veja também:
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- Seguro multirriscos: o que é e para que serve