Ekonomista
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19 Nov, 2020 - 11:35

Vale a pena comprar um carro elétrico usado?

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Saiba o que deve ter em atenção antes de procurar um modelo elétrico no mercado de segunda mão. Será que compensa realmente?

Carro elétrico

O preço dos carros elétricos ainda é um entrave, sobretudo se for um cliente particular, e com o surgimento de mais modelos, o mercado de segunda mão começa também ele a tornar-se cada vez mais apelativo.

Apesar dos primeiros carros elétricos terem surgido ainda no século XIX, só muito recentemente se começaram a revelar uma verdadeira alternativa aos veículos a combustão, e mesmo assim, por vários fatores, tardam a afirmar-se como a derradeira solução.

Existe ainda muita relutância no que toca a carros elétricos. Sobre a manutenção destes, mas sobretudo, sobre a sua fiabilidade a médio/longo prazo, sendo recorrentes as questões sobre se valerá a pena comprar um carro elétrico usado.

Não há dúvida que, se o tema é mobilidade urbana, os carros elétricos são, hoje em dia, provavelmente a melhor solução. E ao contrário dos automóveis com motores a gasóleo ou gasolina, quanto maior for a percentagem de trajetos urbanos, menor será o desgaste de um carro elétrico.

Com todas as suas vantagens e desvantagens, os carros elétricos estão cada vez mais em voga, e no capítulo financeiro, compensará sempre encontrar o modelo dos seus sonhos no mercado de segunda mão.

No entanto, existem alguns pontos que deve ter em conta antes de avançar para a aquisição. Saiba neste artigo quais os aspetos que deve considerar antes de comprar um carro elétrico usado.

Carro elétrico usado: o que deve ter em conta antes de comprar

carros eletricos

Bateria

A questão da bateria é sempre aquela que mais inquieta quem procura um carro elétrico usado.

Tal como o seu smartphone ou qualquer outro aparelho eletrónico, as baterias dos carros elétricos tendem a ficar “viciadas” com a utilização e com o passar do tempo, acabando assim por perder a sua capacidade.

Como o sobreaquecimento é um dos principais fatores que propiciam o desgaste rápido das baterias, um carro elétrico acaba por “sofrer” mais durante a utilização em estrada “aberta” do que em ambiente urbano.

Por isso, antes de comprar um carro elétrico usado, deve sempre tentar saber qual o historial do automóvel e em que tipo de ambientes este foi utilizado.

Apesar de alguns carros elétricos hoje em dia já conseguirem fazer sem quaisquer restrições uma viagem entre o Porto e Lisboa, a grande generalidade dos automóveis elétricos que encontramos à venda em segunda mão, enquanto novos, não tinham autonomias superiores a 300km.

Saiba também de antemão que é possível consultar o estado da bateria no computador de bordo da grande maioria dos carros elétricos.

Uma bateria de 24 kWh vai permitir-lhe ter uma autonomia entre 80 e 130km, ao passo que uma bateria de 40 kWh alargará as distâncias percorridas até aos 200 ou 280km.

O Nissan Leaf, que está equipado com baterias de capacidades semelhantes a estas referidas, ao fim de 4 anos de utilização, terá perdido, em condições normais, entre 20% a 30% da capacidade da sua bateria, o que significa que será capaz de percorrer “apenas”, no máximo, 200km.

Outro dos aspetos que deve considerar no caso dos carros elétricos usados é que, eventualmente, algum dia terá de efetuar a substituição total das baterias. Fique sabendo que neste caso, o custo total da operação variará entre os 5000€ e os 7000€.

Desgaste dos componentes mecânicos

carros eletricos

Como os carros elétricos nos convidam a ter uma condução mais poupada a fim de prolongar os valores da autonomia, é possível encontrar carros elétricos usados com suspensões, travões e pneus em condições impecáveis.

Além disso, como os motores dos carros eléctricos contemplam menos partes móveis do que um carro “convencional” (com motor a combustão, entenda-se), a sua mecânica é bem mais simples, não havendo lugar às dispendiosas trocas de óleo, correias e filtros, que somam centenas de euros às manutenções.

Tendo isto em conta, antes de avançar para a compra de um carro elétrico usado, faça um breve test-drive e verifique se encontra algum ruído parasita anormal e o carro tem o comportamento esperado.

É uma regra que se aplica a praticamente todos os carros, mas nos elétricos em particular: quanto menor a quilometragem, melhor será o estado do automóvel.

Incentivos fiscais

estacionamento carros eletricos

Os carros elétricos, além de amigos do ambiente, são também amigos da carteira.

O Estado dedicou uma parte do Fundo Ambiental para a promoção da compra de carros elétricos. Quer isto dizer que os primeiros 1.000 cidadãos que apresentarem um comprovativo de compra de um carro elétrico (que inclua o número do chassis) recebem um cheque de 3000€ para abater ao preço do veículo.

O pedido de atribuição de incentivo só pode ser apresentado online, através do balcão de candidatura disponível no site do Fundo Ambiental. O beneficiário é notificado, por e-mail, da confirmação de submissão do pedido de atribuição de incentivo, com a data e a hora.

Para a candidatura no formulário online, deve apresentar:

  • cópia dos documentos de identificação (cartão de cidadão ou Bilhete de Identidade e NIF). Em alternativa, o documento com os dados do Cartão de Cidadão – dados de identificação civil e NIF, exportado através da Aplicação do Cartão de Cidadão;
  • certidão de não dívida perante a Autoridade Tributária e Segurança Social;
  • fatura de aquisição com data posterior a 1 de janeiro de 2019, em nome do beneficiário, em que conste o n.º de chassis (se aplicável); caso se trate de locação financeira, cópia da minuta do contrato;
  • prova de matrícula a favor do beneficiário, através do Documento Único Automóvel ou outro documento;
  • caso se trate de locação financeira, cópia da minuta do contrato, na qual seja mencionada a classificação de locação financeira com duração mínima de 24 meses e com data posterior a 1 de janeiro de 2019, em nome do beneficiário e com identificação do veículo através do número de chassis e/ou matrícula;
  • no caso de veículos adquiridos em regime de locação financeira, deverá ser feita prova de que o candidato já está na posse do veículo, através de submissão de auto de entrega ou documento equivalente;

Além deste incentivo, os carros elétricos beneficiam ainda da isenção de IUC (imposto único de circulação), para além de beneficiarem de lugares de estacionamento exclusivos e gratuitos na grande maioria das cidades portuguesas.

Onde, como e quanto custa carregar carros eléctricos

wallbox

Os carros elétricos podem ser carregados de 3 formas:

  1. em casa, através de uma tomada doméstica
  2. em casa, através de uma wallbox
  3. na rua, através de postos de carregamento da rede MOBI.E

As tomadas domésticas são, sem sombra de dúvidas, a opção menos viável para os carros elétricos. Por exemplo, através deste meio, o Renault Zoe E.V. 40, com uma bateria de 41 kWh e mais de 300 km de autonomia, demora cerca de 25h até ter a carga completa.

Por isso, se quiser carregar o carro em casa, é recomendável a aquisição de uma wallbox. Ora, uma wallbox é um posto de carga doméstico que permite reduzir o tempo de carregamento.

A opção mais rápida, mas mais cara também, é carregar um carro elétrico nas redes de carregamento públicos da Mobi.E.

Esta rede conta com postos normais de 3,7 kVA, semi-rápidos de 22 kVA, e rápidos 43 kVA. Estes últimos podem ser encontrados maioritariamente em áreas de serviço de autoestradas, e carregam as baterias até um máximo de 80% em cerca de 30 minutos.

Pode consultar esta lista de postos da Mobi.E. no site da empresa.

Quanto aos custos, carregar um carro elétrico com a totalidade da carga da bateria custará qualquer coisa entre 4€ a 8€, dependendo claro da capacidade da bateria e da tarifa que pagar.

Valor residual

Por fim, outro dos aspetos que deve ter em consideração quando procura um carro elétrico usado é o facto destes modelos perderem o seu valor de mercado com maior rapidez do que um carro com motor a gasóleo ou gasolina.

Isto acontece sobretudo porque, sendo uma tecnologia recente, está em constante evolução, e aquilo que há 2 anos era novidade, hoje em dia já está totalmente obsoleto.

Isto poderá ser um grande entrave na hora de tentar revender estes carros, fazendo com que não recupere muito do dinheiro investido. Por isso, não compre um carro elétrico em segunda mão na perspectiva de conseguir fazer algum dinheiro com ele.

Em suma, um carro elétrico usado, e tal como qualquer outro automóvel, será uma compra em segunda mão bastante sensata, no entanto, terá sempre algumas limitações que estão adjacentes à tipologia deste tipo de veículos.

Felizmente, cada vez existem mais modelos elétricos, o que significa também uma maior oferta no mercado de usados, e no Standvirtual, podemos encontrar mais de 400 exemplares com preços a partir dos 6 500€ no caso do Peugeot iOn , estendendo-se até aos 95 000€ no caso do famoso Tesla Model X ou do novíssimo Audi E-Tron.

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