Share the post "Comprar casa? Saiba quais os municípios mais baratos do país"
Comprar casa em Portugal continua a ser um desafio para muitas famílias, especialmente nas grandes cidades.
No entanto, ainda existem municípios onde o preço por metro quadrado se mantém acessível. Segundo uma análise do portal Idealista, referente a julho de 2025, há localidades no país onde comprar casa custa menos de 500 euros por metro quadrado (€/m²).
No topo do ranking está Penamacor, no distrito de Castelo Branco, onde o preço mediano por metro quadrado é de apenas 464 €/m², o mais baixo a nível nacional. Seguem-se Penacova (Coimbra) e Sabugal (Guarda), ambos com valores medianos de 488 €/m².
Miranda do Corvo (Coimbra) e Pampilhosa da Serra (também em Coimbra) completam o top 5, com 513 €/m² cada.
Estes cinco concelhos destacam-se por oferecerem preços bastante inferiores à média nacional, sendo alternativas interessantes para quem procura habitação acessível, sobretudo em zonas mais rurais e com menor pressão demográfica.
Comprar casa: distrito de Coimbra em destaque
O distrito de Coimbra revela-se o mais representado na lista, com vários municípios entre os 25 mais baratos.
Para além dos já mencionados Penacova, Miranda do Corvo e Pampilhosa da Serra, surgem ainda Tábua, Penela e Arganil. Esta predominância mostra como o interior centro de Portugal pode ser uma opção atrativa para adquirir casa a preços acessíveis.
Nesta lista dos 25 concelhos mais acessíveis para comprar casa, há ainda uma série deles que apresentam preços inferiores a 650 €/m².
- Melgaço (524 €/m²)
- Crato (532 €/m²)
- Vouzela (600 €/m²)
- Gouveia (605 €/m²)
- Santa Comba Dão (609 €/m²)
- Idanha-a-Nova (622 €/m²)
- Fronteira (643 €/m²)
- Sever do Vouga (648 €/m²)
- Paredes de Coura (650 €/m²)
- Mogadouro (650 €/m²)
A lista prossegue com Alcanena, Seia, Nelas, Campo Maior, Montalegre, Fundão, e encerra com Chamusca (Santarém), onde o metro quadrado custa 736 €/m².
E onde é mais caro?
No extremo oposto do espectro, Lisboa lidera como o município mais caro para comprar casa, com 5.769 €/m². Cascais (5.334 €/m²), Grândola (4.654 €/m²), Loulé (4.370 €/m²) e Oeiras (4.276 €/m²) completam o ranking das zonas mais exclusivas do país.
O problema do acesso à habitação
A verdade é que mesmo nos municípios onde os preços da habitação ainda são relativamente baixos, os portugueses continuam a enfrentar sérios obstáculos para aceder a uma casa.
O aumento generalizado dos preços e das rendas nos últimos anos tem sido uma das principais dificuldades. Em 2024, as rendas cresceram mais de 7% e as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto continuam a liderar o mercado, com valores fora do alcance da maioria dos portugueses.
Este fenómeno tem excluído muitos jovens do mercado habitacional e apenas um terço acredita que conseguirá comprar casa, sendo os preços elevados e os baixos salários os principais entraves.
A escassez de oferta é outro fator que agrava o problema. O número de casas novas disponíveis no mercado tem aumentado de forma muito lenta, o que não acompanha o ritmo da procura.
A isto soma-se a dificuldade de aceder ao crédito, com a necessidade de entrada inicial elevada e a predominância de contratos com taxa variável, sujeitos a aumentos súbitos de prestações em contexto de subida das taxas de juro.
Adicionalmente, a pressão turística e a conversão de habitações em alojamento local têm contribuído para a escassez de imóveis destinados a residência permanente, especialmente em cidades como Lisboa, Porto e zonas costeiras.
Este cenário tem gerado tensões sociais, com protestos e exigências de maior regulação do setor. Mas o problema continua a agravar-se.