Corria o ano de 2008 quando se iniciou a distribuição do computador Magalhães, uma iniciativa patrocinada pelo Governo de José Sócrates. Inicialmente, foram disponibilizados computadores para os alunos do 4º de escolaridade, mas rapidamente o programa se estendeu aos do 5º e 6º ano.
Computador Magalhães: o que é feito dele?
O programa e-Escolinhas conseguiu, na altura, tantos apoiantes quanto opositores, que alegavam haver questões mais urgentes a resolver nas escolas portuguesas e que eram prioritárias face à distribuição do computador Magalhães.
O computador foi utilizado durante pouco tempo, sobretudo porque grande parte dos alunos “agraciados” com o aparelho abandonaram, no ano seguinte, o 4º e, mais tarde, o 6º ano. Nuno Crato, antigo ministro da Educação, defende que o fracasso do Magalhães se deveu ao facto de o mesmo ter sido pensado ao contrário.
“Em vez de ser um programa de modernização do ensino, ajudado com a introdução suplementar e faseada de instrumentos informáticos, ofereceram-se instrumentos aos alunos, instrumentos que funcionaram quando funcionaram, e funcionaram muitas vezes como brinquedos e não foram valorizados”, disse o antigo ministro.
Considera-se que o principal motivo que levou o computador Magalhães a fracassar foi a falta de preparação das escolas e dos professores para abraçarem o programa da melhor forma. Houve falta de formação, facto com o qual a própria fabricante do aparelho também concordou – a JP-IK.
Contudo, a nível internacional, o grupo de professores portugueses é, ainda assim, reconhecido como um dos mais inovadores e a par das alterações tecnológicas diárias. Esse próprio avanço também ditou que o computador Magalhães fosse rapidamente descontinuado.