Share the post "Cancro da próstata: 8 em cada 10 homens desenvolvem a doença"
No Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata, 17 de Novembro, a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP) deixa um apelo aos portugueses: “deixem crescer o bigode e não o cancro“.
Este é o mote da nova campanha de sensibilização, Movember, cujo objetivo é consciencializar a população em geral para os problemas de saúde dos homens, como é o caso do cancro da próstata.
Todos os anos, somente em Portugal são diagnosticados entre 5 a 6 mil novos casos de cancro da próstata.

Cancro da próstata age em silêncio
O cancro da próstata é uma das principais preocupações quando o tema é a saúde dos homens e durante o mês azul a APDP mobiliza-se para alertar os portugueses sobre o assunto.
Um dos grandes problemas que cercam a doença tem a ver com a sua característica de agir silenciosamente, razão pela qual é feito o apelo para a ação preventiva de cada um, que só é possível através da realização de consultas e exames periódicos, aconselhados pelos médicos.
O rastreio é aconselhado a todos os homens a partir dos 50 anos. Se existir histórico familiar o médico vai definir quando dar início à observação regular.
Na maior parte dos diagnósticos de cancro da próstata, é observado que os doentes não sinalizam qualquer sintoma durante a progressão do tumor e que é apenas nos exames de diagnóstico que se consegue identificar o caso.
Os sintomas, quando ocorrem, estão associados a estádios mais avançados da doença, ou quando o tumor já está metastizado. São eles: dificuldade e/ou urgência em urinar; micções dolorosas; dor ou desconforto na região da próstata; em alguns casos, pode ocorrer disfunção eréctil – mas este é um sintoma ainda menos comum.
Risco avança com a idade
Para além de silencioso, o cancro da próstata tem a particularidade de ser mais incidente com o passar dos anos – a probabilidade de sofrer da doença aumenta com a idade e mais de 80% dos homens vão sofrer deste tipo de neoplasia até aos 80 anos.
Homens com idades acima dos 50 anos, com histórico familiar da doença e de etnia negra têm risco acrescido de desenvolver o cancro da próstata.
Também os níveis de testosterona têm impacto sobre o aparecimento desta patologia, pois esta é a hormona responsável pela degeneração/multiplicação das células da próstata. Dietas demasiado proteicas ou ricas e gordura, bem como a obesidade, são outros fatores de risco associados ao cancro da próstata. Homens com maior exposição a produtos tóxicos – por razões de trabalho – por exemplo – estão de igual forma mais suscetíveis ao desenvolvimento deste tipo de tumor.
Mortalidade associada
O tumor da próstata assume-se como sendo a segunda principal causa de mortalidade por cancro nos homens. Todos os anos, cerca de 1.800 doentes morrem por complicações da doença.
José Graça, Vice-Presidente da APDP, chama a atenção para o preconceito associado às consultas de urologia – especialidade que trata a saúde da próstata -, que é uma das maiores razões para a baixa taxa de diagnóstico precoce.
Preconceito com o rastreio
Os dados que temos sobre a incidência do cancro da próstata em Portugal são preocupantes, mas o que nos deixa ainda mais alarmados é este ser um cancro com muito tabu associado, que por vezes acaba por levar a um rastreio tardio da doença.
José Graça, Vice-Presidente da APDP
Na APDP a missão e o desafio neste 17 de Novembro são os mesmos de todos os dias do ano: trabalhar para desmistificar a questão do rastreio masculino para doenças da próstata e relembrar a sua importância para reduzir os números da mortalidade por cancro da próstata.
Aos homens, sobretudo aqueles com idades a partir dos 45 anos, fica a mensagem de cuidados a ter com a próstata regularmente. Visite o seu médico e siga as orientações prescritas.