Ekonomista
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08 Mar, 2022 - 18:01

DIU: tudo o que deve saber sobre este contracetivo

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DIU, o Dispositivo Intrauterino, é um pequeno aparelho em forma de T que é colocado no útero. Uma outra forma de encarar a contraceção.

Exemplo de DIU

O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um contracetivo que consiste na introdução de um aparelho no útero, que é feita por um médico especializado. Hoje em dia, existem várias opções no mercado adaptadas a mulheres em diferentes idades e situações.

Neste artigo, falaremos dos dois principais tipos de DIU, quais as suas vantagens e desvantagens e quais os cuidados que deve ter em atenção.

Opções de DIU

Quem escolher este método pode discutir com o ginecologista qual o tipo mais adequado. Uma das opções é o DIU de cobre, que recorre a este elemento para criar um ambiente tóxico para o espermatozóide, impedindo-o de encontrar o óvulo.

A outra opção contém hormonas e é mais conhecida por SIU, ou seja, Sistema Intrauterino. Pode ser também designada por DIU hormonal.

Esta última promove a libertação diária no útero de uma hormona chamada Levonorgestrel, que provoca o espessamento do muco cervical, impedindo a passagem dos espermatozóides e altera o endométrio (parede do útero), impedindo a fixação do ovo.

Neste caso, as hormonas não entram diretamente para a corrente sanguínea, como acontece com a pílula. Para além de ser o fim de preocupações para quem costuma esquecer-se de a tomar, pode ser também um alívio para quem passa com frequência por situações que anulam o seu efeito, como é o caso da toma de antibióticos. Além desta vantagem, há outros benefícios que importa conhecer.

Colocação do DIU

Características a ter em conta

Cada um destes tipos de dispositivo tem particularidades que importa realçar.

DIU de cobre

  • O ciclo menstrual mantém-se com intervalos semelhantes aos que a mulher estava habituada antes da colocação do dispositivo.
  • Pode existir um aumento das dores menstruais e do fluxo sanguíneo durante a menstruação.

SIU/ DIU hormonal

  • Podem existir alterações na regularidade das menstruações, que não implicam complicações para a saúde. Por exemplo, pode acontecer uma destas situações: não ter menstruação durante o uso do SIU ou ter perdas de sangue escassas e esporádicas ou ter menstruações que são mais ou menos regulares, mas também escassas.
  • Este método pode ser usado como contracetivo e ao mesmo tempo como tratamento para quem tenha menstruações muito abundantes e dolorosas.

Vantagens e desvantagens do DIU/ SIU

Vantagens

Pode ser encarado como um corpo estranho, mas a verdade é que é muito pequeno, não se sente, e pode ser retirado em qualquer altura, quando a mulher desejar optar por outro método ou engravidar.

O DIU não interfere nas relações sexuais. Aliás, em mulheres que tomam a pílula há muito tempo, o que pode diminuir as secreções vaginais, tem a vantagem de reverter este processo e até, em alguns casos, de aumentar a libido e o prazer durante o sexo.

É de longa duração: o SIU dura entre 5 a 7 anos, enquanto o DIU de cobre pode durar entre 5 a 10 anos.

Tem 99% de eficácia, ou seja, é um método seguro, reversível e que não tem implicações na fertilidade da mulher.

Desvantagens

Uma das principais desvantagens é o preço: o DIU/SIU tem um valor aproximado de 100 euros. No entanto, se for comparticipado fica por pouco mais do que 30. Nas consultas de planeamento familiar do Serviço Nacional de Saúde, a colocação é gratuita.

Há um maior risco de anemia pelas menstruações abundantes que o DIU pode provocar. Este contracetivo não tem qualquer tipo de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.

Quem pode usar o DIU/SIU?

Pode ser usado por mulheres de qualquer idade, uma vez que, hoje em dia, existem diferentes opções pensadas, por exemplo, para quem não tenha tido filhos e para jovens entre os 12 e os 17 anos.

A Organização Mundial de Saúde recomenda o uso deste método nas adolescentes, como forma de evitar gravidezes indesejadas, uma vez que as mulheres são nessa altura mais férteis, têm relações sexuais com mais frequência e mais tendência para se esquecerem de tomar a pílula.

Para escolher a melhor opção em relação a este método ou a qualquer outro método contracetivo, deve consultar sempre o seu médico.

Quem não pode usar o DIU/SIU?

As mulheres com:

  • Doença inflamatória pélvica ativa ou recorrente;
  • Suspeita de cancro uterino;
  • Alergia ao cobre;
  • Doença de Wilson (doença do fígado relacionada com o cobre);
  • Anomalia da cavidade uterina;
  • Cancro da mama (no caso do SIU).

Cuidados a ter em relação ao DIU/SIU

Este dispositivo deve ser colocado e retirado por um médico especialista. Deve ser feita uma avaliação 3 meses após a inserção para verificar que o DIU está corretamente inserido e que não se deslocou.

É recomendada uma avaliação uma vez por ano ou com maior frequência se for clinicamente indicado.

Ter estes cuidados é muito importante, uma vez que, se o DIU/SIU não for colocado corretamente ou se deslocar, poderá dar origem a problemas como uma gravidez ectópica, em que há uma gestação fora do útero e que pode comportar riscos para a saúde.

Uma hemorragia mais abundante, sentir dores ou desconforto na atividade sexual podem ser sinal de que o DIU se deslocou.

Este dispositivo pode ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual, mas, regra geral, aconselha-se a que a colocação aconteça durante a menstruação (por exemplo nos últimos dias), pois o colo uterino encontra-se mais dilatado. Assim, a colocação é mais fácil e provoca menos dores.

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