As carraças – parasitas externos (ectoparasitas) que se alimentam do sangue de vários animais (entre os quais cães, gatos, aves, suínos, roedores e ruminantes) – são os transmissores da Doença de Lyme. Tendo em conta que são portadoras de bactérias, vírus e outros agentes infecciosos, podem provocar doenças graves, quer ao animal hospedeiro, quer ao Homem.
Mas, afinal, como se dá a transmissão da Doença de Lyme?
Após a picada (geralmente indolor) da carraça infetada, as bactérias invadem a corrente sanguínea e, de seguida, espalham-se pelo corpo, o que provoca a Doença de Lyme. Axilas, couro cabeludo e região da virilha são as zonas do corpo que merecem maior atenção e cuidado, pois são as áreas prediletas do corpo humano para os carrapatos se instalarem.
Contudo, se detetar a carraça 24 horas depois desta se alojar no seu corpo, a probabilidade de vir a ser infetado e desenvolver a Doença de Lyme é reduzida. Por outro lado, caso ultrapasse as 36 horas, maior é o risco de contrair a doença.
Em Portugal, há pelo menos quatro espécimes de bactérias causadoras da Doença de Lyme.
Primavera e Verão: cuidados devem ser redobrados
A proliferação da bactéria que provoca a Doença de Lyme é diretamente proporcional à temperatura. Por outras palavras, quanto mais quente estiver o clima, maior é a proliferação da Borreliose Lyme, bem como a possibilidade de ser atacado por este parasita. Assim, esteja especialmente atento nesta altura do ano.
Em relação ao verão, é nas horas mais frescas (de manhã e ao final da tarde) que os carrapatos vão para a ponta das ervas e arbustos, o que facilita a sua passagem para os animais.
A Doença de Lyme constitui, portanto, um risco elevado de saúde pública, nomeadamente para as pessoas que trabalham ao ar livre (principalmente em lugares de maior perigo como parques, jardins e espaços florestais, sobretudo no interior do país). Ou seja, se acha que é um sortudo porque trabalha ao ar livre, talvez seja tempo de se preocupar com o outro lado da moeda e pensar em formas de evitar, por exemplo, a incidência da Doença de Lyme.
Sintomas da Doença de Lyme
Os sintomas são semelhantes aos da esclerose múltipla e fibromialgia. Podem manifestar-se alguns dias ou até mesmo décadas depois, porque a bactéria tem a capacidade de ficar inativa vários anos no organismo humano. Os primeiros sintomas começam, na maioria dos casos, com a fragilização do sistema imunitário.
Alguns sintomas:
- Fadiga generalizada *
- Inchaço dos gânglios linfáticos próximos da picada
- Mal-estar *
- Dores de cabeça
- Febre e calafrios (menos frequente)
- Rigidez do pescoço
- Dores musculares e articulares
- Paralisia facial e outros distúrbios relacionados com o sistema nervoso central
- Eritema Migrante (mancha vermelha de forma circular ou ovulada, com cerca de dois a dez centímetros de diâmetro, cuja zona central é mais clara, que surge na área da mordedura; aumenta com o passar do tempo)
* Podem prolongar-se durante anos, ao contrário dos restantes sintomas.
Tratamento da Doença de Lyme
Depois de ser infetado com a doença, o tratamento deve ser iniciado o mais rapidamente possível, no sentido de reduzir eventuais complicações acrescidas que possam vir a ocorrer no futuro. O combate da Doença de Lyme é feito através da administração de antibióticos.
Conselhos de prevenção para quem trabalha ao ar livre, especialmente em espaços agroflorestais:
- Usar meias por fora das calças;
- Aplicar repelente;
- Manusear animais mortos com luvas;
- Verificar com frequência se tem carraças no corpo.
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