Share the post "Enoturismo em alta: França lidera, mas Portugal brilha no ranking europeu"
O vinho é cultura, é história e, claro, prazer à mesa. Mas hoje é muito mais do que isso, também é viagem. O enoturismo está a crescer e já não é apenas uma atividade de nicho. Um estudo recente da TUI Musement mostra que 91% dos viajantes entre os 18 e os 44 anos têm interesse em viver experiências que juntem vinhos, gastronomia e paisagens. É neste contexto que nasce o primeiro Índice Europeu do Enoturismo, lançado mesmo a tempo das vindimas.
O pódio do vinho na Europa
França, o líder incontestado
A França ocupa o primeiro lugar, com 85,2 pontos em 100. Nenhuma surpresa, pois, é o país que mais acumula prémios internacionais e onde cada região é uma aula de enologia. Champagne, com as caves inscritas na UNESCO; Borgonha, com as famosas “Climats” que dividem o território em pequenas parcelas únicas; e Bordéus, com os châteaux que parecem saídos de contos, são paragens obrigatórias. Quem visita não aprende apenas sobre vinhos, mas mergulha em séculos de tradição.
Itália, diversidade e quantidade
O segundo lugar vai para Itália, que soma o maior número de denominações de origem da Europa e também é o maior produtor em volume. Aqui o enoturismo é quase estilo de vida. A Toscana é o cartão de visita, com os Chianti e Montepulciano entre colinas que parecem pintadas. No Piemonte, os Barolo e Barbaresco mostram a força dos vinhos italianos. Cada região tem a sua identidade e o difícil será escolher apenas uma rota.
Espanha, tradição e inovação
No terceiro lugar está a Espanha, dona da maior superfície de vinhas da Europa: mais de 900 mil hectares. Quase toda essa área é dedicada a vinhos DOP e IGP. Rioja e Ribera del Duero são nomes consagrados, mas há muito mais a explorar: Jerez, na Andaluzia, conhecido pelo vinho generoso, ou os brancos de Lanzarote, cultivados em crateras vulcânicas. Um país que combina tradição e inovação em cada garrafa.
Portugal, o charme do Douro e além
Portugal surge em quarto lugar, com destaque para os vinhos premiados internacionalmente. O Douro, Património da Humanidade, é o epicentro do enoturismo nacional. Passear de barco pelo rio, ver as vinhas em socalcos e provar vinhos do Porto diretamente nas adegas é uma experiência que marca qualquer viajante.
Mas não se fica por aí: o Alentejo, com vinhos encorpados e herdades que recebem visitantes, e o Dão, com brancos frescos e tintos elegantes, também são protagonistas. O ranking reforça o que já se sabe: Portugal tem muito mais do que bom vinho, tem experiências completas para quem quer viajar de copo na mão.
Grécia, história em cada cacho de uvas
No quinto lugar aparece a Grécia, com uma tradição vitivinícola que remonta a tempos micénicos. Uvas autóctones como Assyrtiko, em Santorini, e Liatiko, em Creta, oferecem sabores únicos. As paisagens são deslumbrantes: vinhas junto ao mar, ilhas vulcânicas e aldeias que respiram mitologia. Degustar um vinho grego é também provar um pedaço de história.
Novos protagonistas no mapa do enoturismo
O ranking também destaca destinos emergentes:
- Alemanha (6.º lugar) – com os elegantes Rieslings e regiões como o Vale do Mosela, ideais para quem gosta de vinhos brancos aromáticos;
- Roménia (7.º lugar) – famosa pelos vinhos tintos intensos da região de Dealu Mare, com cada vez mais visibilidade internacional;
- Hungria (8.º lugar) – casa do Tokaj, o vinho doce reconhecido pela UNESCO, que já conquistava reis europeus há séculos;
- Áustria (9.º lugar) – com vinhos brancos frescos e vinhas ao longo do Danúbio, no Vale do Wachau, outro cenário que parece desenhado para postais;
- Bulgária (10.º lugar) – herdeira da tradição vinícola da antiga Trácia, começa a marcar presença no turismo enológico europeu;
Estes países mostram que o mapa do enoturismo não se limita aos clássicos, existe espaço para surpresas e novas experiências.
O que significa para os viajantes
O estudo da TUI Musement confirma que o enoturismo é uma tendência forte. Não se trata apenas de beber um bom vinho, mas de viver experiências completas em que paisagens, gastronomia, cultura e hospitalidade são parte do pacote.
Para quem gosta de viajar, este ranking funciona como guia prático. Quer provar vinhos premiados, aprender com enólogos e conhecer regiões autênticas? A Europa tem opções para todos os gostos e carteiras. E a cada brinde, uma nova história para contar.
Sobre o Índice Europeu do Enoturismo
O índice não se baseia em opiniões aleatórias, foi construído com dados oficiais e critérios claros. Para avaliar os destinos, a TUI Musement considerou cinco categorias:
Superfície de vinha – quantos hectares estão dedicados à produção.
Áreas DOP e IGP – denominações que garantem qualidade e origem certificada.
Número de vinhos registados – quantos rótulos possuem selo oficial.
Produção total de vinho – volume efetivo de garrafas no mercado.
Prémios internacionais – reconhecimento mundial, incluindo os prestigiados Decanter World Wine Awards.