Share the post "Inseminação artificial: renovar a esperança em ter um filho"
A inseminação artificial é um dos tratamentos de fertilidade mais simples. Isto, porque é uma técnica de procriação medicamente assistida que não exige sedação, nem intervenção em bloco operatório.
Porém, a inseminação artificial não é para todos. É preciso ponderar alguns fatores como o estado das trompas de falopio, a idade da paciente e a qualidade do sémen. Todos estes aspetos são relevantes para o sucesso final do tratamento e o resultado tão esperado: a gravidez!
Inseminação artificial: um dos tratamentos de fertilidade mais usados
A Inseminação Artificial Intrauterina é um tratamento de fertilidade. É indicado nos casos de bom prognóstico de gravidez e em mulheres com menos de 35 anos. Para funcionar, é necessário que uma das trompas de falópio seja permeável e a qualidade do sémen cumpra parâmetros seminais mínimos.

Fases do tratamento
O primeiro passo é estimular os ovários com hormonas para indução da ovulação. Segue-se a preparação do sémen e, finalmente, a inseminação. Este último momento corresponde à colocação de uma amostra de espermatozoides, preparada em laboratório, no interior do útero. Este processo é feito em consulta e demora 10 a 20 minutos. Passadas duas semanas, é feito o teste para confirmar ou não a gravidez.
Estimulação ovárica e indução da ovulação
Este procedimento dura 10 a 12 dias e serve para aumentar as possibilidades de sucesso, estimulando o número de folículos existentes.
Durante este período, são feitas 3 a 4 ecografias e, por vezes, é analisado o nível de estradiol presente no sangue, de forma a verificar o crescimento e a evolução dos folículos. Quando eles tiverem a quantidade e tamanho adequados, será administrada uma injeção hCG que induz a maturação ovárica e a ovulação.
Preparação do sémen
Este passo consiste na seleção e concentração dos espermatozoides com melhor mobilidade. Nesta fase são eliminados os espermatozoides mortos, imóveis ou lentos e otimizada a qualidade da amostra usada na inseminação. O esperma utilizado pode ser usado a fresco ou congelado e pode ser do companheiro ou de um dador.
Sémen do companheiro
- Casais com esterilidade de origem desconhecida.
- Casais nos quais a mulher tem problemas de ovulação.
- Em casos de alteração a nível do colo do útero.
- Casais nos quais o homem apresenta apenas defeitos leves ou moderados nos espermatozoides a nível de concentração ou mobilidade.
Sémen de dador
- Casais de mulheres ou mulheres solteiras que recorrem a um dador anónimo.
- Homens com má qualidade de sémen ou ausência de espermatozoides.
- Homens portadores de uma doença genética que não pode ser detetada nos embriões.
Inseminação
A inseminação em si é feita depois da indução da ovulação. Primeiro, coloca-se um espéculo e, em seguida, introduz-se a cânula através do colo uterino, depositando a amostra de esperma no interior do útero.
Dadores
Os dadores são anónimos, sujeitos a uma avaliação médica e psicológica. A escolha do dador tem por base as características físicas e o grupo de sangue da mulher recetora/do homem.
Todos os dadores são submetidos a vários exames imunológicos, genéticos, hereditários e a doenças infeciosas e transmissíveis. Em Portugal, o número máximo de nascimentos a partir do mesmo dador é de oito.
Resultados
As taxas de gravidezes bem sucedidas irá depender da idade da mulher e das causas que conduziram à realização do tratamento. A percentagem de sucesso acaba por ser semelhante à existência numa situação de gravidez convencional, rondando os 20% gravidezes/mês.
Da mesma maneira, as probabilidades de abortar são idênticas às existentes numa gestação sem tratamento. Também não há registo de mais malformações ou alterações genéticas com esta técnica.
Artigo originalmente publicado em Novembro de 2021. Atualizado em Setembro de 2022.