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O presidente da Estrutura de Missão para os 500 anos da viagem de circum-navegação comandada por Fernão Magalhães disse que quer mobilizar todo o país nestas comemorações que são uma oportunidade para projetar Portugal. José Marques deixou no final de janeiro a Câmara de Sabrosa, distrito de Vila Real, para liderar a missão Magalhães que se concretizará entre 2019 e 2022.
O ex-autarca já tem gabinete no Ministério do Mar, em Lisboa, e é de lá que vai comandar o projeto que culmina um trabalho que iniciou em 2006, durante o primeiro mandato à frente do concelho duriense. Marques aproveitou um ícone do município, que reivindica ser a terra natal de Fernão Magalhães, para diferenciar este concelho e dar início a uma estratégia de desenvolvimento deste território.
“Fernão Magalhães é a principal referência internacional que o país possui em termos históricos porque a sua viagem de circum-navegação é um marco extraordinariamente importante, já que trouxe novos mundos ao mundo”, afirmou à agência Lusa.
Missão abre portas internacionais para Portugal
O presidente da Estrutura de Missão garantiu que o navegador português “abre as portas todas” principalmente em países que foram tocados pela viagem, como o Chile, as Filipinas ou a Argentina. Para estas comemorações, José Marques quer mobilizar todo o país, através das autarquias ou escolas, bem como a “importante diáspora” espalhada por esses países.
“Devemos mobilizar o país para esta celebração que é também uma oportunidade para projetar Portugal a nível internacional”, afirmou. Até porque, acrescentou, estas comemorações vão acontecer à escala mundial e Portugal pode aproveitar para projetar o futuro em áreas que vão desde a ciência, à tecnologia, turismo, ambiente ou comércio.
Segundo José Marques, numa altura em que tanto se fala em “levantar muros e encerrar fronteiras” estas comemorações podem desempenhar um “importante papel no desenvolvimento de estratégias de integração, e não de exclusão, entre os povos”.
500 anos da Missão Magalhães e 50 anos da ida à lua
Enquanto autarca de Sabrosa, Marques impulsionou a criação da Rede Mundial das Cidades Magalhânicas, da qual foi vicepresidente, e da Rede de Universidades de Magalhães. E foi também o município duriense que deu os primeiros passos para a candidatura da Rota de Magalhães à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Em 2016, a “Route of Magellan. First around the world” foi inserida na lista indicativa da UNESCO. O responsável sublinhou a intenção do processo de classificação estar concluído até 2019, mas frisou que se trata de um “trabalho hercúleo” porque envolve 12 países, onde vai ser preciso fazer um inventário do património, documental ou construído, associado ao navegador.
O ex-autarca defendeu que a viagem de circum-navegação foi o “primeiro ato de globalização” e sublinhou a vontade de envolver a agência espacial norte-americana NASA nas comemorações dos 500 anos. Até porque, destacou, em 2019 também se assinalam os 50 anos da primeira viagem do homem à lua e o objetivo é que estes dois eventos se possam associar.
José Marques lembrou que muitos dos projetos espaciais da NASA são inspirados no navegador Fernão Magalhães, nomeadamente projetos relacionados com Marte.
A Estrutura de Missão tem que apresentar ao Governo, até 31 de agosto de 2017, uma proposta de programa das comemorações, acompanhada do respetivo orçamento, para aprovação.
Esta estrutura, que ficará na dependência da ministra do Mar, vai envolver 10 ministérios.
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