Marta Maia
Marta Maia
26 Out, 2018 - 10:31

Onde guardar dinheiro de forma segura? Veja as melhores opções

Marta Maia

Sabe onde guardar dinheiro que tem de parte? Reunimos algumas opções para todo o tipo de objetivos financeiros. Ora espreite!

Onde guardar dinheiro de forma segura? Veja as melhores opções

Se poupar é a sua palavra de ordem todos os dias, com certeza já tem – ou planeia ter, muito brevemente – algum dinheiro de parte para eventuais extravagâncias ou emergências. Mas onde guardar dinheiro de forma segura?

O que não falta no mercado bancário são opções. Os bancos acotovelam-se com propostas para guardar o seu dinheiro, mas a verdade é que nem todas servem os seus propósitos e uma má escolha pode sair-lhe cara ou até inviabilizar o objetivo da poupança.

Saber como escolher é, por isso, essencial. Por este motivo, reunimos informação sobre algumas boas opções que não só permitem armazenar dinheiro que não quer gastar como ainda o ajudam a manter as finanças pessoais organizadas.

Como escolher onde guardar dinheiro

O primeiro passo para fazer uma boa escolha é, neste caso, fazer uma boa pergunta (e responder honestamente): qual é o seu objetivo de poupança? É poupar para comprar um carro? Poupar para a reforma? Poupar para as férias?

Os objetivos de poupança variam em prazo e em dificuldade, e cada pessoa pode ter mais do que um objetivo. Assim, comece por dividir os seus planos por objetivo e montante necessário para cumpri-lo. A escolha do lugar onde guardar dinheiro vai depois procurar adaptar-se a cada uma das suas regras.

Onde guardar o dinheiro das despesas diárias

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O dinheiro que usa no dia-a-dia tem de obedecer a uma regra essencial: estar sempre disponível. Não é recomendável que o dinheiro das despesas correntes esteja misturado com o das poupanças, porque corre sério risco de perder o foco e atacar as poupanças para comprar um par de calças.

Para não correr riscos, tem duas opções: ou levanta o dinheiro logo no início do mês e o guarda num envelope – de onde vai tirando pequenos montantes a cada dia – ou deposita numa conta de débito especificamente criada para o efeito.

Na primeira opção há uma enorme vantagem relacionada com o controlo: nada mais lhe dá a noção real do que gasta do que ver o dinheiro a sair do bolso e contar o que sobra. Se costuma derrapar nas contas mensais, esta é uma ótima solução para se controlar, porque com certeza vai refrear os gastos quando vir o total a mingar rapidamente e ainda vai a meio do mês.

Por outro lado, manter o dinheiro num envelope pode colocar questões ao nível da segurança: fica muito mais vulnerável a um assalto e arrisca-se a perder tudo de uma vez, já que, tal como nós, os ladrões também sabem onde guardar o dinheiro

Por outro lado, se é daquelas pessoas que vão comprando produtos à medida que vão precisando, tem mesmo de garantir que traz sempre dinheiro no bolso para as compras do dia – caso contrário vai aperceber-se de que deixou o dinheiro em casa (para evitar gastar) mas precisa mesmo de ir à farmácia. Resultado? O dinheiro do envelope ficará em casa e o dinheiro da poupança vai ser usado indevidamente.

Se optar por guardar o dinheiro das despesas correntes numa conta bancária de débito, tenha em atenção que ali só deve estar mesmo o dinheiro que pode gastar. Não o misture com poupanças, para não haver confusões.

Além de garantir o isolamento dos fundos “usáveis”, tenha o cuidado de escolher uma conta bancária sem comissões de manutenção. Se procurar vai ver que elas existem – e sempre é um encargo fixo a menos que tem de considerar no planeamento mensal.

Onde guardar dinheiro de poupanças a curto prazo

As poupanças a curto prazo são aquelas que se destinam ao consumo: comprar uma máquina da loiça, pagar a anuidade de um seguro, fazer umas férias…

Este dinheiro não deve estar misturado com o das despesas correntes porque corre sérios riscos de nunca crescer. Na verdade, os objetivos a curto prazo têm o problema de raramente serem prioritários e, pior, de darem a ilusão de que se atingem rapidamente. É aquela conversa do “este mês não poupo, mas no próximo já consigo e ainda vou a tempo” – que se repete todos os meses e o objetivo acaba por nunca ser cumprido.

Se não sabe onde guardar dinheiro para compras a curto prazo e não quer perder grande tempo a procurar contas-poupança nos bancos, a nossa sugestão é que avalie os depósitos a prazo disponíveis no seu banco. Considerando os juros atuais, com certeza não serão a opção mais rentável de todos os tempos, mas também não é isso que se procura nesta fase.

Escolha um depósito a prazo de alguns meses – vá por opções que permitam reforços, porque a ideia é ir alimentando esse depósito – e guarde lá o dinheiro. Como não pode mexer-lhe até terminar o prazo, ele estará seguro, mas não empatado, já que os depósitos a prazo tendem a ser de curta duração.

Uma dica importante para estas situações é também escolher um depósito por objetivo, ou seja: se quer comprar uma máquina da loiça mas também quer poupar para comprar um carro, faça um depósito para cada um dos objetivos.

A vantagem desta estratégia é dupla: por um lado, ajuda a definir prioridades entre objetivos (quando vai reforçar um dos depósitos, escolhe qual é o mais importante); por outro, sabe quando cada objetivo foi cumprido e não fica na dúvida entre levantar o dinheiro para comprar a máquina da loiça (porque já lá tem o valor) ou deixar ficar para a viagem (porque já vai a meio).

Onde guardar dinheiro das poupanças a médio prazo

onde guardar dinheiro

Entende-se por poupança a médio prazo aquela que não cumpre um objetivo de consumo específico. É aquele dinheiro que, não fazendo falta nas poupanças, também não é necessário para o dia-a-dia e por isso pode ir guardando.

Este dinheiro pode ser aplicado em certificados de aforro, por exemplo. São opções seguras (não perde dinheiro), rentáveis (com taxas melhores que os depósitos a prazo) e mobilizáveis em períodos médios (por vezes, em menos de 10 anos).

A grande vantagem desta opção é que o dinheiro está lá, mas não está, ou seja, não tem como gastá-lo durante um ímpeto consumista. Por outro lado, o dinheiro investido fica preso até ao final do prazo, pelo que não pode usá-lo em caso de emergência.

Onde guardar dinheiro das poupanças a longo prazo

Estas poupanças são aquelas que se destinam, por exemplo, à reforma. Poupar para a velhice deve ser um objetivo permanente e, quanto mais cedo começar a contribuir, melhor. Este dinheiro, no entanto, corre sérios riscos quando pertence a alguém mais sensível ao ímpeto consumista: começa aquela conversa de “ainda falta tanto para a reforma, tenho tempo para poupar” e lá vai o esforço todo feito até aí.

Para manter as poupanças de longo prazo a salvo, o ideal é fechá-las em contas específicas, como os Planos de Poupança-Reforma
(PPR). A grande vantagem é que, mesmo que queira, não pode mexer naquele dinheiro até ser idoso. Além disso, o dinheiro fica a render, o que significa que vai chegar à velhice com mais dinheiro do que aquele que poupou.

Esta opção tem, contudo, a desvantagem de “prender” o dinheiro, ou seja, não pode usar o que tem em caso de emergência e corre o risco de viver um presente de carência quando na verdade o dinheiro que poupou está guardado para o futuro.

Onde guardar dinheiro dos filhos

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É comum familiares próximos e alguns amigos quererem investir em contas para os mais pequenos. A ideia é sempre boa: em vez de comprarem mais um brinquedo que só vai ser usado meia dúzia de vezes, ajudam a garantir, por exemplo, um curso superior.

No entanto, dinheiro parado é dinheiro que desvaloriza e, convenhamos, uma criança pequena não vê valor nenhum em guardar muitos euros num mealheiro. Assim, se os seus filhos têm algum dinheiro, o ideal é depositá-lo em contas específicas.

Há bancos que têm ofertas pensadas para os mais novos, como contas sem custos de manutenção. Em alternativa, pode criar uma conta poupança para educação e garantir que o dinheiro guardado nunca será usado para nada que não seja formação dos seus filhos.

A vantagem de “prender” o dinheiro das crianças neste tipo de contas específicas é que a poupança fica protegida, ou seja, nem a criança nem os tutores podem mexer no dinheiro para nada que não seja o benefício educativo do titular.

Saber poupar é muito importante, mas saber onde guardar dinheiro que foi poupado também é uma competência essencial. Mantenha as suas finanças organizadas e o foco nos diferentes objetivos de poupança, para que o orçamento nunca descarrile. Vai ver que, daqui a uns anos, vai agradecer a si próprio!

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