A parvovirose é uma doença altamente contagiosa provocada pelo parvovírus. Ao contrário de outros vírus facilmente elimináveis, este é muito difícil, pois é resistente ao calor e a detergentes, e pode ficar no ambiente durante meses ou até mesmo anos.
Parvovirose: como se transmite
Esta doença afeta os cães, sobretudo os mais jovens, e transmite-se através das fezes, saliva e urina de animais infetados. Outros veículos transmissores do vírus podem ser roupas, sapatos e outros objetos do meio ambiente contaminados pelo pelo e patas dos cães que tenham esta patologia.
A idade de maior risco para ter esta doença é entre as 6 e as 12 semanas. No entanto, se o animal tiver até 1 ano de idade e não tiver sido vacinado, também pode ser afetado. Quanto mais velho for o cão, menor é a gravidade da doença.
Quais os sintomas de parvovirose?
A parvovirose tem efeitos sobretudo a nível gastrointestinal. Os cães que são infetados começam a manifestar sintomas em 5 a 10 dias após a infeção inicial.
Os sintomas mais comuns são:
- Anorexia (perda de apetite);
- Depressão;
- Vómitos;
- Febre;
- Diarreia hemorrágica (fezes muito líquidas com sangue);
- Rápida desidratação.
À semelhança de outras patologias como a esgana, os animais infetados podem desenvolver, para além do vírus, infeções bacterianas e parasitárias em simultâneo, que vão agravar o seu estado.
A morte, nestes casos, resulta da excessiva destruição das células da mucosa intestinal – provocando a desidratação – e da possibilidade de surgir um choque endotoxémico. Este choque acontece quando as bactérias que vivem normalmente no intestino passam para a corrente sanguínea.
Os cachorros que sobrevivam a esta patologia podem vir a apresentar problemas de atraso no crescimento.
Para diagnóstico desta doença recomenda-se a realização de um exame às fezes, através de um teste de despiste ou um exame ao sangue.
A parvovirose tem tratamento?
Não se conhece um tratamento eficaz contra o parvovírus. O que se faz nestes casos é controlar os sintomas apresentados pelo animal, sobretudo tentando minimizar a perda de líquidos, evitando a desidratação e combater a endotoxémia, ou seja, impedir que as bactérias do intestino cheguem ao sangue.
O tratamento passa, então, pela fluidoterapia, pela administração de antibióticos e de medicamentos para evitar os vómitos e, em caso de necessidade, por uma transfusão sanguínea.
Se a parvovirose for diagnosticada cedo e o tratamento iniciar de imediato, a maioria dos cães recupera. No entanto, há uma série de fatores que podem influenciar a recuperação do animal, como por exemplo:
- Idade do aparecimento dos sintomas;
- Se o animal já tem alguma vacina contra o vírus;
- Presença de outras infeções simultâneas com parasitas ou bactérias intestinais;
- Fatores genéticos como a raça (a doença apresenta maior fatalidade em algumas raças como Rottweiller, Husky Siberiano ou Alaska Malamute).
Como prevenir esta doença?
A melhor forma de prevenção é a vacinação. A vacina contra a parvovirose deve ser iniciada às 8 semanas de idade, altura em que os cachorros começam a perder a imunidade transmitida pela mãe durante a amamentação. Devem ser realizados dois reforços desta vacina na 12ª e na 16ª semana, respetivamente. A vacina deve ser repetida anualmente.
Em casos de risco, ou seja, em cachorros de raças suscetíveis, de mães não vacinadas, ou que vivem em canis ou locais onde existiu a doença, é aconselhada a realização de uma vacina precoce logo nas primeiras 5 a 6 semanas de vida.
Os animais infetados devem ser isolados de outros cães, devendo-se evitar a contaminação de jardins, por exemplo, locais onde a desinfeção é difícil (é impossível fazê-lo sem destruir toda a vegetação). A introdução de cachorros não vacinados em locais onde a doença existiu deve ser evitada pelo menos até aos dois anos.
Como eliminar o parvovírus?
A maneira mais eficaz de desinfeção é através da utilização de uma mistura de lixívia (hipoclorito de sódio) diluído na proporção de 1:30 em água (1 parte de lixívia em 30 partes de água).