Assunção Duarte
Assunção Duarte
29 Out, 2020 - 11:32

Os 6 maiores perigos das redes sociais

Assunção Duarte

Há quem compare as redes sociais a carros sem travões, conduzidos a grande velocidade por indivíduos com pouca experiência. Conheça os perigos das redes sociais.

Alerta para os perigos das redes sociais

Os perigos das redes sociais são reconhecidos pelos próprios gigantes tecnológicos que as criaram e as mantêm a funcionar: “Apesar de ser um otimista, não ignoro os perigos que a Internet pode provocar, mesmo no seio de uma democracia que funciona bem”, afirmou Samidh Chakrabarti, num texto publicado no Newssroom do Facebook, em janeiro de 2018.

Samidh Chakrabarti é o chefe da equipa responsável pela análise e gestão do envolvimento cívico de uma das maiores plataformas de comunicação virtual da atualidade: o próprio Facebook.

Se, por um lado, as redes sociais serviram para dar voz às pessoas anónimas e para as ajudar a desempenhar uma papel ativo junto das instituições governamentais e empresariais, por outro abriram a porta a uma série de perigos – que, até há algumas décadas atrás, ninguém suspeitava que viessem a assombrar a comunicação online.

Cabe a cada um de nós conhecer estes perigos das redes sociais para saber como evitá-los e como minimizar os danos que possam trazer à nossa vida real.

Esteja atento aos perigos das redes sociais

No topo da lista de preocupações desta equipa de trabalho estão as fake news (notícias falsas) e a facilidade com que se propagam nesta rede, e as questões de segurança e proteção da privacidade dos seus utilizadores. Mas há muito mais.

perigos das redes sociais

1. Muito tempo online afeta a saúde mental e física

Hoje, já é possível estar ligado à Internet 24 horas por dia a um custo relativamente baixo. Isso quer dizer que o uso desregulado das redes sociais é já uma realidade e pode tornar-se um vício. E, como todos os vícios, as consequências não se afiguram boas.

Apesar de ainda ser cedo para conseguir avaliar cientificamente os efeitos desta tendência na saúde mental – serão necessários mais anos para comprovar os primeiros estudos já realizados -, algumas investigações mostram que transtornos psicológicos e físicos podem estar associados ao uso excessivo das redes sociais.

Alguns exemplos são: deficit de atenção, problemas de visão e coluna, perturbação do sono e insónia, criação de uma falsa sensação de preenchimento e de uma falsa sensação de participação na vida dos outros, criação de laços superficiais, afastamento das pessoas do mundo real e dificuldade em lidar com a frustração. Por isso, reduza o tempo de utilização.

2. Redes sociais criam ansiedade e baixa auto-estima

Os mais novos e as crianças estão particularmente sujeitos a este tipo de problemas emocionais, mas os adultos também não escapam. A ansiedade é potenciada pela constante procura de aprovação para conseguir mais likes ou seguidores e a baixa autoestima é promovida pela constante comparação entre a vida real de cada utilizador e as vidas virtuais com que contacta online.

Os utilizadores publicam no seu mural mensagens que testemunhem uma vida feita de momentos bons e exuberantes, criando a ilusão de vidas fáceis e divertidas, com as quais a vida real de cada um tem dificuldade em competir.

O inverso também acontece. É possível que o acesso constante a publicações depressivas, negativas ou alarmistas aumente a ansiedade e o estado depressivo dos utilizadores. Por isso, tenha em atenção a forma como usa as redes sociais. Nem tudo o que parece, é.

3. O efeito bolha de conteúdos viciados

O desfasamento cultural também pode acontecer, criando mundos virtuais paralelos que dificilmente se tocam ou comunicam. Este distanciamento é alimentado por algoritmos que selecionam as publicações e as notícias que os utilizadores podem ver, a partir de uma análise dos likes que eles fazem na rede, criando o efeito de um utilizador fechado numa bolha de conteúdos que pouco variam ou se diversificam.

Este efeito evita que o utilizador procure saber mais e conhecer mais fora da sua zona de intervenção (amigos). Uma ferramenta que foi criada para ligar o maior número de pessoas online, acaba por fechá-las num circuito limitado de amigos, de conteúdos e de temas de conversação. Procure sair dele, na vida virtual e na vida real.

social

4. Os perigos da exposição pública

Tudo o que é colocado na Internet fica eternamente na Internet e poderá ser encontrado mais tarde por empregadores, familiares e amigos. Cada vez mais, o que as pessoas publicam nas redes sociais é utilizado para formar um perfil público da sua pessoa. A esse perfil podem aceder pessoas individuais, com boas ou más intenções, empresas ou qualquer outro tipo de organização.

As questões de segurança e seleção de conteúdos tornaram-se altamente importantes para quem usa as redes sociais e devem estar no foco de toda e qualquer utilização da comunicação online.

Os cuidados a ter com a exposição pública, como o proteger conversas confidenciais e informações demasiado pessoais, devem ser prioritários porque essa exposição pode afetar negativamente a sua vida pessoal e profissional.

5. Questões de segurança: evitar o assédio

Dar constantemente informações sobre a sua vida real, morada, contactos, localização geoespacial não é boa ideia. Não está de todo a seguir o conselho que a sua mãe lhe deve ter dado quando era criança: “não fales com estranhos”.

O distanciamento físico que a comunicação online proporciona parece atenuar a pertinência deste conselho, mas é apenas uma ilusão. Há coisas que não deve partilhar nas redes sociais. A exposição pública é tão perigosa para a sua intimidade e sucesso profissional como para a sua segurança física. Guarde tudo o que é pessoal para os seus amigos reais ou para grupos de conversação privada.

6. Proteja as crianças

As crianças são particularmente vulneráveis às questões de segurança. Limite a publicação de fotos dos seus filhos, das suas rotinas e hábitos diários. Tenha consciência que as suas ações no mundo virtual podem ter graves consequências no mundo real.

Proteja as crianças ensinando-as também a ter comportamentos seguros de utilização das redes sociais, de forma a que possam aproveitar o que de melhor elas oferecem, sem sofrer com o seu lado mais negro e perigoso.

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