Catarina Reis
Catarina Reis
17 Set, 2018 - 14:54

O primeiro dia na creche não tem que ser um pesadelo com estas 10 dicas

Catarina Reis

O primeiro dia na creche é antecipado pelos pais com muito nervosismo. Não desespere: damos sugestões para superar este dia da melhor forma possível.

O primeiro dia na creche não tem que ser um pesadelo com estas 10 dicas

Ainda não é a sério, mas no fundo é. É com estas palavras que os pais resumem a sua ansiedade no dia em que os seus pequenos entram na creche. O primeiro dia na creche é um dia especial, não só porque as crianças dão um passo em frente no seu desenvolvimento, mas também porque lembra que o dia da entrada na escola primária não está tão longe quanto isso.

Primeiro dia na creche? Damos sugestões para enfrentá-lo

É sempre difícil prever de que forma é que as crianças se vão adaptar a um novo contexto – por muito que conheça os seus filhos, o modo como eles irão reagir na creche é sempre uma incógnita. Sendo assim, há que estar preparado para tudo. Embora a creche seja uma experiência agradável para a maioria das crianças, é provável que muitas não se adaptem imediatamente, particularmente no seu primeiro dia.

Mais difícil para os pais ou para as crianças?

Apesar disso, muitas vezes subestimamos a capacidade de adaptação das nossas crianças: em muitas situações ela supera a dos adultos. A verdade é que as crianças mais pequenas vivem inteiramente no presente, e por isso, não antecipam a chegada à creche até ao momento em que se encontram efetivamente nesse contexto.

Nesse momento, podem mostrar-se seguras e curiosas em relação ao novo contexto, ou receosas, envergonhadas, chorosas. Importa que se saiba que, muitas vezes, as crianças demonstram alguma tensão porque as suas principais figuras de vinculação – os pais – se encontram, elas mesmas, tensas há dias ou semanas. O stress e ansiedade nesta situação são repartidos entre pais e filhos. Os primeiros sentem-se ansiosos pelas razões já expostas; os segundos, poderão sentir falta dos pais, ou estranheza em relação às educadoras e restantes crianças, ao longo do dia.

Então, o que fazer para preparar o primeiro dia de creche envolvendo o mínimo de stress possível?

primeiro dia na creche

Aqui ficam as nossas sugestões para que o primeiro dia na creche seja suave para a criança e os seus educadores.

1. Aumente a confiança social dos seus filhos

A socialização com outras crianças é uma competência que tem que ser adquirida gradualmente, e esse processo será mais fácil para umas do que para outras. Se o seu filho já estiver habituado a socializar com outras crianças, o processo vai ser mais fácil. Portanto, fomente isso.

Não espere grandes desenvolvimentos no início – as crianças costumam brincar umas ao lado das outras em vez de o fazerem em conjunto até terem cerca de três anos de idade. Não se esqueça de ficar sempre por perto enquanto elas brincam, pois é normal entrarem em conflito na disputa de brinquedos.

Se não conhece outros pais com crianças da mesma idade ou não que a sua, inscreva-se em atividades para famílias. Mas não basta estar lá: encoraje o seu filho a interagir, a ser autónomo de si e a brincar sozinho e com outras crianças.

2. Permita que o seu filho leve um objeto pessoal que lhe traga conforto

Peça ao seu filho que traga um pequeno objeto pessoal de casa para a creche, de forma a aliviar a ansiedade da separação e tranquilizá-lo. Esse objeto poderá ser uma boneca, um cobertor, um livro de que ele goste, etc. A importância destes objetos é fulcral: dão uma sensação real de segurança às crianças num ambiente desconhecido.

3. Seja afetivo

Abrace-o várias vezes e dê-lhe a mão. Quanto uma criança se sente em perigo, abraçar é uma das coisas mais eficazes a fazer. O ato de abraçar ou segurar a mão facilita a libertação de oxitocina, uma hormona que ajuda a reduzir o nível de cortisol, associado ao stress.

primeiro dia na creche

4. Visite a creche antes de chegar o primeiro dia

Visite a creche sem o seu filho pela primeira vez. À segunda, leve-o, informalmente, e veja como ele responde ao ambiente. As suas reações poderão ser uma boa pista para como será o seu primeiro dia na creche. Se não sentir que a reação é positiva, leve-o mais algumas vezes, as que considerar necessárias para que o seu filho se comece a ambientar. Por entre essas visitas, em casa, fale de forma positiva sobre a escola, as suas atividades, os funcionários e as outras crianças. Identifique se surge alguma preocupação no seu filho.

5. Quando se despedir, explique de uma forma clara que irá voltar mais tarde

Por vezes subestimamos a capacidade de compreensão das crianças mais pequenas. Sabia que, no primeiro ano de idade, antes de começar a falar, o vocabulário de uma criança pode ultrapassar as mil palavras? O seu filho pode não ser capaz de falar, mas compreende muito mais do que imagina.

As crianças pequenas reagem bem às explicações sobre o que está/vai acontecer. Mesmo que a criança pareça não estar a prestar atenção ao que diz, ou mesmo que se mostre perturbada com a separação, diga-lhe que vai passar uma parte do dia a brincar na creche enquanto a mãe/o pai vai trabalhar, e que às “x” horas voltará para vir buscá-la ao mesmo sítio.

6. E se ele/ela não come?

O suprir das necessidades básicas está no centro dos interesses de uma criança em idade pré-escolar. Qualquer contrariedade no que toca à alimentação pode dar mau resultado! Informe o staff da creche de como o seu filho gosta de comer – muitas crianças fazem questão de serem elas próprias a comer, e não toleram que sejam outros a dar-lhes a comida. Tente também perceber junto da creche se eles deverão usar colher ou garfo nas refeições, ou se podem usar as mãos. Se tiver que usar talheres, pratique em casa algum tempo antes. Trate de informar as educadoras sobre alguma intolerância alimentar do seu filho.

7. Não vire as costas abruptamente ao seu filho quando o deixar na creche no primeiro dia

Pode ser tentador vir embora sem que ele se aperceba, e sem se despedir, mas isso ainda causará mais medo e pânico na criança. Por muito que ele esteja distraído nalgum momento, assim que se lembrar de procurar os seus pais, e não os encontrar, o resultado será muito provavelmente uma explosão de choro. A simples presença dos pais, nem que seja ao longe, sem qualquer intervenção, é muito positiva para a criança.

Todo o processo deverá ser gradual – poderá demorar até dez semanas até que se habituem à ausência da mãe e do pai. Somos pela honestidade na relação com as crianças: é preferível gerir um choro porque disse à criança que se ia embora, do que um choro motivado pela “descoberta” de que se foi embora de surpresa, enquanto a criança brincava. Pode não acreditar, mas este tipo de coisas pode afetar a confiança da criança em si e nas outras pessoas.

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