Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
03 Abr, 2023 - 16:05

Semana Santa de Sevilha: tradição, penitência e… flamenco

Mónica Carvalho

A Semana Santa de Sevilha é uma das mais conhecidas celebrações da Páscoa no mundo. Aproveite para um salto à Andaluzia.

Semana Santa de Sevilha

Começamos com o que é de mais tradicional: as “tallas de Vírgenes bajo palio”, como referimos, são as protagonistas da Semana Santa de Sevilha. Estas figuras barrocas com coroas de prata ou de ouro, mantos bordados e túnicas de veludo que só deixam ver o rosto e as mãos deixam imediatamente antever a importância histórica da celebração.

Afinal, a Semana Santa de Sevilha é realizada desde o século XVI e é conhecida um pouco por todo o mundo. E até a população é chamada a participar: mais de 50 mil pessoas vestem-se de nazarenos para desfilar nas 58 procissões que se organizam, enquanto os “costaleros” carregam as imagens religiosas às costas.

Durante este período, há procissões todos os dias, à tarde e à noite, havendo, assim, tempo para que cada confraria saia de sua igreja e faça o percurso que lhe foi destinado. Mas há um ponto em comum.

Devido à chamada “corrida oficial”, todos têm de começar na Rua Campana e terminar na Catedral. Pelo caminho, é possível escutar as “saetas” – canções flamengas que as pessoas cantam à varanda e janela, em homenagem às imagens que passam.

O momento mais importante é a madrugada da Sexta-Feira Santa, altura em que algumas das imagens mais veneradas como o Jesús del Gran Poder, a Macarena, a Esperanza de Triana ou o Cristo de los Gitanos saem à rua. Há festa durante toda a noite, até ao nascer do sol. E ainda assim, as filas para testemunhar cada momento são sempre longas.

Compreender a Semana Santa de Sevilha

Ainda que estejamos habituados a cerimónias religiosas marcantes e que atraiam população, acredite: nada é como a Semana Santa de Sevilha. Todos os anos, a cidade receber cerca de um milhão de turistas que acompanham cada momento com antecipação e o fervor que lhe são associados.

Porém, precisamente por ser tão diferente do habitual, há que compreender o que por lá se passa. Estes são os termos mais importantes:

  • Marcha: cada procissão que sai à rua é acompanhada por uma banda musical que toca as “marchas” da irmandade a que pertencem desde sempre;
  • Cruz-guia: trata-se de um dos símbolos presentes nas procissões da Semana Santa em Sevilha e representa uma cruz que é sustentada pelos nazarenos;
  • Fiel: nome dado a cada um dos peregrinos e fiéis que se reúnem em determinadas partes da cidade por onde passam as procissões;
  • Nazarenos: são os membros das irmandades que fazem parte da procissão e que carregam consigo todas as insígnias e velas. Geralmente trazem o rosto coberto com uma máscara, usam capuz e andam descalços;
  • Mistério de Cristo: trata-se do degrau ou carruagem que carrega as estátuas das várias igrejas e não tem de ser necessariamente a imagem Cristo, visto que podem ser outras figuras religiosas que têm a finalidade de representar o Paixão de Cristo;
  • Porteiros: aqueles que transportam os “pasos” (carruagem), que fazem parte da irmandade do mistério e que transportam a carroça da sede à catedral;
  • Penitentes: fiéis que fazem penitência, acompanhando as procissões, e que carregam cruzes de madeira.
Mulheres na semana santa de Sevilha

Semana Santa de Sevilha: spots para ver tudo

Dada a quantidade de gente que visita a cidade nesta altura, é importante ter em consideração que precisa de muito tempo e paciência para testemunhar tudo em primeira mão.

Estes são os melhores locais para ver as procissões: pelas ruas do centro, Bairro de Triana, La Macarena, El Arenal, ponte de Triana, Rua Alvarez Quintero e Praça Alfa.

Se estiver disposto a gastar mais algum, então, pode comprar um lugar nas bancadas que são montadas ao longo da cidade e cujo valor pode chegar às centenas de euros.

As festividades da Semana Santa de Sevilha decorrem de 2 a 9 de abril e será um dos festejos mais vistosos e emotivos. É o momento ideal para observar in loco a devoção, a arte, o colorido e a música que se misturam de forma harmoniosa para lembrar a morte de Jesus Cristo.

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