Paula Carvalho
Paula Carvalho
21 Set, 2017 - 12:50

6 brincadeiras antigas que tem mesmo de ensinar aos seus filhos

Paula Carvalho

Os seus filhos só pensam em consolas, tablets e televisão? Então está na altura de lhes ensinar estas 6 brincadeiras antigas absolutamente irresistíveis.

6 brincadeiras antigas que tem mesmo de ensinar aos seus filhos

Quando pensa nos dias felizes da sua infância, não visualiza imediatamente uma série de brincadeiras antigas absolutamente inesquecíveis, de tão divertidas que eram? Nós também. E não sente pena ao ver os seus filhos tão alheados desse mundo da infância tradicional, desses jogos que nos levavam a tombar na cama ao cair da noite, quase inanimados de tanta correria? Nós também.

Tanto assim, que decidimos apresentar-lhe uma pequena cábula dessas brincadeiras antigas que tanto nos agradavam, para que possa ensinar e incentivar os seus filhos a experimentá-las. Ignore os protestos e as caras amuadas: no final, vão agradecer-lhe de joelhos! Siga-nos, então, neste regresso ao passado.

6 brincadeiras antigas que vão seduzir os miúdos de hoje

As escondidas

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Número de jogadores: 3 ou mais
Material: desnecessário
Jogo:

  • Define-se qual é a pessoa que vai procurar e quais as que se vão esconder;
  • A que vai procurar tapa os olhos, encosta-se a uma parede e conta até 100, enquanto as outras tentam encontrar os melhores esconderijos possíveis;
  • Quando acaba de contar, a pessoa que vai partir à procura grita “Prontos ou não, aí vou eu!” e começa, então, a tentar encontrar as que estão escondidas, uma a uma;
  • Se as encontrar a todas, a primeira que foi descoberta passa a ser a nova pessoa que vai ter de procurar as outras;
  • Mas, existem duas estratégias de fuga para quem está escondido: a primeira é aproveitar que a pessoa que anda à procura está longe da parede onde fez a contagem, correr até lá, bater três vezes e gritar “Um, dois, três, salvo/a!”; a segunda, mais dramática, é a última pessoa que falta ser encontrada fazer exatamente a mesma coisa, mas gritar “Um, dois, três, salvo todos!”. Neste caso, volta a ser a pessoa original a ter de procurar todas as outras novamente.

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A macaca

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Número de jogadores: 3 ou mais
Material: uma pedra lisa, a chamada “patela” e giz
Jogo:

  • Com o giz, desenhar uma “macaca” no chão: comece com três quadrados alinhados, uns por cima dos outros; depois mais dois, lado a lado e alinhados pelo meio dos três primeiros; depois novamente um isolado, centrado; por fim, outros dois, lado a lado;
  • Atira-se a pedra para o primeiro quadrado; salta-se ao pé coxinho para dentro do segundo quadrado e, a partir daí, percorre-se toda a macaca dessa forma, exceto nos quadrados duplos, nos quais se põe um pé de cada lado; regressa-se novamente ao primeiro quadrado, apanhando a patela antes de sair;
  • O objetivo é repetir esta sequência para todos os quadrados, avançando sempre aquele no qual está a pedra e tendo em atenção que, ao lançá-la, esta tem de parar dentro das linhas do quadrado pretendido; paralelamente, o jogador, ao saltar, também não pode pisar essas mesmas linhas;
  • Se o jogador fizer toda a sequência dentro das normas, ganha; caso a pedra caia fora, ou o salto não seja certeiro, passa-se a outro jogador.

A “cabra cega”

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Número de jogadores: 4 ou mais
Material: um lenço bem opaco
Jogo:

  • Define-se uma área relativamente pequena, lisa e sem buracos para ser o “campo de jogo”;
  • De entre o grupo, escolhe-se aleatoriamente um jogador para ser a “cabra cega” e vendam-se-lhe os olhos com o lenço;
  • Os restantes jogadores colocam-se em círculo em torno da “cabra cega”, que se encontra de cócoras, e dirigem-se a ela, seguindo-se este diálogo:

– Cabra-cega, donde vens?..
– Venho da serra.
– O que me trazes?..
– Trago bolinhos de canela.
– Dá-me um!..
– Não dou.
– Gulosa, gulosa, gulosa…

  • Nesse momento a “cabra cega” levanta-se e deve tentar apanhar qualquer um dos outros participantes, que andam à roda à sua volta, enquanto lhe vão tocando e dizendo “Cabra cega!”;
  • Se conseguir apanhar alguém, essa pessoa deve manter-se completamente silenciosa e a “cabra cega” tem de descobrir de quem se trata, apenas pelo tato;
  • Se não conseguir, continua o jogo; se conseguir, esse jogador passa a ser a “cabra cega”, e assim sucessivamente.

O pião

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Número de jogadores: 2 ou mais
Material: um pião e respetivo cordel
Jogo:

  • Desenhar um círculo no chão, com um diâmetro de cerca de 1,5 metros;
  • Enrolar bem o cordel à volta do pião, sem folgas;
  • Segurando o dito cordel pela extremidade solta, atirar o pião em direção ao círculo, dando um impulso de forma a que este fique a girar sobre o seu próprio eixo;
  • O objetivo é que o pião se mantenha dentro da linha, sempre a girar e, se possível, atirando com os piões dos outros jogadores para fora da mesma.

Os berlindes

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Número de jogadores: dois ou mais
Material: meia dúzia de berlindes para cada jogador
Jogo:

  • No terreno de jogo fazem-se três covas, dispostas em linha reta, a alguma distância umas das outras;
  • Cada jogador lança o seu berlinde, dando o impulso através de um piparote com o dedo indicador; o que conseguir colocar o berlinde mais longe inicia o jogo;
  • O objetivo é conseguir inserir os berlindes, sucessivamente, nas três covas; quando se consegue, inicia-se o percurso no sentido inverso;
  • No entanto, o jogo torna-se mais interessante porque os jogadores que vão conseguindo completar estas etapas, ganham o direito de tentar acertar nos berlindes dos outros com o seu; se conseguirem, apoderam-se dos mesmos.

O senhor barqueiro

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Número de jogadores: o máximo possível
Material: desnecessário
Jogo:

  • Duas crianças escolhem cada uma o nome da fruta, gelado, país, flor, etc. que preferem, sem o revelar a mais ninguém;
  • Depois, de frente uma para a outra, dão as duas mãos e elevam os braços, formando uma espécie de ponte;
  • As restantes crianças fazem uma fila grande e vão passeando em comboio e passando por baixo da “ponte”, enquanto cantam a seguinte canção:

– Ó senhor barqueiro, deixe-me passar, tenho filhos pequeninos, não os posso sustentar.
– Passará, passará, mas algum ficará, se não for a mãe da frente, é o filho lá de trás.

  • Quando a última criança passa pelo arco da “ponte”, é retida pelas duas que o formam, sendo-lhe colocada uma questão: qual o nome que prefere, dos dois que lhe são apresentados;
  • Em função da escolha, coloca-se em linha atrás da criança que também o havia selecionado originalmente;
  • O jogo continua, até que já não haja mais crianças na fila;
  • No final, faz-se um risco no chão a dividir os dois grupos que se formaram, em função dos nomes escolhidos;
  • As duas crianças que estão à frente das filas dão as mãos e depois ambos os grupos vão puxar com o máximo de força para trás – o primeiro grupo a passar a linha, perde o jogo.

Gostou de recordar estas brincadeiras antigas? Ainda se lembrava de todas? Estamos certos que sim, se bem que algumas certamente com detalhes algo distintos, provavelmente adaptados à região do país em que as jogava. Agora só tem de recrutar os seus filhos, alguns amigos e garantir que estes jogos, que fazem parte da nossa memória coletiva, não se perdem no esquecimento dos tempos modernos. Divirta-se!

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