A popularidade dos veículos com mudanças automáticas tem vindo a crescer em Portugal.
A facilidade de condução, sobretudo em meio urbano, e a aposta crescente dos fabricantes neste tipo de transmissão levam muitos candidatos a considerar tirar a carta de condução diretamente num carro automático.
A decisão pode trazer várias vantagens, mas envolve também limitações legais que é importante conhecer.
No entanto, fique ciente de que este é um tipo diferente de licença de condução e, como tal, tem as suas limitações.
Carta com mudanças automáticas: todo o processo
O processo de obtenção da carta em veículos automáticos não difere muito daquele que se realiza em veículos manuais. O candidato frequenta as aulas teóricas, realiza o exame de código e cumpre as aulas práticas obrigatórias.
A diferença fundamental está no automóvel utilizado, ou seja, tanto as aulas práticas como o exame de condução decorrem num carro automático.
Este fator tende a simplificar a aprendizagem, já que o candidato não precisa de lidar com a embraiagem nem com as mudanças de velocidade, podendo assim concentrar-se melhor no trânsito, na sinalização e nas regras de condução defensiva.
Não dá para tudo
Contudo, a carta de condução obtida desta forma vem acompanhada de uma restrição. No título fica assinalado o código comunitário 78, que significa que o condutor apenas está autorizado a conduzir veículos com mudanças automáticas.
Na prática, isto exclui a possibilidade de conduzir veículos manuais, mesmo que surja essa necessidade no futuro.
Esta limitação pode revelar-se incómoda em certas circunstâncias, como no aluguer de viaturas em destinos onde os automáticos são menos comuns, na compra de carros em segunda mão, onde a oferta de modelos manuais ainda é mais alargada, ou em contextos profissionais.
Converter a carta
Existe, no entanto, a possibilidade de converter esta carta. O condutor que inicialmente se habilitou apenas para automáticos pode, mais tarde, realizar uma prova prática adicional em veículo manual e, com isso, eliminar a restrição.
Não é necessário repetir o exame de código, nem voltar a frequentar toda a formação, embora seja recomendável alguma preparação específica antes da prova.
Escolher tirar a carta num veículo com mudanças automáticas tem vantagens evidentes, sobretudo para quem valoriza simplicidade e conforto ao volante ou para quem tem dificuldades em lidar com a coordenação entre embraiagem e mudanças.
Além disso, com a crescente aposta nos veículos elétricos (que são todos automáticos) esta opção está cada vez mais alinhada com o futuro da mobilidade.
No entanto, convém ponderar as desvantagens associadas, nomeadamente a limitação legal de não poder conduzir manuais e a eventual necessidade de realizar um exame adicional.