David Afonso
David Afonso
11 Mar, 2021 - 16:47

Perfil do condutor português: conheças as principais características

David Afonso

Sabia que existe um perfil para o condutor português? Descubra as principais características de quem circula pelas estradas portuguesas e os seus hábitos.

condutor português no trânsito

Alguma vez pensou no perfil do condutor português? Entre os cuidados com o seu carro, comportamentos na estrada, escolha de transporte, quantos quilómetros percorre anualmente, há estatísticas que permitem traçar um perfil sobre quem percorre as estradas de Portugal.

Para isso, vamos desconstruir um estudo realizado pelo Automóvel Club de Portugal, entre abril e julho de 2017, a cerca de 6.500 condutores. Este estudo procurou abordar os mais diversos pontos rodoviários.

O que é ser um condutor português?

Com efeito, para traçar este perfil vamos, então, recorrer a alguns destaques, à data de publicação, deste estudo. Eles são:

Número de carros p/habitantes

Os condutores portugueses são cada vez mais adeptos do carro. Neste sentido, verifica-se um aumento da taxa de motorização, que se traduz em 459 automóveis por cada mil habitantes.

Uma das razões para a predominância do automóvel, prende-se com a sua flexibilidade, sobretudo quando há percursos intermédios, como levar crianças à escola ou jardim de infância.

A condução “própria” é o primeiro meio de mobilidade

Três em cada quatro condutores conduzem diariamente, sendo, também, a quase totalidade, condutores de veículos ligeiros.

O segundo modo de transporte mais frequente são os transportes públicos, com cerca de 10%, seguido da deslocação a pé, com 7% das preferências. Já para 3,5% a moto é o meio de eleição e apenas 0,2% escolhe deslocar-se de bicicleta.

Distância percorrida diariamente

47% dos condutores faz entre 50 a 200 km por semana. 78% dos inquiridos fazem principalmente o trajeto casa-trabalho.

Privilegia-se o conforto e a privacidade em detrimento do estatuto social e do estilo de vida associados à posse do automóvel.

Carros “em casa”

90% dos inquiridos possui pelo menos um veículo no seu agregado familiar e mais de 65% dos agregados familiares têm dois ou mais veículos. Isto corresponde a uma média de 1,89 viaturas por agregado e uma taxa de motorização de 459 veículos por cada mil habitantes.

Surpreendente é ainda o facto de o número de agregados familiares com quatro ou mais veículos já totalizar 11%, enquanto os que possuem três veículos são 17%.

A título de curiosidade, as motos integram o parque motorizado de 8% dos agregados familiares.

Parque automóvel

Cada carro em Portugal tem em média 9,3 anos e mais de 40% do parque tem mais de 10 anos. Os automóveis ligeiros representam 70% do parque automóvel.

Destes, os utilitários têm maior predominância (46%), seguidos pelos sedan/station e apenas em terceiro lugar os SUV (registam 14%).

Em 2020, os números do parque automóvel em Portugal tiveram uma atualização, referente a tempo de vida de cada veículo.

Tipo de combustíveis

A maioria dos automóveis ligeiros são movidos a gasóleo (58%), 40% a gasolina, e os híbridos, e elétricos 2%.

Comportamento ao volante do condutor português

A maioria dos condutores (57%) já foi mandada parar pelas brigadas de trânsito. A maioria dos inquiridos refere que não esteve envolvida, nem teve familiares ou amigos, envolvidos em acidentes rodoviários graves.

Segurança rodoviária

À data do estudo, 24% dos condutores afirmava que a condução dos portugueses estava melhor em comparação com 2015. Isto deve-se, sobretudo, ao maior rigor das leis e das autoridades.

No entanto, 68% considerava estar pior ou igual.

Falhas na condução

O uso do telemóvel durante a condução revelou-se preocupante, enquanto fator de distração. 47% dos inquiridos admite falar ao telemóvel enquanto conduz, seja através do sistema mãos livres ou pegando mesmo no aparelho.

Três em cada quatro condutores consideram mais seguro usar o sistema de mãos livres para falar ao telemóvel enquanto conduzem.

70% refere que o veículo que conduz não possui o sistema de controlo de voz.

Para além disso, importa ainda referir que 19% dos inquiridos já adormeceu ao volante, mesmo que momentaneamente.

Ensino Rodoviário

A maioria dos condutores atribui avaliação positiva às escolas de condução e centros de inspeção periódica. Porém, o estado de conservação e sinalização das estradas regista avaliação negativa.

A maioria concorda com a atual forma de avaliação/aprovação de novos condutores, tanto relativamente aos exames de código (55%) como aos exames de condução (52%).

Medidas a alterar

35% dos condutores afirma ter pouca informação sobre a carta por pontos, mas a maioria (54%) diz que esta medida irá melhorar o comportamento dos condutores.

Verifica-se um desconhecimento geral sobre as alterações à renovação da carta de condução, sendo o encurtamento dos períodos de renovação a principal alteração recordada pela maioria dos condutores (9% do total da amostra dos condutores).

Medidas para melhorar a segurança dos ciclistas geram consenso junto dos condutores, sendo o uso de capacete para circular nas localidades e estradas nacionais a que reúne maior consenso: 89%”.

E com a COVID-19 existiram mudanças nos hábitos do condutor português?

mulher com máscara a ajustar o espelho retrovisor do carro

Fazendo agora uma viagem no tempo, para 2021, recentemente foi publicado um estudo sobre o “Novo Normal”, com a situação da pandemia da COVID-19. Este estudo da LeasePlan, em conjunto com a Ipsos, avalia o impacto da COVID-19 nos hábitos de mobilidade em todo o mundo.

No caso de Portugal, os destaques são os seguintes:

  • 87% dos portugueses sente-se mais confortável a usar um carro em vez de outro meio de transporte;
  • Em Portugal, 78% dos inquiridos estão mais preocupados com as alterações climáticas como uma ameaça global desde o início da pandemia da COVID-19. Esta maior consciencialização fez com que estejam muito mais predispostos a mudar para um veículo elétrico de zero emissões no futuro, com o objetivo de reduzirem a sua própria pegada de carbono e ajudarem a manter a melhor qualidade do ar experimentada no início da pandemia, com 64% dos portugueses a terem esta preocupação.

Sem dúvida que, a intenção da viatura própria é imperativa, assim como a ideia de trocar de veículo, no caso, para elétricos ou híbridos.

Com efeito, o condutor português, apesar de os dados do estudo serem referentes a 2017, não deixam de ser transversais aos anos mais recentes. É um facto que cada vez mais existe uma consciência coletiva de otimização da mobilidade.

Além disso, mostraram também que medidas para uma condução mais segura e defensiva são necessárias para melhorar a circulação nas estradas portuguesas.

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