Raquel Pacheco Neves
Raquel Pacheco Neves
30 Jan, 2017 - 16:31

Doença celíaca: sintomas e tratamento

Raquel Pacheco Neves

A doença celíaca caracteriza-se pela intolerância alimentar à gliadina do glúten, um proteína encontrada no centeio, trigo, cevada e aveia. Saiba identificar os sintomas.

Doença celíaca: sintomas e tratamento

doença celíaca é uma doença autoimune do intestino, gerada por uma sensibilidade permanente ao glúten em indivíduos geneticamente suscetíveis.

Esta doença pode resultar do cruzamento de três fatores: ambientais (temos como exemplo a introdução precoce do glúten na alimentação dos bebés), imunológicos e genéticos, sendo os grupos de risco a rastrear:

  • Diretos (1º grau de parentesco);
  • Diabetes Mellitus tipo 1;
  • Dermatite Herpetiforme;
  • Tiroidite Autoimune.

A doença celíaca pode aparecer em qualquer idade, desde que o glúten já tenha sido introduzido na alimentação, mas o habitual é surgir pelo segundo ou terceiro semestre de vida (entre os 6 e 20 meses de idade), algum tempo após a introdução de alimentos com glúten na alimentação (papas, pão, bolachas, etc.).

Doença celíaca: sintomas

Nos adultos a doença celíaca apresenta-se muitas vezes de forma atípica e com queixas transitórias. Os sintomas mais comuns da doença celíaca variam conforme a idade, sendo que, dentro de cada faixa etária, podem também variar em frequência e intensidade.

Os mais comuns sintomas da doença celíaca são:

  • Dor abdominal;
  • Diarreia;
  • Flatulência;
  • Distensão do abdómen;
  • Fraqueza;
  • Perda ou dificuldade para ganhar peso;
  • Queda de cabelo;
  • Redução do apetite;
  • Feridas de pele;
  • Anemia;
  • Atraso no crescimento em crianças;
  • Infertilidade.

Nas crianças, a forma clássica da doença celíaca apresenta-se com sintomas gastrointestinais, que têm início entre os 6 meses e 2 anos, depois da introdução do glúten na alimentação. Quando o diagnóstico é efetuado tardiamente, podem verificar-se situações de malnutrição.

Observa-se, no entanto, que os sintomas da infância podem desaparecer na adolescência, para reaparecer depois na maturidade ou mesmo na velhice.

Prevenção da doença celíaca

Como a doença tem uma base genética importante, em geral, não há medidas específicas de prevenção, além do aconselhamento genético em familiares portadores da doença. Por isso é necessário fazer um rastreio dos familiares de primeiro grau de pacientes portadores de doença celíaca, mesmo que não tenham sintomas da doença.

Tratamento da doença celíaca

O único tratamento cientificamente provado para a doença celíaca consiste em efetuar uma dieta isenta de glúten para toda a vida. Isto é, não poder ingerir os alimentos que contenham farinha de cevada, centeio, aveia e trigo.

Este tratamento só deve ser iniciado após a confirmação do diagnóstico o que, na maioria dos casos, exige a realização da biópsia intestinal. Há evidência que pequenas quantidades de glúten na dieta não causam quaisquer sintomas imediatos no doente mas lesam a mucosa intestinal, aumentando o risco de desenvolver cancro no tubo digestivo, doenças autoimunes, alterações do metabolismo ósseo, problemas relacionados com a fertilização, alterações neurológicas e psiquiátricas. Estas razões são mais que suficientes para que a dieta seja cumprida de forma muito rigorosa.

Felizmente, o intestino tem uma grande capacidade de regeneração pelo que, se a dieta for cumprida, permite o desaparecimento das manifestações clínicas assim como a normalização da mucosa intestinal.

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