Catarina Reis
Catarina Reis
10 Out, 2019 - 09:58

Estilos de aprendizagem – qual é o seu?

Catarina Reis

Conheça algumas das teorias sobre estilos de aprendizagem mais comuns em Portugal e descubra com as quais mais se identifica.

alunos divertidos na sala de aula a estudar

Saber identificar os diferentes estilos de aprendizagem pode ser benéfico quer para si, e porque aprendemos ao longo de toda a vida, quer para orientar os seus filhos no seu percurso educativo.

Por trás de qualquer aprendizagem encontramos processos psicológicos complexos. Cientistas da educação, psicólogos, neurocientistas e outros investigadores nas áreas das ciências sociais e humanas tentam, há décadas, desvendar os seus segredos!

Apesar de ainda não se saber tudo sobre como aprendemos, uma coisa é certa: cada indivíduo apresenta uma forma única de aprender. Os estilos de aprendizagem são modos distintos de cada indivíduo absorver, compreender e reter informações que são emitidas a partir de uma fonte. Essa fonte pode ser um livro, uma pessoa, uma experiência de vida… Enfim, qualquer fonte de informação passível de interpretação e integração com significado.

A utilidade dos diferentes estilos de aprendizagem

Os estilos de aprendizagem são uma ferramenta útil para que as escolas e as empresas possam alcançar melhores resultados no que diz respeito aos seus métodos de ensino e formação, ao reconhecer à partida que, embora muitas vezes os mesmos conteúdos sejam transmitidos a um grupo de pessoas, o modo de serem apreendidos pelo recetor varia sobremaneira.

Educação verdadeiramente personalizada

Uma educação personalizada e ajustada aos estilos de aprendizagem individuais tem mais hipóteses de ser bem sucedida. Por outras palavras, permitir que os alunos aprendam conteúdos ajustando as estratégias à sua forma natural de aprender ​​aumentará sua confiança, além de tornar o processo mais agradável para os envolvidos.

Todos diferentes, todos válidos!

Os estilos de aprendizagem de cada pessoa encontram-se sempre dependentes de fatores cognitivos, emocionais e ambientais, bem como da sua história de vida. Assim, se podemos afirmar que cada pessoa tem um estilo de aprendizagem diferente, também podemos dizer que a forma preferencial de aprendizagem se altera em função da idade, do contexto de vida, das mudanças na personalidade e dos acontecimentos marcantes vividos ao longo da vida.

Quais são os estilos de aprendizagem que podemos considerar?

três jovens a estudar com cadernos e computadores

Existem várias teorias diferentes sobre estilos de aprendizagem. Contudo, vamos focar-nos em duas das mais aceites. E antes que avance neste artigo, alertamos para o facto de não ser possível categorizar de forma estanque as experiências de aprendizagem: considere sempre os estilos de aprendizagem como métodos que uma pessoa usa preferencialmente.

1. Modelo VARK

Uma das teorias é o modelo VARK, do teórico educacional Neil Fleming, que considera que os estilos de aprendizagem dos alunos se enquadram em quatro categorias:

  • Estilo de aprendizagem visual;
  • Estilo de aprendizagem auditivo;
  • Estilo de aprendizagem baseado em leitura e escrita;
  • Estilo de aprendizagem cinestésico.

Estilo de aprendizagem visual: o aluno que se enquadra neste estilo de aprendizagem tem preferência por recorrer ao uso de imagens, mapas, ou gráficos para melhor apreender a informação transmitida. Mas não recorrem a estímulos visuais apenas no processo de aprendizagem: fazem uso desse aspecto também quando comunicam as suas ideias a outros.

Estilo de aprendizagem auditivo: as pessoas que se enquadram neste estilo são aquelas que melhor apreendem novos conteúdos através do ato de ouvir, nomeadamente através de discurso falado, por exemplo. Estes alunos costumam dar-se bem ao participar em discussões em grupo. É também comum lerem em voz alta e repetirem as ideias de modo a ouvirem a própria voz como técnica para memorizar informação.

Estilo de aprendizagem baseado em leitura e escrita: os alunos com tendência para ler e escrever fazem-no porque apreciam e dão-se particularmente bem a assimilar informação através das palavras graficamente representadas. Trata-se daquelas pessoas que tendem a fazer apontamentos de tudo o que ouvem, vêem, assimilam, e também dos conceitos que pretendem comunicar.

Estilo de aprendizagem cinestésico: há alunos que aprendem melhor através de representações táteis de informação, ou seja, mexendo nos objetos, praticando diretamente sobre o que estão a aprender.

2. Modelo Kolb

Os estilos de aprendizagem de Kolb são outra teoria bastante usada e referida de um modo universal nas escolas e empresas. Baseia-se no facto de que os estilos de aprendizagem de cada um estarem diretamente relacionados com a nossa genética, experiências de vida e ambiente.

Também aqui se distinguem 4 níveis de aprendizagem distintos.

O convergente: pessoas com este estilo de aprendizagem têm competências dominantes na aplicação prática de ideias e saem-se particularmente bem em situações em que há uma só melhor solução ou resposta a um problema.

O divergente: as competências principais na aprendizagem dos divergentes situam-se nas áreas de imaginação e criatividade, encontrando-se em total oposição em relação aos convergentes. Estas pessoas conseguem ter facilidade em ver o panorama geral das coisas. São criativas e emocionalmente fortes e sentem prazer em recorrer habitualmente ao brainstorming para alcançarem novas ideias.

O assimilador: estas pessoas aprendem mais facilmente conteúdos relacionados com tudo o que sejam teorias, tendo mais competências para lidar com informações que requerem números. Indivíduos que trabalham em matemática e ciências tendem a apresentar este estilo de aprendizagem. Os assimiladores também sentem afinidade com tipos de trabalhos que envolvam planeamento e pesquisa.

O acomodador: trata-se do tipo de aluno que, ao contrário do assimilador, tem mais propensão para a prática e não para teorizar. Gosta de aplicar tudo o que aprende no mundo real. De todos os estilos de aprendizagem de Kolb, este é o que mune mais e melhor o indivíduo a  responder de forma espontânea a novas informações.

Agora que ficou a par de duas das principais teorias sobre estilos de aprendizagem, pode estender e aprofundar a sua pesquisa para conseguir compreender melhor qual o estilo em que se enquadra. Ao compreender melhor os seus mecanismos de assimilação de informação irá conseguir aprender de forma mais eficiente!

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