Inês Silva
Inês Silva
28 Jan, 2020 - 11:24

Fazer preço de serviços: 5 dicas para aplicar já

Inês Silva

Seja freelancer ou empresário, uma das partes mais difíceis de gerir o seu negócio é fazer o preço de serviços. Continue a ler.

mulher a trabalhar em escritório em casa

Decidir quanto é que vai cobrar é uma das partes mais difíceis quando se trabalha por conta própria. Se os preços forem muito altos, correrá o risco de perder trabalho para os concorrentes. Se forem muito baixos, passará uma imagem de pouca qualidade e inexperiência. Por isso, é importante encontrar o valor prefeito ao fazer preço de serviços e, assim, maximizar as suas receitas.

Não existe uma fórmula mágica para calcular o preço a cobrar pelos seus serviços e, ao longo do tempo, provavelmente irá alterar esse valor à medida que ganha experiência e de acordo com os valores do mercado. No entanto, a fórmula geral a ter em conta será: preço=custo+margem de lucro.

Convém lembrar que os custos incluem despesas administrativas e gerais, bem como os eventuais materiais necessários para fornecer o serviço.

Trabalho freelancer: como fazer preço de serviços

Um freelancer não tem um vínculo efetivo com as entidades a quem presta os seus serviços e esta característica é a principal motivação para quem procura um maior controlo e autonomia sobre os horários de trabalho e decisões profissionais.

freelancer a trabalhar em café

Quais as vantagens do trabalho freelancer?

Esta modalidade de trabalho pode não ser a ideal para muitos, mas outros haverá que a consideram perfeita.

Na realidade, são vários os profissionais que se sentem realizados a trabalhar como freelancers. Para estes, entre as vantagens que o trabalho como freelancer oferece, está o facto de ter uma grande flexibilidade de horários ou poder, inclusivamente, decidir qual o seu local de trabalho.

A relação estabelecida, entre o freelancer e a empresa (ou pessoa) que contrata os serviços, pode ser equiparada a uma relação comercial, em que o freelancer é o prestador e o contratante é o cliente. Aqui, cabe ao freelancer estabelecer os contactos diretamente com os seus clientes e acompanhar a evolução do trabalho.

Se para alguns o trabalho freelancer é uma forma de conseguir um rendimento extra, para outros será uma forma de obter a independência profissional. Em ambos os casos, decidir qual o valor a cobrar à hora é a grande dificuldade. O grande objetivo é definir um valor justo para o próprio e para o cliente.

Aspetos a considerar para estabelecer preços

1. Faça a sua pesquisa sobre a concorrência

Seja a nível local ou a nível global, é importante que conheça a sua concorrência, saber quanto é que cobram e o que oferecem exatamente.

Depois de avaliar o preço cobrado por outros, considere as suas competências, capacidades e experiência para decidir qual a faixa de preço a trabalhar. Se escolher o “lado mais caro”, lembre-se que terá de explicar aos potenciais clientes qual o valor acrescentado que tem para oferecer em relação aos outros.

2. Defina o valor a ganhar mensalmente

É importante ter um valor referência para conseguir calcular o valor/hora pretendido.

Por exemplo, se pretende receber 1200 euros, deverá dividir esse valor por 176 horas, horas estas que correspondem a 8 horas trabalhadas durante 22 dias que, por sua vez, estes dias correspondem a um mês de trabalho.

Após estes cálculos, valor final obtido é pouco mais de 6,80 euros por hora.

Mas será este preço o correto? Não, ainda falta incluir as despesas a este valor para fazer o preço de serviços.

Também deverá ter em mente, sendo um freelancer, é quase impossível cobrar 8 horas por dia. Ou seja, cerca de 50% poderá ser cobrável e os outros 50% do tempo será gasto à procura ou em reunião com potenciais clientes.

3. Liste todas as suas despesas

Para não ser surpreendido, considere todas as despesas relacionadas com a sua atividade e inclua-as nos cálculo, que poderão ser algumas das seguintes:

  • Equipamentos
  • Aluguer de espaço
  • Serviços de telefone e Internet
  • Deslocações
  • Licenças de software
  • Impostos
  • Contabilista

Se algumas destas despesas podem não fazer sentido para alguns, principalmente se se tratar de um rendimento extra para além do ordenado, nunca se esqueça dos impostos e dos descontos de Trabalhador Independente.

Além do IVA por cada recibo verde passado, há também as contribuições para a Segurança Social.

No simulador da Ordem dos Contabilistas Certificados, pode ficar com uma ideia de quanto vai pagar.

4. Tenha em mente que pode adoecer e que vai precisar de férias

Ao fazer o preço de serviços deverá também em conta os dias que poderá ficar sem trabalhar porque estará doente ou porque também merece umas férias e o devido descanso. Assim, pode assumir os 22 dias férias e 3 a 4 dias para recuperação de uma possível gripe.

5. Apresentar o preço

Depois de chegar a um valor concreto, deverá pensar como o apresentar aos seus clientes. O ideal é ter várias opções, isto vai dar-lhe mais oportunidades de trabalho.

Por isso, uma forma de colocar em prática estas várias opções, é criar pacotes que incluam vários serviços e, até, oferecer um desconto de 5 ou 10% ao cliente que escolha o pacote completo.

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