Teresa Campos
Teresa Campos
10 Mai, 2018 - 10:49

Manifesto em defesa da bagunça: diga sim às casas desarrumadas

Teresa Campos

Hoje trazemos-lhe um artigo diferente. Temos 4 argumentos para entoar o nosso manifesto em defesa da bagunça, ou da não obsessão pela organização. Sim, saímos em defesa das casas desarrumadas.

Manifesto em defesa da bagunça: diga sim às casas desarrumadas

Olhe à sua volta. Como descreveria a sua casa? E o seu escritório? Arrumados? Desarrumados? Mais ou menos? Pois para a autora Cait Munro, o que a faz sentir bem é o caos e a desorganização. Com uma mãe super arrumada, para ela a beleza da idade adulta está em não sermos obrigados, todo o tempo – como em crianças -, a limpar e a arrumar o nosso quarto. Ou a nossa sala. Ou a nossa cozinha. Por essa razão, ela enumerou quatro argumentos em defesa da bagunça. Confira e veja como, até, fazem sentido…

4 argumentos em defesa da bagunça nas nossas casas

em defesa da desordem

Fonte: Pexels/Daria Shevtsova

1. A bagunça é acolhedora

Sim, uma casa desarrumada é sempre mais convidativa do que uma casa arrumada. Porquê? Porque uma casa desarrumada deixa-nos mais à vontade para nos comportarmos como se estivéssemos na nossa própria casa. Não nos preocupamos onde pousar o casaco ou a mala, o que nos traz algum conforto e comodidade.

2. A bagunça é honesta

Sim, uma casa desarrumada é muito mais honesta do que uma casa organizada. Porquê? Porque uma casa desarrumada expõe, sem filtros, quem é que nela habita. Ela revela os livros e revistas que essa pessoa lê, bem como os casacos que vestiu nessa manhã, mas acabou por não levar consigo. Uma casa arrumada diz-nos, simplesmente, que quem nela reside é uma pessoa arrumada, nada mais. Uma casa desarrumada é transparente e um espelho da vida diária do seu residente.

3. A bagunça é um sinal de criatividade (dizem os cientistas!)

Em 2013, investigadores da Universidade de Minnesota concluíram que trabalhar num ambiente desarrumado promove a criatividade e a vontade de experimentar coisas novas. Os mesmos investigadores registaram que as pessoas naturalmente criativas preferem espaços de trabalho mais caóticos, como foi o caso de génios como Steve Jobs, Mark Twain ou Albert Einstein.

4. A bagunça é sinal de tempo não disperdiçado

A principal razão que legitima a bagunça é simples: a vida é curta, atarefada e manter as coisas em ordem não deve ser uma prioridade para si. Então, por que impor esta tarefa diária? Cada um deve escolher, de acordo com a sua personalidade, como gastar o seu tempo e energia diariamente.

Se, para alguns, dispender tempo a limpar e a organizar a casa é, sem dúvida, uma prioridade para o seu bem-estar, para outros esse mesmo tempo é muito mais bem empregue numa sessão de spa ou, simplesmente, numa sesta no sofá, por cima de uma série de livros, pratos e até roupa. O fundamental é todos termos consciência de que tudo aquilo que fazemos se apodera do nosso tempo de vida e, por isso, há que selecionar as nossas atividades diárias de acordo com o que cada um julga realmente importante e não por um mero imperativo social.

Quer seja um maníaco das limpezas ou um desarrumado bem relaxado, a lição da Cait Munro aplica-se a qualquer um de nós, pois baseia-se no respeito por nós próprios e pelas nossas idiossincrasias – ou seja, pela nossa forma particular de reagir ao mundo e aos seus agentes. Se não somos todos iguais, como poderíamos todos ter casas perfeitamente limpas e organizadas? Por essa razão, há que deitar por terra os preconceitos e ser capaz de sair, também, em defesa da bagunça. Vamos aceitá-la com a mesma naturalidade com que se aceita uma casa perfeitamente arrumada e com tudo no sítio?

Para qual dos “lados” mais se inclina?

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