Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
30 Jan, 2024 - 13:45

Nomofobia: entenda o medo de não ter o telemóvel por perto

Catarina Milheiro

O medo de não ter o telemóvel pode afetar a sua saúde e bem-estar. Saiba como prevenir a nomofobia nos dias de hoje.

Já ouviu falar em nomofobia? Este termo descreve o medo irracional de não ter o telemóvel por perto numa era em parece quase impossível viver sem um.

A verdade é que a utilização de telemóveis tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos, principalmente a partir do momento em que surgiram os dispositivos inteligentes (os tão famosos e adorados smartphones).

Os telemóveis passaram a ser os nossos companheiros na vida social, no trabalho, em lazer e até mesmo no âmbito familiar. Afinal, precisamos deles para conversar com as pessoas que estão longe, fazer videochamadas, responder a e-mails ou visualizarmos as tarefas do dia seguinte.

As razões por que cada um de nós utiliza o telemóvel no dia a dia podem ser várias e distintas. No entanto, podemos chegar a um consenso quando afirmamos que um uso excessivo poderá causar sérios problemas de dependência, medo e vício.

O que é a nomofobia?

A nomofobia é o termo que descreve o medo de ficar sem o contacto com o telemóvel e trata-se de uma palavra que deriva da expressão inglesa “no mobile phone phobia”.

Apesar de ainda não ser um termo reconhecido pela comunidade médica, tem vindo a ser estudado e avaliado desde 2008 com o objetivo de descrever o comportamento de dependência, assim como os sentimentos de angústia e ansiedade que algumas pessoas demonstram ter quando não têm os seus telemóveis.

Por norma, a nomofobia é identificada maioritariamente em pré-adolescentes e adolescentes – visto que são os que mais consomem este tipo de tecnologia e que permanecem mais tempo nas redes sociais.

Além disto, por constituir uma fobia, nem sempre é fácil identificar a causa que leva o indivíduo a sentir ansiedade por estar afastado do telemóvel.

Contudo, em alguns casos, esse tipo de sentimentos são comummente justificados com o medo de não conseguir saber o que está a acontecer no mundo ou com o facto de poder ser precisa ajuda médica e não ter como pedir.

A tecnologia avançada e a facilidade da conexão à internet

Ter um smartphone nos dias de hoje não parece ser algo pouco comum. Muito pelo contrário – diariamente vemos centenas de pessoas na rua, nos transportes ou no trabalho a olharem diretamente para os seus telemóveis com ecrãs do tamanho da palma da mão.

A verdade é que a camada mais jovem é aquela que tem vindo a sofrer cada vez mais desta dependência que é o telemóvel e tudo aquilo que ele tem para nos oferecer (ou distrair).

E enquanto as gerações mais velhas têm tendência a olhar para o telemóvel como uma ferramenta de trabalho ou apenas para manterem o contacto com amigos e família, os mais jovens parecem depender cada vez mais deste tipo de dispositivos.

De facto, os avanços tecnológicos e a facilidade em aceder à internet em qualquer lado parecem funcionar como duas sementes para a nomofobia. Caso contrário, não observávamos com tanta facilidade os olhos postos no ecrã dos smartphones enquanto caminhamos pelas ruas.

Existem graves consequências para a nossa saúde associadas à nomofobia

Apesar de muitos de nós estarmos cientes daquilo que será um uso excessivo do telemóvel, algumas pessoas acabam por nem se aperceber do tempo que passam com ele na mão ao longo do dia.

E a verdade é que este vício e medo de ficar sem o nosso smartphone pode trazer graves consequências psicológicas para a nossa saúde e bem-estar. As mais comuns são a ansiedade, a depressão e o isolamento.

Isto acontece porque se acredita que os telemóveis nos mantêm em contacto uns com os outros. Mas o grande problema surge quando as relações virtuais acabam por substituir as presenciais.

Para além disto, existem também consequências físicas relacionadas com a nomofobia, tais como: dores de cabeça, desconforto nos olhos devido à sobre exposição do ecrã, dores de estômago ou até dores no pulso, no pescoço e na coluna devido à postura inadequada.

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A nomofobia pode ser prevenida

Como em todas as dependências, também aqui a prevenção tem um papel fundamental. Por isso mesmo, existem algumas medidas bastante simples a fim de evitar o uso excessivo do telemóvel ou uma dependência extrema. Tome nota:

  • silenciar as notificações durante o trabalho, aulas, tempo de estudo e até nos momentos em família ou com amigos;
  • desinstalar algumas aplicações que consideramos que nos fazem perder tempo (como os jogos, por exemplo);
  • não utilizar o telemóvel às refeições (deixá-lo inclusivamente noutra divisão);
  • definir horas para abrir determinadas aplicações a fim de reduzir o tempo de uso;
  • sempre que estivermos a conversar, a comer ou passar tempo com outras pessoas não devemos olhar para o telemóvel;
  • não utilizar o smartphone como despertador visto que pode interferir com o nosso ciclo de sono;
  • sair à rua sem levar o telemóvel;
  • colocá-lo a carregar fora do quarto.

Se sente que tem andado mais dependente do telemóvel nos últimos tempos, implementar algumas destas medidas no seu dia a dia pode ajudar bastante a combater esse pequeno vício. No fundo, o objetivo é prevenir situações mais graves como a nomofobia e ajudar aqueles que se sentem completamente dependentes do smartphone.

Fazer uma pausa nas redes sociais também pode ser algo muito útil, principalmente para os mais jovens que lidam diariamente com a vida dos outros através do ecrã.

O ideal é adaptar sempre as estratégias às necessidades de cada um e conseguir, através de pequenos passos, reduzir o número de horas com o telemóvel por perto.

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