Luís Vicente
Luís Vicente
02 Jan, 2020 - 11:50

3 passeios para descobrir o outro lado da Região de Lisboa

Luís Vicente

Alenquer, Mafra e Almada são bons destinos para escapar aos habituais e turísticos locais na região de Lisboa. Descubra neste artigo porquê.

Estátua do Cristo Rei na região de Lisboa

Fugindo às rotas habituais do distrito e Área Metropolitana, apresentamos 3 municípios na região de Lisboa que vale a pena visitar já este Inverno ou na Primavera.

A norte da cidade de Lisboa, destacamos a visita a Alenquer e Mafra, e a sul, Almada. Para cada uma das zonas, sugerimos locais a visitar, onde comer e onde dormir.

Passeios na Região de Lisboa: Alenquer

Castelo de Alenquer na região de Lisboa

“Um mundo por descobrir às portas de Lisboa” é a frase que se pode ler no site dedicado ao turismo em Alenquer. E porque precisa Alenquer de um site dedicado ao turismo? Porque, de facto, esta vila do Oeste Centro, a uma hora da capital, tem muito para ver e aprender mais sobre a região de Lisboa..

Entre museus, paisagens e excelente gastronomia, há muito por descobrir em Alenquer, terra conhecida por incorporar as rotas do vinho.

O que visitar

Pode parecer inesperado mas há vários museus que merecem a visita em Alenquer, entre estes são o Museu de Damião Goes e das Vítimas da Inquisição, o Museu Municipal Hipólito Cabaço, o Museu João Mário e, por último mas não menos importante, o Museu do Vinho.

Museu de Damião Goes e das Vítimas da Inquisição

Uma “homenagem ao humanista Damião Goes e às vítimas da Inquisição” é como se posiciona este museu constituído na Igreja Santa Maria da Várzea.

Historicamente, o museu relembra as vítimas da Inquisição, sobretudo os judeus na altura radicados em Alenquer, que ali tinha um forte comunidade judaica; e relembra e honra também Damião Goes, “alto funcionário régio, tendo viajado por toda a Europa ao serviço do Rei de Portugal,” preso pela Inquisição já na fase final da vida.

Museu Municipal Hipólito Cabaço

Desconhecido por muitos, Hipólito Cabaço foi, para a investigadora e historiadora Maria Amélia Horta Pereira, “pioneiro heróico e gigantesco” da arqueologia portuguesa. Por isso mesmo, justificou-se a criação de um museu, situado no centro histórico de Alenquer.

Desta forma, no espólio podem encontrar-se objectos de Mineralogia e geologia e dos períodos Paleolítico, Mesolítico, Neolítico, Idade dos metais, Lusitano-romano e Medieval.

Museu João Mário

Além de identidade religiosa e de arqueologia e geologia, Alenquer também tem lugar designado para a pintura. É no Museu João Mário, em honra de João Mário Ayres d`Oliveira, que se podem observar mais de 400 obras de pintores portugueses nacionais, como Silva Porto, José Malhoa, Veloso Salgado, Helena Roque Gameiro, e estrangeiros.

O museu promove ainda encontros culturais e colóquios ao domingo, sob o mote Encontros numa Tarde de Domingo. Para estar a par das novidades, basta consultar a agenda no site e conhecer um dos mais originais museus da região de Lisboa.

Museu do Vinho

Com cerca de 20 produtores da Associação das Rotas dos Vinhos de Lisboa representados, esta é uma viagem vitivinícola pela zona dos vinhos de Lisboa sem sair de um único edifício. A entrada é gratuita e pode-se conhecer os vinhos que estiverem em prova, actividade que frequentemente ali acontece.

É possível ainda perceber melhor as rotas do vinho de quintas de outras zonas mais próximas, como o percurso de Linhas de Torres e de Óbidos, além de, naturalmente, a rota de Alenquer.

Onde comer

Onde se bebe bem, também se come bem. Pelo menos, é isso que acontece em Alenquer. Entre as muitas soluções gastronómicas, sugerimos os restaurantes a Prensa e CASTA 85.

Onde dormir

Com tantas quintas vitivinícolas nesta região de Lisboa, impunha-se uma recomendação de estadia numa área semelhante.

Para isso, a Quinta do Covanco, a 1,5 quilómetros do centro de Alenquer, é uma boa escolha. Em alternativa, e bem no centro da vila, a Casa Velha apresenta-se como uma excelente opção.

passeios na região de lisboa: Mafra

Convento de Mafra na região de Lisboa

O ex libris Palácio Nacional de Mafra vem sempre à memória quando se pensa nesta vila portuguesa; contudo, há mais para visitar em Mafra. Já integrante da Área Metropolitana de Lisboa, Mafra conta ainda com belos parques e jardins para passeios ao ar livre. Caso esteja já datada a última visita Palácio Nacional de Mafra, é sempre um bom plano regressar a este histórico edifício.

O que visitar

Palácio Nacional de Mafra

Dispensa apresentações mas é sempre obrigatório referir quando se menciona Mafra. Comummente designado Convento de Mafra, a epígrafe oficial é Palácio Nacional de Mafra e este conjunto arquitectónico barroco contempla outros espaços além do Convento – nomeadamente Paço Real e Basílica.

Edificado por ordem de D. João V, alem de ex libris de Mafra, a construção é também o expoente máximo do estilo barroco em Portugal. Entre os elementos mais impressionantes, contam-se os dois carrilhões com 92 sinos. A biblioteca do Palácio também é impressionante, reunindo uma colecção de 38 mil volumes do século XVIII.

Jardim do Cerco

Inspirado em Versalhes, a construção deste jardim é contemporânea do Palácio Nacional de Mafra e a sua proximidade à obra-maior é reflexo disso mesmo.

Com oito hectares para explorar, pode contar encontrar elementos que fazem deste um local único, como espelhos de água, caminhos largos, árvores frondosas e uma nora centenária ainda em funcionamento.

Tapada Nacional de Mafra

A Tapada Nacional de Mafra funciona todo o ano e tem um programa especial para cada estação do ano. Por isso, com mais ou menos chuva e frio, é sempre um bom plano visitar este espaço de 1200 hectares.

É também uma boa escolha para um plano em familia, aproximando os mais pequenos da biodiversidade da tapada; graças aos numerosos habitats, como bosques, pastagens, matos e linhas de água, um grande número de diferentes espécies de animais habita neste complemento natural ao Palácio Nacional de Mafra.

Vista de azenhas do mar
Não perca Azenhas do Mar: uma jóia incrustada num penhasco

Centro de Recuperação do Lobo Ibérico

Ao visitar o site oficial do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI) salta logo à vista de que não se trata de um zoo. E essa informação é importante para gerir expectativas sobre a experiência no CRLI.

Tratado como um “santuário” para a recuperação da espécie, em vias de extinção, os responsáveis do CRLI deixam bem claro que o fundamental – sendo essa a missão do centro – é o bem-estar dos animais.

O que os visitantes podem esperar é – reunidas as condições – um percurso ao ar livre pelo centro, passando por diversos cercados existentes, possibilitando a observação dos lobos residentes em condições semi-naturais. Antes é possível conhecer mais sobre “o verdadeiro lobo” através da exposição permanente no Centro de Interpretação do local.

Parque Desportivo Municipal de Mafra

É onde o passado encontra o presente, com o desporto e as actividades ao ar livre como mote de visita.

Esta é uma área de 22 hectares que conta com estádio, campos de ténis, piscinas cobertas e descobertas, ginásio, balneários e, como é Mafra e o passado está sempre presente, duas capelas, uma casa de fresco e um forno de cal; estes último elementos, entre outros, são o que sobra do palácio senhorial que existira na antiga Quinta dos Marqueses de Ponte de Lima, onde está localizado o parque.

Onde comer

Para uma experiência completa em Mafra, são dois cartões de visita da boa gastronomia da região os restaurantes João da Vila Velha e Adega do Convento. Contudo, e dada a proliferação de actividades, há muitos e bons restaurantes a descobrir neste município que tanto tem para oferecer.

Onde dormir

São boas opções para pernoitar a Pousada de Mafra – Palácio dos Marqueses; a casa de férias com 3 quartos Vila Mafra – Grill Terrace, para grupos; ou, então, para uma solução mais tradicional, o hotel da vila: Mafra Hotel, de 3 estrelas.

passeios na região de lisboa: Almada

Vista geral de Almada

Recentemente, foi manifestado o desejo e intenção pela parte da Câmara Municipal de fazer de Almada algo mais do que uma cidade-dormitório para quem trabalha em Lisboa; e que o futuro da capital teria de passar por Almada.

Por isso mesmo, mostramos-lhe as razões que fazem com que valha a pena visitar esta cidade com quase 100 mil habitantes.

O que visitar

Santuário Nacional de Cristo Rei

Edificado por inspiração de visita do então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, ao Cristo Redentor do Corcovado, o monumento foi construído em durante os anos 50.

Actualmente, é um marco indissociável de Almada e um símbolo da margem sul do Tejo para os Lisboetas e quem visita a capital. Além de local religioso, a zona tornou-se muito popular pela vista que oferece sobre a cidade de Lisboa.

Zona Ribeirinha

Visitar a zona de Cacilhas é uma experiência agradável com uma vista de postal. O acesso a partir de Lisboa é bastante simples, havendo barcos que fazem o trajecto directo para esta parte da margem sul do Tejo.

Além dos restaurantes e esplanadas, pode visitar-se a Fragata D. Fernando II e Glória, passar pela Floresta do Ginjal e ver ainda o Farol de Cacilhas.

Jardim Botânico O Chão das Artes

O site do município de Almada classifica o Jardim Botânico como uma “fusão de Cultura e Arte com uma vocação pedagógica própria.”

Isto porque o jardim ladeia a Casa da Cerca, “um dos principais pólos culturais do Concelho”, que reúne obras de pintura e outros objetos ligados às artes plásticas.

Onde comer

Tasca do Bife e Ponto Final são dois locais mais aclamados pela crítica nos sites especializados em classificação de restaurantes, pelo que merecem a visita e a comprovação por experiência própria.

Onde dormir

Com uma espectacular vista sobre Tejo e Ponte 25 de Abril, o Youth Hotel apresenta-se como boa solução para uma acomodação mais económica. Cacilhas Guest Apartament é outra sugestão para quem quiser pernoitar perto da zona ribeirinha.

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