Sara Piteira Mota
Sara Piteira Mota
22 Fev, 2021 - 14:40

Porque conduzimos à direita? Descubra o que diz a história

Sara Piteira Mota

Sabe porque conduzimos à direita? Sabia que Napoleão Bonaparte foi um dos responsáveis? Descubra o que nos conta a história.

condutora a conduzir à direita

Provavelmente já se questionou porque conduzimos à direita em Portugal ao contrário de outros países, como o Reino Unido, onde se conduz pela esquerda.

Diz a história que circular pela esquerda é um hábito que remonta às longínquas épocas do tempo dos faraós, no Egipto, ou até mesmo da Grécia Antiga. Até ao final do século XVIII, todas as pessoas viajavam do lado esquerdo da estrada, tal como acontece ainda hoje no Reino Unido, pois era a opção sensata em épocas medievais.

Isto porque a maior parte dos cavaleiros medievais eram destros, e quando lutavam empunhavam a espada com a mão direita, como tal, era preferível estar do lado esquerdo da rua.

Esta era a norma em todo o lado, incluíndo em Portugal. Mas então, o que mudou?

Porque conduzimos à direita: uma ordem de Napoleão

Segundo reza a história, foi na era revolucionária, em França, que esta prática foi anulada. A mudança alastrou-se à Europa continental por ordem de Napoleão, simplesmente porque o imperador era canhoto.

A partir dessa altura, Napoleão ordenou que os exércitos circulassem do lado direito das estradas. Desta forma, foi ordenado que os cocheiros das carruagens francesas se sentassem do lado esquerdo da carruagem. Isto é o que acontece ainda nos dias de hoje em que o volante está do lado esquerdo nos carros em Portugal e muitos outros países.

Napoleão impôs essa lei nos países que foram invadidos pela França, e quando se retiraram, o hábito de condução permaneceu. Foi, então, a partir desta altura que, qualquer parte do mundo colonizada pelos franceses (ou dominada por Napoleão), adotou o lado direito da estrada.

Por outro lado, nas colónias do Império Britânico continuou-se a conduzir cavalos e carruagens no lado esquerdo das estradas.

Do outro lado do Oceano Atlântico, nos Estados Unidos da América (EUA), foi adotada a prática de conduzir do lado direito da estrada e o motorista no lado esquerdo do carro. Isto refletiu, também, o desejo de um país ansioso para abandonar as possíveis ligações com o passado colonial britânico.

Ford ajudou a implementar a condução à direita

Nesta mudança esteve também envolvida a fabricante automóveis norte-americana Ford. No início do século XX, não existia nenhuma lei que obrigasse a uma determinada configuração de veículo.

Nessa altura, onde já se circulava pela direita, como era norma nos EUA e no Canadá, Henry Ford começou a produzir em série o Moldel T, que tinha o volante à esquerda.

A indústria automóvel, incentivada pelas primeiras regras de circulação, foi seguindo as pisadas da Ford e os carros passaram a ser fabricados com volante à esquerda, para circular pela direita na maioria dos países europeus.

À nova regra verificavam-se, claro, algumas exceções, como era o caso do Reino Unido, Holanda ou países escandinavos, que continuavam a conduzir do lado esquerdo.

O último país do continente europeu a passar para a condução do lado direito, foi a Suécia em 1967. Atualmente, só nas antigas colónias britânicas se circula pela esquerda.

Há mais de 90 anos a conduzir pela direita em Portugal

Tal como bem sabemos, também em Portugal se conduz pela direita. A razão porque conduzimos à direita é a mesma do resto dos países: a decisão de napoleão e a consequente influência francesa e europeia.

Foi por volta de 1928 que se adotou esta prática em território nacional, sendo que começou em Lisboa e depois se alargou ao resto do país.

Nesta mudança tiveram um papel fundamental os meios de comunicação e publicidade, numa ação de sensibilização para o bom funcionamento do trânsito.

Tal como França ou o Reino Unido, também as regras em Portugal se estenderam às colónias da altura, com a exceção de Macau, Goa e Moçambique.

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