Portugueses estão a vender a casa por não conseguirem pagar

Não há dúvidas de que vivemos momentos de insegurança, sobretudo quando o assunto está relacionado com os nossos lares. Na verdade, são cada vez mais os portugueses que estão a vender a casa por não conseguirem pagar as prestações ao banco.

À medida que a situação se agrava, aumentam os pedidos de ajuda e os especialistas afirmam que irá haver uma nova subida das taxas de juro nas próximas semanas, devido à guerra do Médio Oriente.

A DECO – Defesa do Consumidor, alerta para o facto de que o cenário vai ficar ainda pior. Aliás, como sabemos, quem fez um empréstimo ao banco para comprar uma casa está neste momento a viver momentos de grande insegurança e até aflição, em alguns casos.

Os números da DECO indicam que até ao final de setembro foram cerca de 20 mil as famílias a pedirem ajuda, sem conseguirem suportar a subida do custo de vida e o aumento das prestações.

Mas então onde reside o problema da crise imobiliária que se vive atualmente no nosso país? Estará somente relacionada com as guerras que se têm vindo a dar nos últimos tempos?

Bem, estamos certos que todos esses fatores contribuíram para esta instabilidade. No entanto, os salários parecem não chegar para fazer face às despesas do dia-a-dia e das prestações da casa.

Portugueses estão a vender casa ou em risco de a perder: entenda os motivos

A Eurofound realizou um estudo intitulado por “Casas inacessíveis e inadequadas na Europa”, sobre as condições de habitabilidade e qualidade de vida. O inquérito foi feito entre abril e setembro do ano passado, quando os preços já aumentavam visivelmente.

O mesmo indica que cerca de 6% da população considera muito provável ter de deixar as suas casas por não ter mais capacidade de pagar a renda ou o crédito que fez no banco.

De facto, os portugueses estão a vender a casa ou até mesmo em risco de a perder. Sabia que no nosso país quase 1 em cada 10 famílias vive com a incerteza e com o medo de não conseguir pagar a renda da casa onde vive? E apenas 59% considera “muito improvável” ter de sair da casa onde mora atualmente.

Estes são valores assustadores que transmitem o cenário atual do nosso país, sendo considerado um dos piores entre os 27 Estados-membros da União Europeia. Aliás, quando o assunto é o futuro da habitação, com maior incerteza só ficam à nossa frente a Grécia e o Chipre.

Para além disto, saiba que o estudo revela ainda que cerca de 20% dos portugueses que foram inquiridos têm dificuldades todos os meses em pagar as faturas corretas de luz, água, gás ou impostos até.

O salário não chega para fazer face às despesas

Para além de haver uma enorme dificuldade em suportar os créditos de habitação, a verdade é que as pagar as contas da casa também não tem sido fácil.

Em 2022, os custos da energia aumentaram exponencialmente como resultado da guerra na Ucrânia. De facto, na Primavera desse mesmo ano, eram 28% as pessoas da União Europeia que afirmaram que era provável que enfrentassem dificuldades em pagar as contas da casa nos 3 meses seguintes.

Relativamente às despesas da casa, são cerca de 20% os portugueses que assumem ter dificuldades em pagar as contas da casa como o gás, a luz, a água e até outras.

A solução passa por fazer constantemente uma comparação com outras empresas que tenham os mesmos serviços para lhe oferecer e estar a atento a campanhas de desconto que possam surgir.

Relembramos que quando o assunto são as contas da casa, é crucial ficar atento às melhores ofertas do mercado. Compare custos, mais-valias e condições contratuais e tire partido do melhor para si.

O cenário pode piorar e as dificuldades sentidas também

Como já referimos, a guerra no Médio Oriente está a causar uma grande incerteza e pode pesar bastante na decisão do Banco Central Europeu (BCE). Aliás, os especialistas admitem que pode mesmo surgir uma nova subida das taxas de juro na zona euro.

Sempre que o BCE aumenta as taxas de juro de referência, a medida reflete-se automaticamente nos créditos e afeta a vida de milhares de famílias. Por isso mesmo, a DECO afirma ser necessário uma mudança de atitude por parte dos bancos, a fim de evitar que muitos portugueses percam as casas ou tenham que as colocar à venda.

Há quem opte por um modo de vida diferente para dar resposta à crise sentida

Muitos portugueses viram as suas vidas do avesso, especialmente nos últimos anos – desde que se instalou a pandemia, surgiu a guerra na Ucrânia e agora a guerra no Médio Oriente.

Com as dificuldades enormes em conseguir pagar a prestação da casa ou até mesmo a elevada renda, houve quem tivesse que vender o seu lar e quem tivesse que sair da casa arrendada.

As situações podem ser várias e distintas, mas todas se assemelham num aspeto: com os mesmos ordenados, as famílias deixaram de conseguir fazer face a todas as despesas. E, por isso mesmo, algumas optaram por outro modo de vida de maneira a que conseguissem sobreviver.