Há certamente, todos os dias, coisas que compramos e usamos a pensar na nossa saúde e bem-estar. A intenção é boa, mas devemos ter muito cuidado com vários produtos, seja na forma como os usamos ou na frequência com que o fazemos. Neste artigo, vamos mostrar, com base num trabalho publicado na edição online da revista Readers’ Digest, uma lista de produtos perigosos com os quais deve ficar de olho aberto.
10 produtos perigosos a ter em atenção
1. Sabonete antibacteriano
Compramos pelo nome que tem, pois, se queremos eliminar as bactérias das nossas mãos, porque não comprar um sabonete antibacteriano? Mas há um lado menos favorável nesta história. Ao usarmos no dia-a-dia este tipo de sabonete, estamos a tornar as bactérias resistentes.
Um dos ingredientes, o triclosan, existe também noutros produtos com que temos contacto como mobília, roupa e brinquedos. Alguns estudos indicam que o uso de produtos com esta substância pode aumentar a resistência das bactérias, dificultando a ação de alguns antibióticos.
Para lavar as mãos, a Food and Drugs Administration aconselha a lavagem frequente recorrendo a água e sabão.
2. Vitaminas e minerais sem receita médica
Muitas das vitaminas e minerais que compramos sem receita médica podem não fazer mal, se seguirmos devidamente as instruções. Contudo, não convém abusarmos deste tipo de opções para, por exemplo, tentarmos evitar uma doença ou aumentar os benefícios das vitaminas.
É que alguns tipos de vitaminas, como a A, D, E e K, acumulam-se nas células de gordura do nosso corpo, e podem, em grandes quantidades, como é o caso da vitamina D, ser tóxicas para o organismo.
Se está a pensar tomar vitaminas e minerais, e outros suplementos, aconselhe-se sempre junto do seu médico ou farmacêutico.
3. Cotonetes
Os cotonetes são, provavelmente, um dos produtos mais comuns a marcar presença num armário de casa de banho. Aliviam a comichão e desconforto no ouvido, mas, por outro lado, estão nesta lista de produtos perigosos. Porquê? Ao usarmos com frequência cotonetes podemos causar infeções.
Outro perigo é quando as crianças tentam limpar os ouvidos sozinhas. O uso incorreto de cotonetes pode causar danos permanentes de audição e lesões como a perfuração dos tímpanos.
Para além disso, não temos, afinal com que nos preocupar com a higiene dos nossos ouvidos. É que o ouvido já tem um sistema de limpeza próprio, que expulsa a cera em excesso e usa a que produz para proteger a pele do ouvido e prevenir o aparecimento de bactérias e fungos.
4. Cafeína
Paracelso, médico e alquimista suíço, dizia que “só a dose faz o veneno”. Esta frase aplica-se muito à cafeína, que tem várias vantagens para a saúde, mas, em excesso, pode causar grandes estragos, estando entre os diversos produtos perigosos com os quais devemos ter cuidado.
Qual o problema com esta substância? Podemos até pensar que não consumimos muita cafeína, porque a associamos de imediato e facilmente ao café. E até podemos tomar poucos cafés por dia. No entanto, há várias outras bebidas que contêm cafeína. Por exemplo, as bebidas energéticas conseguem ter doses muito superiores desta substância face ao café e não nos podemos esquecer também do chá verde ou do chá preto ou até mesmo do Ice Tea.
Por cada 100g de uma bebida energética, estão cerca de 30 mg de cafeína.
Doses de cafeína superiores a 10g podem ser fatais para adultos. Para as crianças, a dose que pode fazer mal é inferior. Há, por isso, que ter atenção a bebidas com esta substância nas quais se incluem também alguns refrigerantes.
O que faz a cafeína em excesso? Pode provocar, entre outros problemas, palpitações, tremores, fortes dores de cabeça, desidratação e agitação e, em casos mais extremos, relacionados sobretudo com o consumo em excesso de bebidas energéticas, pode mesmo levar à morte.
5. Produtos para bochechar
Os produtos para bochechar estão nesta lista de produtos perigosos sobretudo devido à sua cor atrativa e ao facto de as crianças, ao verem os pais bochechar este líquido, possam tentar fazê-lo também. É que as crianças podem engolir esta solução. Ora, estes produtos contêm, regra geral, etanol, o que é tóxico para os mais pequenos e pode também baixar bastante os níveis de açúcar no sangue.
O ideal será sempre explicar que não se deve engolir este líquido ou então, se as crianças quiserem bochechar com elixir para cuidar da sua higiene oral, fazê-lo sempre na presença de um adulto.
6. Medicamentos para a azia
Muitas vezes, os medicamentos para a azia, comprados sem receita médica em qualquer farmácia, surgem como heróis, quando, depois de uma refeição mais pesada nos salvam de sentir o estômago e o peito a “arder”.
Há, no entanto, um preço a pagar por esta salvação e estes medicamentos devem ser usados apenas em SOS. Não podemos pensar em abusar da comida porque sabemos que, se nos sentirmos mal, vamos ter sempre à mão o medicamento para a azia. Mais vale evitar alimentos que à partida já sabemos que nos vão deixar com desconforto, como por exemplo tudo o que for muito gorduroso.
Porque são estes fármacos considerados produtos perigosos? Para reduzir o ácido do estômago, as substâncias como o omeoprazol, esomeprazol e pantoprazol, alteram completamente as bactérias intestinais e, não só param a produção de ácido como paralisam as mitocôndrias (células produtoras de energia) em todo o nosso corpo, incluindo os neurónios, podendo prejudicar o funcionamento cerebral.
A estes medicamentos têm sido associados problemas renais e risco aumentado de ter um ataque cardíaco.
O Infarmed lançou também um alerta sobre estes produtos perigosos, procurando sensibilizar a população para os riscos associados ao consumo dos medicamentos para a acidez do estômago.
7. Analgésicos para tratamento da gripe
No tratamento da gripe, muitas vezes recorre-se a analgésicos e anti-inflamatórios como o ibuprofeno para combater os sintomas. No entanto, em algumas pessoas, este medicamento pode funcionar como uma bomba que vai causar outros problemas, por exemplo, fragilizar os intestinos e permitir que as bactérias entrem na corrente sanguínea, provocando inflamação e atacando as artérias do coração e do cérebro.
8. Suplementos para perder peso
São de venda livre e prometem um emagrecimento rápido. No entanto, a verdade é que são produtos perigosos para a saúde na medida em que podem levar a um batimento cardíaco irregular, a uma tensão arterial alta, e até mesmo, por estranho que pareça, aumentar o apetite.
Em Portugal, atualmente, o único medicamento para emagrecer aprovado pelo Infarmed é o Orlistato e está indicada para adultos com excesso de peso. Todos os outros suplementos não precisam de pedir autorização para entrar no mercado, segundo o site do Ministério da Agricultura, do Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, entidade que gere estas questões. Apenas necessitam de notificar o Gabinete de Planeamento e Políticas.
É tão fácil que todo o cuidado é pouco, pois sabemos que as promessas subjacentes a estes suplementos têm como objetivo a venda. É importante ter atenção a estes produtos e contactar um especialista antes de os tomar.
A alimentação saudável e a prática de exercício físico regular são duas formas de contribuir para o emagrecimento em que os únicos efeitos secundários são o seu bem-estar e uma melhor saúde.
9. Protetor solar
Este é outros dos produtos perigosos que vem com aviso e especial apelo para os mais novos. Se para nós o protetor solar tem mais benefícios do que problemas, no caso dos bebés não é bem assim. É que a pele dos mais pequenos, sobretudo até aos 6 meses de vida, não está suficientemente desenvolvida, ficando estes mais vulneráveis aos químicos presentes nos protetores solares. A melhor maneira de os proteger é de facto não os expor ao sol.
10. Gel para os dentes
Costuma ser um aliado para as noites em que o bebé chora devido ao aparecimento dos primeiros dentes. No entanto, geralmente este gel para os dentes tem uma substância que se chama benzocaína. Os especialistas não recomendam o uso do gel com esta substância em crianças com menos de dois anos. A benzocaína pode desenvolver meta-hemoglobinemia, uma condição que reduz a quantidade de oxigénio no sangue e pode levar a problemas respiratórios e convulsões.
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