Ekonomista
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21 Jan, 2019 - 19:37

Sair das redes sociais não garante privacidade

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Estudo revela que empresas e governos podem traçar perfil rigoroso de uma pessoa, incluindo partido político e religião só a partir da informação recolhida entre amigos.

Sair das redes sociais não garante privacidade

Uma pessoa que saia das redes sociais não tem garantia de privacidade porque os amigos que lá deixou continuam a permitir prever com alguma certeza as suas atividades, segundo um estudo científico publicado esta segunda-feira, 21.

A investigação da equipa das universidades de Vermont (Estados Unidos) e Adelaide (Austrália) centrou-se em trinta milhões de publicações públicas feitas por 13.905 utilizadores da rede social Twitter e concluiu que se uma pessoa deixar de estar ativa, as publicações e palavras dos seus amigos permitem prever com 95 por cento de exatidão atividades futuras dessa pessoa, mesmo que esta deixe publicar seja o que for.

O líder da equipa, o matemático James Bagrow, afirma que quando se adere a uma rede social, se pensa que se está a dar informação apenas pessoal, mas o que acontece é que “também se entrega os amigos” ao Twitter, Facebook, Instagram ou outra rede social.

Uma das conclusões a tirar é que empresas, governos ou outras pessoas podem traçar um perfil rigoroso de uma pessoa, incluindo partido político, produtos preferidos ou religião só a partir da informação recolhida entre os amigos, mesmo que essa pessoa deixe as redes sociais ou nunca lá tenha entrado.

“Não nos podemos esconder numa rede social”, afirmou o investigador Lewis Mitchell, co-autor do estudo hoje publicado no boletim científico Nature Human Behavior.

“Só por si, uma pessoa não controla a sua privacidade nas redes sociais”, afirmou James Bagrow, salientando que “os amigos da pessoa têm algo a dizer”.

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