Marta Maia
Marta Maia
18 Jun, 2020 - 17:46

Pagamento do seguro: anual ou fracionado? Faça as contas

Marta Maia

Descubra as vantagens e desvantagens de pagar o prémio do seguro anualmente ou em prestações. Faça as contas e decida qual das opções é a melhor para si.

pagamento seguro automóvel

Os seguros são um dos temas mais frequentes no âmbito dos orçamentos familiares. Não é coincidência: basta que as famílias tenham um carro ou uma casa e já passam a fazer parte dos clientes das seguradoras.

Com vários seguros a serem obrigatórios por lei (como é o caso do seguro contra terceiros para os automóveis, por exemplo), importa que os consumidores estejam informados e saibam como fazer um negócio vantajoso.

Neste tema, uma das principais questões é a modalidade de pagamento do seguro: compensa mais se for anual ou em prestações?

As modalidades de pagamento dos seguros

Os seguros podem, em regra, ser pagos de duas formas: anualmente ou em prestações (mensais, trimestrais ou semestrais).

O pagamento anual do seguro implica que o tomador entregue, de uma vez, o total do prémio. Esse valor garante proteção para os 12 meses seguintes e só volta a precisar de renovação dali a um ano.

O fraccionamento, por outro lado, implica o pagamento do prémio dos seguro em duas, quatro ou 12 prestações. Cada prestação garante a cobertura do seguro por um período que se estende até à prestação seguinte, sendo que o contrato é anulado se os pagamentos falharem.

Mas nem só de divisões se fazem estas modalidades: há que estar atento aos detalhes.

seguro do carro

Pagar o seguro anualmente: As Vantagens e as desvantagens

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Sai mais barato, mas o esforço é maior

Pagar 12 meses de seguro de uma vez só não é para qualquer bolso. Dependendo da apólice em causa e do tipo de coberturas previstas, o valor do prémio pode ser bastante considerável e, nesse caso, o pagamento integral implica um esforço maior no que ao orçamento familiar diz respeito.

Ainda assim, é uma conta que vale a pena fazer. Até porque esta modalidade é quase sempre a mais barata, na medida em que o valor do prémio, quando pago por inteiro, é normalmente mais baixo do que a soma das prestações.

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Evita esquecimentos, mas não impele à mudança

O pagamento anual é menos suscetível a esquecimentos: paga uma vez e só volta a ter de preocupar-se dali a um ano. Isso faz com que esta modalidade seja particularmente vantajosa para clientes que já tenham muitas despesas no dia a dia ou que tenham alguma dificuldade em acompanhar o ritmo das várias responsabilidades financeiras. A carta que recebem acaba por ser única e, por isso, mais fácil de tratar.

No entanto, um seguro pago anualmente é uma espécie de picada rápida: pode ser forte no momento, mas acaba por passar. O que significa que depois de o pagamento estar feito, a motivação para procurar uma alternativa mais barata acaba por se desvanecer e provavelmente só voltará a pensar nisso no ano seguinte. No longo prazo, pode acontecer que a mudança nunca se concretize e acabe por adiar eternamente a oportunidade de poupança.

Pagar o seguro fracionado: As vantagens e as desvantagens

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É mais leve na hora, mas acaba por sair mais caro

As prestações, sejam elas mensais, trimestrais ou semestrais, são sempre mais leves para o bolso. Além disso, para quem quer contratar um seguro e não tem meios, no imediato, para fazer o pagamento da anuidade de uma vez só, o fracionamento pode ser a opção mais viável.

No entanto, se fizer bem as contas, facilmente percebe que acaba a pagar mais. Isto porque o fracionamento do prémio do seguro costuma ter encargos associados. Assim, a soma de todas as parcelas acabará sempre por ser mais elevada do que o prémio pago integralmente. É uma espécie de juro discreto, que tende a agravar-se quanto maior for o número de prestações que o cliente escolher.

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Motiva a poupança, mas pode dar azo a esquecimentos

Parecendo que não, uma fatura que chega com maior regularidade, pode servir de impulso para procurarmos uma solução mais barata e garantir que a oportunidade de poupança não se perde entre todas as outras coisas que vamos empurrando lá mais para a frente.

Por outro lado, quando o pagamento é fracionado, especialmente se for trimestral ou semestral, é mais fácil haver esquecimentos. E ao falhar uma das prestações, pode acabar com um problema complicado para resolver, como veremos adiante.

Outros detalhes importantes sobre o pagamento de seguros

Nem todos os seguros podem ser fracionados

Quando o prémio do seguro é muito baixo, é comum as seguradoras não permitirem o fracionamento, porque não lhes compensa processar os pagamentos faseados. Na mesma lógica, as seguradoras vão incentivar o fracionamento dos seguros em que o prémio é mais alto, também por uma questão de segurança (é mais provável que o cliente não consiga pagar quanto mais alto for o valor).

Há descontos para quem opta pelo débito direto

Não são espetaculares, mas existem – e, aos poucos, tornam-se relevantes. Grande parte das seguradoras oferecem descontos no prémio aos clientes que aderirem ao débito direto, e algumas beneficiam também os clientes que aceitarem receber a documentação do seguro em formato digital.

A modalidade de pagamento pode ser alterada

Também não é uma regra universal, mas é quase sempre possível. Dá jeito aos clientes que precisam de incorrer em várias despesas em simultâneo – como acontece quando se compra um imóvel, por exemplo – e precisam de reduzir o impacto inicial, mas no longo prazo até são capazes de suportar um pagamento anual.

Se tem um seguro e está a pensar mudar a modalidade de pagamento, fale com a seguradora. As empresas costumam ser abertas à adaptação do contrato. Lembre-se apenas que deve fazer o pedido de alteração da modalidade por escrito, identificando o tipo de modalidade que quer passar a ter. Vai precisar de assinar a declaração e fazê-la chegar à seguradora até 30 dias antes da data de vencimento do valor que falta pagar.

Seguro não pago fica anulado

A falha no pagamento de uma prestação leva à anulação imediata do seguro. Esta anulação nem sempre é comunicada de imediato ao tomador do seguro, por isso convém ter muito cuidado nas datas de liquidação das dívidas. Pode estar sem seguro e nem sequer saber.

Seguro suspenso dá direito a devolução

Se optar pelo pagamento anual de um seguro e, a meio do ano, quiser suspendê-lo – situação frequente, por exemplo, nos automóveis, quando são vendidos -, saiba que tem direito à devolução do valor correspondente aos meses de cobertura que ainda teria pela frente.

Isto quer dizer que um seguro pago anualmente não é dinheiro perdido: é um adiantamento à seguradora, que volta a entregar-lhe tudo se depois não for preciso.

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