Quem está a pensar em comprar casa tem noção que trata-se de um contrato ao qual vai estar ligado cerca de 30 anos, portanto, não pode olhar para os valores no seu imediato, para aquilo que vai pagar nos próximos meses, ou durante 1 ano, mas sim encarar este contrato, como sendo um negócio a longo prazo.
Esta consciência é muito importante para decidir os termos em que vai acordar o crédito. Por norma, são utilizadas taxas variáveis, de 3 e 6 meses, no entanto, ultimamente, os bancos apostam nas taxas fixas.
São várias as instituições bancárias portuguesas que apostam em campanhas a publicitar o seu crédito habitação com uma excelente taxa fixa, que não sobe durante os primeiros cinco anos.
BCP, BES, CGD, entre outros bancos têm na sua oferta de créditos à habitação propostas que lhe permitem reduzir a “factura” mensal com a prestação da casa. Desde prestações mínimas, em que durante um determinado período só paga juros, a créditos com valor residual, em que parte do capital só é pago no término do contrato, e também empréstimos com taxa fixa.
Com a taxa variável, a prestação varia de acordo com a subida ou descida do indexante – Euribor a três e seis meses. Com a taxa fixa é definido o juro para um período de tempo pré-acordado, que normalmente, é de cinco anos.
Devido à elevada incerteza acerca da evolução da actividade económica, esta taxa fixa tem vindo a diminuir, tornando-a atractiva para quem pretende realizar um crédito habitação.
Façamos uma simulação e tomemos o exemplo de um empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos, com uma prestação mensal fixa de 404 euros, durante os primeiros cinco anos, considerando uma taxa fixa de 1,8%, e um “spread” de 0,7%, nunca esquecendo que numa renegociação de contrato o banco pode alterar as condições, nomeadamente o “spread”.
No total dos 60 meses, altura em que o crédito passa a estar indexado a uma taxa variável, terá pago ao banco 24.287 euros. Considerando as taxas dos futuros da Euribor a 3 meses, poderia pagar uma prestação entre 348€ e 413€, e ao fim dos 5 anos num crédito com taxa variável, daria um total de 23.016 euros.
Verifica-se uma diferença de cerca de 1.300€. A questão que se coloca é se vale a pena pagar este valor extra. Apesar de representar um custo mais elevado, o tomador do crédito, optando por um crédito com taxa fixa, evita surpresas desagradáveis, ficando protegido de eventuais subidas nos juros de mercado, como aconteceu, por exemplo, no final de 2008, pagando sempre o mesmo valor, independentemente da evolução dos mercados financeiros.
A escolha entre um crédito de taxa fixa ou variável é, meramente, uma decisão de eliminação de risco, embora por um período curto. Resta saber que risco você está disposto a correr num crédito à habitação.
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