Teresa Campos
Teresa Campos
08 Ago, 2023 - 20:25

Os tipos de cancro mais comuns nas crianças

Teresa Campos

Hoje falamos-lhe dos tipos de cancro mais comuns nas crianças, os tumores com maior prevalência na idade infantil e na adolescência.

A primeira informação relevante para deixar é que o cancro em crianças e jovens é raro. Em Portugal, são diagnosticadas, anualmente, cerca de 400 crianças com cancro. Contudo, os tipos de cancro mais comuns nas crianças podem não ser, exatamente, os mesmos que afetam os adultos e tendem a ocorrer em zonas diferentes do corpo.

No que toca à taxa de cura, ela também é mais elevada na infância do que na idade adulta, registando, atualmente, os 80%. Todavia, para quem enfrenta esta batalha, nada como ficar a par das informações mais importantes, relacionadas com os tipos de cancro mais comuns nas crianças.

Cancro na infância

De um modo geral, podemos dizer que o cancro é uma doença que afeta as células que compõem os órgãos e os tecidos do corpo. A divisão descontrolada das células pode provocar um nódulo chamado tumor.

Por sua vez, os tumores podem ser benignos ou malignos. Num tumor benigno, as células não se espalham para outras partes do corpo e, por isso, não se tornam cancerígenas. Já num tumor maligno, as células cancerígenas conseguem espalhar-se para além da zona original do corpo.

Causas

A origem do cancro infantil e, particularmente, do tipos de cancro mais comuns nas crianças é, ainda, desconhecida. Sabe-se que, por norma, a sua origem não é genética ou hereditária, já que é raro encontrar mais do que um caso de cancro infantil na mesma família.

Importa, ainda, lembrar que o cancro não é infecioso, nem contagioso, pelo que não se transmite a outros adultos ou crianças que entrem em contacto com o paciente.

Tipos de cancro mais comuns nas crianças

Leucemia

A leucemia é um cancro da medula óssea, medúla responsável pela produção das células sanguíneas. No caso das crianças, os tipos mais comuns são a leucemia linfoblástica aguda e a leucemia mielóide aguda.

Na leucemia linfoblástica aguda, por exemplo, os linfócitos imaturos (linfoblastos) não funcionam corretamente, crescem demasiado e, assim, impedem a produção das células normais, além de poderem invadir órgãos e tecidos, como os gânglios linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central, testículos e pele.

Tumores do Sistema Nervoso Central

Este é o segundo tipo de cancro mais comum nas crianças. Os tumores do Sistema Nervoso Central, que afetam o cérebro e a medula espinhal, são também designados neoplasias sólidas.

Os tipos mais frequentes nas crianças são os gliomas, que podem ser de baixo grau ou benignos (astrocitoma pilocítico) ou de alto grau ou malignos (glioblastoma ou tumores do tronco cerebral).

Outros tumores malignos comuns são meduloblastomas, ependimomas e tumores de células germinativas. No caso de surgirem metástases, elas são mais comuns nas meninges.

Sarcomas

Os sarcomas podem surgir em qualquer zona do corpo e desenvolvem-se a partir de tecidos, como ossos ou músculos.

O rabdomiosarcoma é o tumor dos tecidos moles mais comum e tem origem nas células imaturas que formam os músculos. É também mais frequente na cabeça e pescoço, tronco, sistema excretor da urina e genital, membros e tronco.

Tumores embrionários

Os tumores embrionários desenvolvem-se a partir de tecido que só é visto, normalmente, no embrião em desenvolvimento e podem surgir em diferentes partes do corpo.

Linfoma

O linfoma é o cancro do sistema linfático, podendo surgir em qualquer tecido linfático. Há dois tipos principais: o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin.

O linfoma de Hodgkin surge quando as células linfáticas se alteram e crescem de forma anormal. Há o linfoma clássico (esclerose nodular, celularidade mista, rico em linfócitos e depleção linfocitária) e o linfoma nodular.

O linfoma não Hodgkin surge quando as células linfáticas se alteram e crescem de forma anormal. Há quatro tipos: o linfoma de Burkitt (o mais comum), o linfoma de grandes células B, o linfoma linfoblástico e o linfoma anaplástico.

Tratamentos

Atualmente, já são vários os tratamentos disponíveis para a cura do cancro infantil. Muitos podem ser combinados e a sua administração depende de vários fatores. Alguns dos tratamentos possíveis são:

  • Cirurgia – remoção do tumor;
  • Quimioterapia – administra medicamentos anticancerígenos (citotóxicos), capazes de destruir as células cancerígenas;
  • Radioterapia – usa a radiação para destruir as células cancerígenas;
  • Transplantes de células estaminais e de medula óssea – após a quimioterapia são administradas células estaminais do sangue ou da medula óssea;
  • Imunoterapia – utiliza medicamentos específicos para as células cancerígenas;
  • Terapia dirigida – usa medicamentos específicos que visam as proteínas e genes das células cancerígenas.
Veja também