Miguel Pinto
Miguel Pinto
22 Ago, 2025 - 11:30

9 dicas para quem está a pensar trabalhar no estrangeiro

Miguel Pinto

Se está a ponderar trabalhar no estrangeiro, tome nota de todas as nossas dicas para que tudo corra pelo melhor.

Trabalhar no estrangeiro

Nos últimos tempos, muitos portugueses, de áreas distintas, decidiram trabalhar no estrangeiro.

A falta de oportunidades no mercado nacional, a procura de melhores condições de trabalho e financeiras, ou mesmo a experiência e enriquecimento do currículo, estão entre as principais razões.

Neste contexto, deixar o país foi, para muitos trabalhadores, em especial jovens, a solução. Atraídos por melhores salários, e também pela experiência de uma nova realidade, o movimento migratório acentuou-se em Portugal nos último anos.

Por isso, se também pensa em trabalhar no estrangeiro, continue a ler. A informação que se segue é importante para si.

9 DICAS ESSENCIAIS PARA TRABALHAR NO ESTRANGEIRO

Antes de avançar, conheça todos os procedimentos e cuidados a ter em conta para trabalhar no estrangeiro.

1

Onde procurar emprego?

Além de possíveis contactos diretos, através de amigos ou familiares, são muitos os sites e plataformas online que permitem aceder a ofertas de emprego no estrangeiro.

Antes de mais, deve procurar oportunidades que se encaixem no seu perfil e objetivos profissionais. Para o efeito, pode solicitar ajuda ao IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional, que reúne ofertas de trabalho no estrangeiro.

Se pretender trabalhar num outro país da Comunidade Europeia, pode pesquisar na rede EURES – Portal Europeu da Mobilidade Profissional, onde tem acesso, ainda, a informação sobre vida e trabalho no respetivo destino que escolher. Pode registar-se na plataforma e inserir o seu curriculum vitae, de modo a facilitar o processo.

Há vários sites de emprego onde pode registar-se e pesquisar emprego, da Europa e do mundo.

Muitas empresas recrutam através do LinkedIn. Portanto, é essencial que esteja presente nesta rede profissional, onde pode inserir toda a informação importante, assim como responder a ofertas.

Outras redes sociais, assim como amigos e familiares podem revelar-se essenciais na procura de emprego, sobretudo se já estão a trabalhar no estrangeiro, pois podem ter conhecimento de oportunidades nas próprias empresas, ou outras, e indicar o seu nome para o lugar.

2

Condições de trabalho

Antes de aceitar uma oferta para trabalhar no estrangeiro, informe-se relativamente às exigências legais de contratação. Para o efeito, visite uma embaixada ou consulado do país para onde pretende emigrar.

É importante ter a resposta para algumas questões:

  • Local de trabalho;
  • Carga horária diária e semanal;
  • Horário de trabalho;
  • Tipos de contrato de trabalho e respetivas formas de cessação;
  • Existência de período experimental;
  • Formalidades a cumprir;
  • Compensações e indemnizações previstas;
  • Condições de proteção social (sobretudo, em situações de desemprego e de doença);
  • Salário mínimo nacional ou valor fixado para uma determinada atividade;
  • Possibilidade de exercer sem restrições uma profissão sujeita a reconhecimento (advogado, médico, enfermeiro ou arquiteto, por exemplo).

Peça que o contrato de trabalho seja celebrado por escrito, mesmo que isso não seja obrigatório. O documento deverá conter, de forma clara, todos os elementos descritos anteriormente. Leia-o atentamente, se possível com o aconselhamento de um advogado.

3

Profissões regulamentadas

É importante saber se a profissão que pretende exercer está ou não regulamentada. O processo de reconhecimento profissional pode ser demorado e requerer documentação, bem como a realização de provas, cujos custos, por vezes, são elevados.

Informe-se junto da sua ordem profissional ou de outro órgão representativo, como associação ou sindicato.

As embaixadas e os consulados em Portugal também podem ajudar. Caso se trate de um país da União Europeia, pesquise na página da Comissão Europeia.

4

Documentação

Deve ter toda a documentação necessária para poder ter acesso a todos os benefícios e cumprir as suas obrigações como residente e trabalhador de outro país.

O contrato de trabalho ou o visto de residência, por exemplo, são documentos importantes para permanecer no estrangeiro.

Para assumir determinadas tarefas, ou para transporte, poderá precisar de carta de condução. Verifique se a sua carta de condução é válida ou o que necessita de fazer para que assim seja. Na União Europeia, não terá problemas. Se rumar a outras regiões, certifique-se de que está habilitado a conduzir.

5

Alteração da morada fiscal

Se vai residir num país estrangeiro, é importante que faça a alteração da sua morada fiscal junto das Finanças.

Caso contrário, continuará a ser considerado cidadão residente em Portugal e pode estar sujeito a dupla tributação. Significa que os seus rendimentos podem ser tributados nos dois países. Deve dar especial atenção a esta questão.

A residência fiscal é o critério principal que determina o país onde será tributado.

6

Obrigações fiscais

O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), é tributado no país de residência.

Assim, pagará impostos no país onde reside e no qual desenvolve a sua atividade profissional, caso cumpra se os pressupostos locais para ser considerado residente.

7

Proteção social

Como emigrante, deixa de estar abrangido pelo sistema de proteção social e pelos serviços de saúde portugueses.

Se emigrar para um país do Espaço Económico Europeu ou Suíça, tem os mesmos direitos e obrigações dos nacionais desses países, sendo que isso indica que a proteção social poderá ser diferente da que tem em Portugal, pois os sistemas variam consoante o país.

Fora da zona Euro, há alguns países com os quais Portugal tem acordos de proteção social, como o Brasil, Cabo Verde, Marrocos ou Andorra. Ao decidir trabalhar no estrangeiro tenha também em conta esta questão.

Veja que direitos terá no local de destino e pondere a subscrição ou a negociação com a entidade contratante de um seguro de saúde.

8

Idioma

Se tenciona trabalhar no estrangeiro, mas não domina a língua do país de acolhimento, deve inscrever-se num curso que lhe permita adquirir, pelo menos, conhecimentos básicos que lhe permitam estabelecer contactos ou perceber algumas indicações.

Saiba se além da língua oficial, o inglês, ou mesmo o português, também são idiomas comummente falados, pois isso poderá facilitar a integração.

9

Escola / formação

Caso queira continuar a estudar ou tenha filhos em idade escolar, verifique como funciona o ensino no país de destino, nomeadamente o calendário, os requisitos para obter equivalências e os procedimentos para matrícula, no início ou a meio do ano letivo.

Estas são algumas dicas importantes a ter em conta caso decida trabalhar no estrangeiro. Se tiver dúvidas, contacte as entidades oficiais, como o IEFP ou o consolado do respetivo país para onde pretende emigrar.

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