Teresa Campos
Teresa Campos
12 Jun, 2022 - 19:51

Albinismo: saiba mais sobre esta doença hereditária

Teresa Campos

O albinismo resulta de uma mutação genética, mas muitos não sabem quais as reais implicações desta doença na saúde do seu portador.

rapaz albino

O termo albinismo deriva da palavra latina albus que significa, precisamente, branco. É este o tom que predomina no corpo de uma pessoa albina, seja na pele, seja nos cabelos/pelos. Esta é uma doença hereditária que tem na sua origem uma mutação genética.

Essa mutação genética faz com que o indivíduo que sofre de albinismo só produza parcialmente ou não produza de todo melanina, pigmento escuro responsável por dar cor à pele, cabelos e olhos das pessoas.

Para esta doença genética ser transmitida, é necessário que ambos os progenitores possuam o gene que está na origem desta mutação. Logo, o albinismo pode afetar qualquer pessoa, independentemente do género, raça, etnia ou estatuto social. Perceba melhor as consequências deste problema de saúde.

Albinismo: caraterísticas e consequências

Caraterísticas gerais

Já percebemos que o albinismo está associado a uma produção insuficiente ou nula de melanina. Portanto, pode falar-se, neste último caso, em albinismo total, a forma mais severa e mais frequente desta doença.

Nestes casos, a ausência de melanina vai também provocar uma ausência total de pigmentação, a nível da cor da pele, dos cabelos e da íris. A pele pode apresentar um tom branco ou rosado; os cabelos podem ser brancos ou cinza; enquanto a íris é cor de rosa.

Nas situações em que se verifica um albinismo parcial, vão ser apenas algumas as regiões do corpo a exibir esse problema de despigmentação.

menina albina

Principais consequências

A melanina não serve apenas para dar cor à nossa pele, cabelos e olhos, mas também para nos proteger da ação dos raios solares ultravioletas. Logo, quem sofre de albinismo tem de ter cuidados redobrados com a exposição solar, pois está mais vulnerável ao surgimento de queimaduras solares, ao aparecimento de rugas, ao envelhecimento cutâneo precoce e ao desenvolvimento de tumores malignos na pele.

Além dos problemas cutâneos, quem tem albinismo também costuma ter alterações no desenvolvimento e funcionamento dos olhos. Assim, é frequentes os doentes com albinismo terem nistagmo (movimentos involuntários dos olhos); estrabismo (problemas no alinhamento dos eixos visuais); miopia ou hipermetropia intensas; astigmatismo; e fotofobia.

mulher com vitiligo nas costas
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Como é viver com albinismo?

A par das consequências mais físicas, o albinismo também pode ter consequências psicológicas no seu portador. Esta é, ainda, uma doença pouco conhecida e, por isso, favorável a uma certa estigmatização e preconceito.

Estes aspetos devem ser tidos em conta, principalmente quando pensamos em crianças albinas, as quais devem ser integradas a nível social e escolar, sem esquecer os cuidados mais particulares que a sua doença requer.

Alguns estudos têm vindo a concluir que as meninas conseguem superar melhor essa etapa de integração, enquanto os meninos tendem a colocar-se em risco, procurando copiar os padrões comportamentais das outras crianças, mesmo em situações que sabem que os podem pôr em risco, como expôrem-se ao sol sem proteção.

De modo a evitar sentimentos de auto-rejeição e isolamento social, pode ser importante o acompanhamento psicológico, como meio de ajudar as crianças albinas a reforçarem a sua autoestima.

Além disso, o papel da família, nomeadamente dos pais ou educadores, e da escola é igualmente fundamental. Os professores devem esclarecer as crianças sobre o albinismo e outras doenças ou incapacidades, de modo a que os mais novos aprendam a conviver com as mais variadas formas de diferença.

Os vídeos, os exercícios em grupo e alguns jogos ou teatralizações podem ser maneiras de conseguir gerar empatia e prevenir algumas situações de conflito ou mesmo de bullying.

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