Luana Oliveira
Luana Oliveira
22 Mar, 2024 - 15:53

Banco de Portugal revê em forte alta crescimento da economia

Luana Oliveira

Um panorama positivo com mais emprego, crescimento económico, turismo e a cereja no topo do bolo…menos impostos.

dinheiro

Esta sexta-feira o Banco de Portugal (BdP) apresentou um panorama otimista para a economia portuguesa e não só. O Boletim Económico referente a março de 2024 antevê um cenário ainda mais promissor do que o expectável em dezembro de 2023.

Assim, mais crescimento económico, mais emprego e turismo como o pilar económico português são as palavras de ordem para a construção de um quadro favorável.

O boletim do Banco, que é coordenado por Mário Centeno, aponta para um crescimento económico de 2% em 2024, contrariando a narrativa de 1,2% no trimestre passado. Para 2025 e 2026 é expectável que alcançe os 2,3%.

A instituição argumenta que o desenvolvimento económico deve-se ao “aumento do investimento e das exportações e supera o projetado para a área do euro”.

Já em respeito da inflação, o panorama confiante mantém-se. Segundo o BdP, os consumidores sentir-se-ão menos pressionados pelos preços dos bens e serviços dado que a inflação reduziu para 2,4% em 2024.

De novo contrariando os dados previstos em dezembro que registavam a inflação nos 2,9%.

De realçar que é uma atenuação substancial, dado que em 2023 a inflação média sagrou-se num marco tenebroso de 9,2%.

Além disso, o objetivo central do Banco Central Europeu (BCE) é reduzir a inflação para 2% em 2025, um propósito que todos os países europeus pretendem convergir.

Para o futuro o Banco de Portugal antecipa que “em 2025, a inflação situa-se em 2%, e no ano seguinte, em 1,9%.”

2024 com mais emprego

A verdade é que o Boletim do BdP afirma que haverá mais emprego em 2024, contudo a taxa de desemprego permanecerá estável.

O mercado de trabalho continuará a crescer a par e passo, contemplando um aumento de 0,4% para 2024 e 0,5% entre 2025 e 2026. Já os salários reais estes também conhecerão o respetivo aumento.

A taxa de emprego está, mais uma vez, acima das previsões anunciadas, em dezembro de 2023, que determinavam uma possível estagnação de 0,1% para este ano e um acréscimo de 0,3% para 2025.

Tal como referido a taxa de desemprego persistirá nos 6,5% da população ativa no que concerne o ano atual, fugindo à trajetória prevista em dezembro de 7,1%.

Menos encargos fiscais e juros

Em comunicado o Banco de Portugal explica que “o consumo privado cresce, em média, 1,9% em 2024-26, num contexto de ganhos de rendimento disponível real e de aumento da poupança”.

Adicionalmente o rendimento disponível real das famílias sobe 4% em 2024 e, entre 2025 e 2026, 1,9%. Este aumento ocorre em razão da descida da inflação e ainda das expectativas de redução das taxas de juro.

O BdP esclarece que a dinâmica dos salários e das prestações sociais, bem como a redução dos impostos diretos influenciam diretamente o aumento em questão.

Ademais o investimento, uma das variáveis essenciais para o aumento do emprego e o crescimento a prazo, “cresce 3,6% este ano e 4,8%, em média, em 2025-26″, segundo a instituição bancária.

A aposta no investimento surge num contexto de recuperação da procura global, ao alívio gradual das condições de financiamento e à pertinência e execução financeira do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e outros fundos europeus, explica o Banco de Portugal.

Turismo enquanto pilar português

O turismo e as exportações são dos principais motores para o crescimento económico português e o Boletim Económico comprova o papel fundamental destes dois pilares.

De acordo com o Banco de Portugal as exportações “sobem, em média, 3,6% em 2024-26 e dão um contributo (líquido de conteúdo importado) de 0,9 pontos percentuais (p.p.) para a variação média do PIB neste período.”

Neste prisma a instituição bancária destaca o impacto do turismo, que deverá ultrapassar significativamente a média das exportações em quantidade e dinamismo.

Acrescenta também que “as perspetivas para o setor a nível mundial mantêm-se favoráveis e, num contexto de elevados riscos geopolíticos, as exportações de serviços deverão continuar a beneficiar da perceção de Portugal como destino turístico seguro“.

O panorama promissor apresentado pelo Banco de Portugal pode ter incutido um sentimento de esperança enquanto surgem numerosas indagações sobre a situação portuguesa.

O debate subsequente concentra-se nas disparidades existentes em Portugal e como os resultados positivos alcançados podem influenciar, de forma uniforme, a realidade dos cidadãos portugueses.

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