Ana Graça
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01 Jun, 2018 - 10:00

Dismorfia corporal: causas, sintomas e tratamento

Ana Graça

A dismorfia corporal é uma patologia psiquiátrica frequente e incapacitante, caracterizada pela preocupação excessiva com um determinado defeito físico.

Dismorfia corporal: causas, sintomas e tratamento

Mesmo que não reconheça a expressão, certamente está familiarizado com o conceito de dismorfia corporal. A preocupação com a aparência física é uma característica transversal a todas as sociedades. Os conceitos de beleza, elegância e juventude têm sido cada vez mais associados ao bem-estar, saúde e sucesso pessoal.

Modelos de referência idealizados e padronizados são potenciados pelos media, o que faz com que a maioria das pessoas procure de forma incessante formas de melhorar a aparência física e alcançar a beleza ideal.

Mas há casos que ultrapassam a normal preocupação com a imagem. Determinadas pessoas relatam irregularidades impercetíveis ou inexistentes no seu corpo, em relação às quais têm uma aversão excessiva. Nestas situações deve ser ponderada a existência de dismorfia corporal.

Imagem corporal e dismorfia corporal

Imagem corporal é a representação mental que cada pessoa tem acerca do tamanho, forma e silhueta do corpo. É a perceção e a atitude que cada um tem em relação ao próprio corpo.

Grande parte das pessoas consegue ter uma relação saudável e equilibrada com a própria aparência. Contudo, algumas pessoas sofrem de uma forte distorção da imagem corporal e podem apresentar diversos problemas: baixa autoestima; bulimia; anorexia nervosa; dismorfia corporal.

dismorfia corporal

O que é a dismorfia corporal?

Apesar de ter uma aparência física normal, a pessoa com perturbação dismórfica corporal apresenta uma insatisfação patológica com pormenores inexistentes ou insignificantes do seu aspeto.

Considera que esses pormenores são graves deficiências corporais que quer desesperadamente ver corrigidas. A dismorfia corporal, habitualmente, restringe-se a um único aspeto, órgão ou região do corpo.

Estas pessoas apresentam uma preocupação com um defeito imaginário da aparência e, no caso dessa pequena anomalia física ser real, a preocupação demonstrada é claramente excessiva. Para além disso, sentem ansiedade significativa ou disfunção social, profissional ou outra.

Geralmente, o início dos sintomas ocorre na adolescência e a frequência parece ser semelhante em ambos os sexos, embora alguns estudos apontem para uma prevalência ligeiramente superior no sexo feminino.

Vários fatores têm sido apontados como potenciais causadores desta patologia, nomeadamente: fatores genéticos (é possível identificar antecedentes familiares em 8% dos doentes com este diagnóstico) e alterações funcionais de vários neurotransmissores.

defeito imaginário da aparência

Qual o melhor tratamento para a dismorfia corporal?

O tratamento farmacológico e a terapia cognitivo-comportamental são eficazes na maioria dos doentes e são considerados, quando utilizados em conjunto, os tratamentos de primeira linha.

A psicoterapia contribui para uma melhor compreensão da doença e respetivas implicações, ajuda a desenvolver crenças menos negativas sobre a aparência e a reduzir os comportamentos compulsivos (como a verificação ao espelho).

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