Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
06 Dez, 2025 - 18:30

Feriados de dezembro: o que fazer de norte a sul do país

Cláudia Pereira

15 ideias práticas para aproveitar os feriado de dezembro em Portugal, com sugestões do Norte ao Algarve, para todos os gostos e orçamentos.

Os feriados de dezembro são uma das melhores oportunidades para sair da rotina antes do Natal. Quer faça frio, sol ou aquela mistura típica de dezembro, há sempre algo para fazer em Portugal sem atravessar fronteiras. Este é o guia prático para aproveitar o dia com a família ou amigos!

Norte com ar puro e boas vistas

1.

Caminhar no Gerês

O Parque Nacional da Peneda-Gerês é uma das melhores escolhas para aproveitar os feriados em contacto direto com a natureza, mesmo no inverno. As paisagens ficam mais verdes, as cascatas têm mais água e o silêncio torna-se parte do passeio. Estes são dois percursos recomendados:

  • Cascata do Arado – acesso fácil a partir da estrada, com parque de estacionamento próximo. O trilho até à cascata é curto e relativamente seguro, mesmo em dias frios. É aconselhável atenção ao piso escorregadio junto à queda de água.
  • Mata da Albergaria (Geira Romana) – um percurso plano e acessível, ideal para quem prefere caminhar sem grandes inclinações. O trajeto segue a antiga estrada romana, rodeado por carvalhos centenários.
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2.

Subir ao Bom Jesus de Braga

O Santuário do Bom Jesus do Monte é um dos locais mais visitados do norte do país. Situado no topo de uma colina, oferece uma das melhores vistas sobre Braga e combina exercício leve, património e momentos de pausa. Existem duas formas de subir:

Escadório Monumental
Com mais de 500 degraus, é uma opção para quem quer juntar turismo e atividade física. O percurso é feito por patamares decorados com fontes e esculturas.

Funicular do Bom Jesus
Funciona por sistema de contrapeso a água e é o mais antigo do mundo em funcionamento. A viagem é curta, mas faz parte da experiência e agrada a todas as idades.

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3.

Passear pela Ribeira do Porto

A zona da Ribeira é um dos postais mais conhecidos do Porto e continua a valer a visita mesmo em pleno inverno. O passeio entre o tabuleiro inferior da Ponte D. Luís e o cais de Vila Nova de Gaia é curto, plano e ideal para quem quer sentir a cidade sem grandes esforços.

Percurso sugerido: começar no Cais da Ribeira, seguir junto ao rio até à ponte e atravessar para Gaia pelo tabuleiro inferior. Do outro lado, o Cais de Gaia oferece vistas perfeitas sobre o centro histórico e uma série de bares e esplanadas abertas todo o ano. Depois suba ao Jardim do Morro, em Gaia, para fechar o passeio com uma das melhores vistas sobre o Porto.

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4.

Descobrir Guimarães a pé

Guimarães é uma cidade que se conhece melhor a caminhar: o centro histórico é bem preservado e cheio de pormenores que passam despercebidos a quem anda com pressa. Percurso sugerido: começar no Campo de São Mamede, subir até ao Castelo de Guimarães e ao Paço dos Duques de Bragança, descer para a Zona de Couros e terminar no Largo da Oliveira e na Praça de Santiago. Termine a visita com uma refeição típica como vitela assada ou rojões à moda do Minho.

5.

Subir ao Santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo

O Santuário de Santa Luzia oferece uma das melhores vistas panorâmicas do Minho. Do topo do monte é possível observar a cidade, o rio Lima, o mar e grande parte da costa norte. É um passeio simples, mas com recompensa garantida. Pode subir de duas formas:

A pé pelas escadas monumentais – para quem gosta de caminhar, o percurso é desafiante, mas bem organizado. É aconselhável apenas em dias secos.

De carro – a estrada é acessível e bem sinalizada. Existe parque de estacionamento perto do santuário, o que torna a visita fácil mesmo para quem viaja com crianças ou pessoas com mobilidade reduzida.

Santa Luzia em Viana do Castelo
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Centro entre história e natureza

6.

Provar ovos moles em Aveiro

Visitar Aveiro sem provar ovos moles é como ir ao Porto e não olhar para o Douro. Este doce tradicional faz parte da identidade da cidade e é uma paragem obrigatória em qualquer passeio. Feitos à base de gema de ovo e açúcar, são envolvidos por hóstias em forma de conchas, búzios ou peixes, uma referência direta ao mar e à ria.

Os melhores ovos moles encontram-se nas confeitarias tradicionais do centro histórico, nas lojas junto aos canais, em espaços próximos da estação de comboios e em docerias locais com produção própria. Deve evitar-se a compra em locais onde os ovos moles estejam expostos ao calor ou à luz direta, pois trata-se de um produto sensível.

Ria de Aveiro
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7.

Visitar a Universidade de Coimbra

A Universidade de Coimbra é um dos locais mais emblemáticos da cidade, classificada como Património Mundial da UNESCO. A Biblioteca Joanina é o ponto mais procurado, com interior em madeira exótica, dourados e estantes que sobem até ao teto. O Paço das Escolas completa a visita com a sua imponência arquitetónica, a Sala dos Capelos e o Pátio das Escolas, onde se sente o peso simbólico da academia. O percurso inclui ainda a Torre da Universidade, acessível a quem não tem receio de subir escadas, e que oferece uma vista ampla sobre a cidade e o rio Mondego.

É aconselhável adquirir bilhetes com antecedência, sempre que possível, sobretudo em feriados e fins de semana. A entrada é feita por horários específicos e há número limitado de visitantes por grupo. Recomenda-se chegar alguns minutos antes da hora marcada para evitar filas.

Panorâmica de Coimbra
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8.

Passear em Tomar e visitar o Convento de Cristo

Tomar é uma daquelas cidades que combinam bem história e tranquilidade. Tudo fica a uma curta distância a pé, o que torna a visita perfeita para um feriado de meio dia sem pressas.

O Convento de Cristo é o grande motivo da viagem. Fundado pelos Templários e mais tarde adaptado à Ordem de Cristo, o monumento reúne vários estilos arquitetónicos e séculos de história no mesmo espaço. Depois da visita ao convento, vale a pena descer até ao centro histórico, atravessar o rio Nabão e passear pelo Jardim do Mouchão, um dos locais mais agradáveis da cidade. As esplanadas junto ao rio são ideais para uma pausa, seja para almoçar ou apenas para descansar.

Castelo de almourol na rota dos templários
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Lisboa e arredores

9.

Circuito de Belém

Belém é uma das zonas mais agradáveis de Lisboa para passear, especialmente por estar junto ao Tejo e concentrar alguns dos monumentos mais emblemáticos do país. O circuito clássico começa no Mosteiro dos Jerónimos, segue para o Padrão dos Descobrimentos e termina junto à Torre de Belém. Tudo se faz a pé e sem grandes esforços, ideal para um passeio calmo que combina história, arquitetura e vistas sobre o rio.

Entre uma visita e outra, há uma paragem praticamente obrigatória para provar os famosos pastéis de Belém, embora existam alternativas nas pastelarias próximas para evitar filas. O passeio pode durar entre duas a três horas e recomenda-se calçado confortável e agasalho, sobretudo em dias ventosos. Para quem tiver tempo extra, vale estender a caminhada até ao MAAT ou simplesmente sentar-se numa esplanada a observar o movimento junto ao rio.

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10.

Miradouros de Lisboa

Os miradouros de Lisboa continuam a ser uma excelente opção, mesmo nos dias mais frios. O miradouro da Senhora do Monte oferece uma das vistas mais amplas sobre a cidade, com o Castelo de São Jorge em primeiro plano e o rio Tejo a completar o cenário. Já o miradouro de Santa Catarina, mais central e animado, é ideal para quem gosta de observar a vida da cidade enquanto descansa.

Ambos são de acesso gratuito e fáceis de incluir num passeio urbano. É aconselhável levar um casaco quente, pois o vento sente-se com mais intensidade nos pontos altos, e aproveitar os cafés próximos para uma pausa reconfortante. O melhor momento para visitar é ao final da tarde, quando a luz muda e a cidade ganha outro tom, perfeito para fotografias sem pressa.

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11.

Palácios de Sintra

O Palácio da Pena destaca-se pelas cores e pela vista sobre a serra, a Quinta da Regaleira surpreende com grutas, túneis e jardins enigmáticos, e Monserrate oferece um ambiente mais tranquilo, com um palácio exótico rodeado de vegetação rara.

Aconselha-se a compra de bilhetes online para evitar filas e o uso de calçado confortável, pois há muitas subidas e caminhos irregulares. No inverno, convém levar roupa quente, uma vez que a serra é mais fria e húmida do que Lisboa. Para completar o dia, vale a pena descer até ao centro histórico e provar os travesseiros ou as queijadas, fechando o passeio da melhor maneira.

Palácio da Pena em Sintra
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Sul do país para abrandar

12.

Passear por Évora

Évora é uma cidade que se visita bem a pé e sem grandes planos: o centro histórico concentra monumentos, ruas estreitas e esplanadas onde apetece parar. A Capela dos Ossos continua a ser um dos pontos mais procurados e impressiona quem a visita pela primeira vez, enquanto o Templo Romano, no coração da cidade, é paragem obrigatória para fotografias e pequenos momentos de contemplação.

O percurso pode ser feito com calma em duas ou três horas, incluindo paragens para café ou almoço. Nos meses mais frios, o clima alentejano costuma ser mais ameno do que no litoral, mas convém levar um agasalho para o final da tarde. A cidade é ideal para quem gosta de história, ambiente tranquilo e boa comida, sendo difícil sair sem provar pratos típicos como migas, açorda ou carne de porco à alentejana.

Templo romano em Évora
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13.

Ver o pôr do sol em Monsaraz

Monsaraz é daqueles lugares onde o tempo parece abrandar, e o pôr do sol é o momento em que tudo faz sentido. Do alto da vila, a vista sobre o Lago do Alqueva abre-se em tons que mudam todos os dias, consoante as nuvens, a luz e a estação do ano. Não é preciso bilhete nem marcação, apenas chegar com antecedência e escolher um bom lugar junto à muralha.

O acesso faz-se facilmente de carro e há zonas de estacionamento perto das entradas da vila. Convém levar um casaco quente, pois o vento pode ser frio ao final da tarde, e aproveitar para jantar numa das pequenas tascas locais depois de assistir ao espetáculo natural. É um plano simples, ideal para casais, amantes de fotografia ou para quem só quer terminar o dia em silêncio e com uma boa vista.

Vista geral da vila de Monsaraz
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14.

Caminhar na Costa Vicentina

A Costa Vicentina é um dos melhores cenários naturais do país para uma caminhada à beira-mar, mesmo em dezembro. A Rota dos Pescadores acompanha as falésias e oferece vistas diretas sobre o Atlântico, com trilhos bem marcados e manutenção regular, o que a torna acessível a quem não tem grande experiência em caminhadas longas.

Os percursos podem ser feitos por etapas mais curtas, ideais para um passeio de meio dia, como os troços entre Porto Covo, Vila Nova de Milfontes ou Odeceixe. É aconselhável usar calçado confortável e resistente, levar água e agasalho e ter atenção ao vento mais forte junto às falésias. O melhor da experiência é caminhar sem pressa, ouvir o mar e terminar com uma refeição simples numa vila costeira.

Roteiro pela Costa Vicentina para dias inesquecíveis
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15.

Praia no Algarve no inverno

As praias do Algarve ganham outra vida no inverno e transformam-se em refúgios de silêncio e espaço aberto. Arrifana, Cacela Velha ou Amado são exemplos de locais onde é possível caminhar à beira-mar, mesmo que seja apenas para se sentar a ler ou observar o mar.

Embora a água esteja fria, o simples facto de estar na praia já faz parte da experiência. Um casaco corta-vento, calçado confortável e uma bebida quente fazem toda a diferença. O inverno é também ideal para fotografar falésias e céus dramáticos, atravessar a areia sem pressa e aproveitar restaurantes abertos todo o ano nas vilas próximas, muitos com peixe fresco e preços mais amigáveis do que no verão.

Vale a pena sair de casa

Os feriados são uma oportunidade para mudar de ares, sair da rotina e redescobrir Portugal com outros olhos, seja num miradouro em Lisboa, numa aldeia alentejana ou numa praia algarvia fora da época alta. Às vezes, basta uma caminhada, um pôr do sol ou uma boa refeição para transformar um simples dia numa memória que fica.

Agora só falta decidir para onde ir, calçar uns sapatos confortáveis e aproveitar o país que existe mesmo aqui ao lado. Para não perder mais ideias, roteiros e inspiração para escapadinhas em Portugal, vale a pena subscrever a newsletter do Ekonomista e receber sugestões práticas diretamente no email. O próximo feriado começa a planear-se hoje.

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