Teresa Campos
Teresa Campos
13 Mar, 2022 - 18:20

Fístula: sintomas e tratamentos associados a este problema

Teresa Campos

Uma fístula pode afetar diferentes regiões do corpo, sendo a perianal uma das mais comuns. Conheça os sintomas e tratamentos.

fistula

A fístula ou a fissura perianal é um problema que afeta 9 em cada 100.000 pessoas. É mais prevalente nos homens, principalmente acima dos 40 anos de idade.

Porém, a fístula pode afetar indivíduos de outros géneros e idades, até mesmo as crianças. Neste último caso, ela costuma ser congénita e mais recorrente nos meninos e nos rapazes.

Convém ainda dizer que a fístula também pode afetar outros sistemas do nosso corpo, como o urinário, o reprodutor e o circulatório. Fique a saber mais.

Fístula perianal: tudo o que precisa de ficar a saber

Uma fístula perianal corresponde a um rasgão ou rutura da pele do canal anal, ou seja, da pele existente em torno do ânus. Ela pode ser causada pela obstrução do orifício de drenagem da glândula anal. Por sua vez, ela vai provocar um abcesso perianal, que cria um trajeto entre o canal anal e o exterior.

Causas

O surgimento de uma fístula deve-se ao estiramento da pele do canal anal, devido a uma distensão excessiva. Há várias causas possíveis para essa distensão exagerada, algumas mais comuns do que outras.

Eis algumas das suas causas possíveis:

Sintomas

A existência de uma fístula pode causar alguns sintomas, tais como:

  • dor intensa ao defecar;
  • febre;
  • pequenas quantidades de sangue após a dejeção;
  • dejeções com pús;
  • tumefação local;
  • prurido anal.
fístula perianal

Diagnóstico

De um modo geral, o diagnóstico deste problema é feito com base: na história clínica do doente; na sua sintomatologia; e no seu exame clínico.

Ao observar a região perianal, pode ser possível detetar uma zona endurecida, avermelhada e dolorosa que pode mesmo evidenciar a presença de um abcesso ou fístula, com ou sem corrimento.

Noutras situações, pode ainda ser necessário proceder à realização de outros exames adicionais, tais como:

  • exploração com sonda de fístula ou injeção local de um corante específico, de modo a definir a extensão e a forma do trajeto fistuloso;
  • anuscopia, de forma a encontrar a abertura interna da fístula;
  • fistulografia (injeção de um composto de contraste), seguida de raio-X;
  • ecografia endoanal;
  • ressonância magnética;
  • sigmoidoscopia flexível ou colonoscopia.

Como tratar uma fístula?

Para aliviar a sintomatologia e contribuir para a cicatrização da área afetada, pode optar-se por tratamentos não cirúrgicos, como a aplicação de agentes tópicos analgésicos e anti-inflamatórios.

Em casos mais graves, pode ser necessário fazer uma cirurgia de dilatação anal ou uma esfincterotomia. Nessas intervenções, pode ser colocado seton, para drenagem da fístula para o exterior, ou proceder à remoção do trajeto da fístula.

Alguns cuidados pós-cirúrgicos

  • tomar laxantes, de maneira a facilitar as evacuações;
  • tomar antibióticos, em caso de infeção;
  • descansar;
  • fazer uma dieta maioritariamente líquida;
  • aplicar gelo na zona afetada, cerca de 4 a 5 vezes por dia;
  • ter uma boa rotina de higiene, como lavar o local com água e sabão uma a duas vezes por dia, secando cuidadosamente;
  • aplicar analgésicos/anti-inflamatórios tópicos, se recomendados pelo médico.
homem com dor de barriga
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Outros tipos de fístulas

Como já referimos, uma fístula pode surgir em qualquer local do corpo. De uma forma genérica, o desconforto/dor é um sintoma comum a todas elas, independentemente da sua localização.

A fístula vaginal, por exemplo, afeta a vagina e outro órgão da região pélvica, podendo ser colovaginal, enterovaginal, retovaginal, ureterovaginal, uretrovaginal ou vesicovaginal.

Existe também a fístula arteriovenosa, através da qual ocorre a comunicação do sangue entre uma artéria e uma veia, impedindo que o oxigénio chegue aos tecidos. Este tipo de fístula costuma aparecer nos membros inferiores.

Alguns dos seus sinais de alerta podem ser veias salientes, inchaço das mãos ou dos pés, cansaço, hipotensão arterial e/ou insuficiência cardíaca. Neste caso, pode ainda haver lugar à formação de um coágulo no interior da fístula, o qual se for libertado para a corrente sanguínea pode provocar embolias.

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