Ricardo Ribeiro
Ricardo Ribeiro
29 Nov, 2017 - 06:41

Filme da semana: Justice League

Ricardo Ribeiro

O mundo pediu. A Detective Comics e a Warner Bros. satisfizeram o pedido. Já estreou a Justice League! Foi uma lufada de ar fresco, mas há muita coisa para melhorar…

Filme da semana: Justice League

Foram precisos quase 60 anos, depois da primeira aparição na Banda Desenhada, para a Justice League finalmente chegar ao grande ecrã. A equipa de super-heróis chega ao cinema depois do flop que foi o Batman vs Superman e do sucesso que foi o Wonder Woman.

Confesso que não estava muito esperançado com este filme. O Zack Snyder continuava a ser o realizador e o Batman de Ben Afleck, que já me tinha desiludido no Dawn of Justice, parecia querer continuar no mesmo caminho…

Crítica de Cinema: Justice League

Satisfação = Percepção – Expectativas

Conseguiram-me arranjar bilhetes para ante-estreia do Justice League. Aproveitei logo no dia anterior para ver o Wonder Woman e perceber se de facto este teria sido bom. E era. Não foi o melhor filme de sempre, mas foi bastante agradável de se ver. Soube que felizmente a Warner Bros. ainda tinha a capacidade de fazer bons filmes de super-heróis. Mesmo assim, as minhas expectativas continuavam baixas para o Justice League, o que se revelou benéfico para a minha percepção da qualidade do filme.

Justice League é o segundo melhor filme da nova vaga no Universo DC. O seu maior defeito é ser um filme muito apressado. Havia muito por fazer em tão pouco tempo. Duas horas não é tempo suficiente para apresentar os novos heróis: Aquaman, Flash e Cyborg e o novo vilão, Steppenwolf.

Comecemos pelo último. Steppenwolf é um vilão totalmente desprovido de caracterização e ser um grandalhão feito em CGI não ajuda em nada. Cai ali de pára-quedas, é uma personagem muito forte e que só está lá para ser derrotado pelos bons. Ares, no “Wonder Woman”, que também é feito em computador é um vilão muito mais consistente e credível, o que ajudou na qualidade final do filme.

Jason Mamoa como Aquaman esteve bem: porque falou pouco, e quando falou, falou como o verdadeiro Arthur Curry. Tive algum receio que protagonizassem o Rei dos Mares como um brutamontes mas esse não foi o caso. Fico à espera do seu filme.

Achei que o Cyborg estava bastante fiel aos comics, embora às vezes parecesse muito mais máquina que humano, algo que era totalmente compreensível, já que Cyborg ainda se estava a conhecer e aprender a usar os poderes fresquinhos. Não sendo um dos meus favoritos membros da Justice League (perderam uma excelente oportunidade de apresentar um novo Green Lantern) foi uma personagem importante no filme. Mas pode fazer melhor do que hackear coisas.

E falta o Flash. E de longe é a melhor coisa do filme. Ezra Miller apresenta-nos o melhor Flash até ao momento. Está lá pelo que é conhecido, para além da sua rapidez. É a comic relief e faz essa função de uma maneira quase perfeita. Para 2020 ainda falta muito tempo e eu queria o filme do Barry Allen já para amanhã.

A Amazona, o morcego e o Spoiler!

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Gal Gadot. O que há mais para dizer?! Esteve outra vez muito bem no papel de Wonder Woman. Ainda me faz alguma confusão ser mais pequena que o Batman (sim, em termos de altura), mas o que lhe falta em complexão física, Gal Gadot entrega em caracterização à sua personagem. E as suas cenas de pancada estão tão bem feitas.

Já o Batman de Affleck continuou a desiludir-me. Ben Affleck continua a ser um bom Bruce Wayne, já com mais idade, mas parece que quando põe a máscara do melhor herói da DC é incapaz de se desligar do playboy multimilionário da família Wayne. É o Batman do cinema que está mais próximo fisicamente do Batman dos livros, mas Dark Knight que se preze não pode só intimidar com o corpo. Não basta parecer, têm de o ser, e a Affleck deixa muito a desejar quando veste o fato e se esquece que é uma das personagens mais complexas do universo DC.

E a partir daqui vem o Spoiler. Estão avisados.

Justice League sem Superman não era Justice League. Claro que o trouxeram de volta e de uma maneira bastante aceitável. E parece que estar morto durante algum tempo fez bem ao extraterrestre de Krypton. Henry Cavill apresenta-nos o seu melhor homem de aço. Precisamos deste Superman no Man of Steel 2.

Justiça seja feita

O filme da Justice League é um bom filme, apesar de ter sido obrigado a compilar uma história, no mínimo coerente, mais a apresentação de 3 heróis e de um vilão em 2 horas. Já li por aí que vai sair uma versão alargada. A química entre os protagonistas é evidente, o que dá relevância à própria equipa. Ainda acho que o Ben Affleck conseguiria ser um bom Batman. Espero que Zack Snyder não fique durante muito tempo à frente da realização de filmes da DC, apesar de ter entregado um produto final muito melhor do que aquele presente no Dawn of Justice. Que venha de lá esse Darkseid…

Sinopse

O Super-Homem morreu e com ele foi também a esperança de uma defesa contra a invasão que se avizinha à Terra. Batman e Wonder Woman correm contra o tempo e vão à procura de novos heróis que os possam ajudar a combater a nova ameaça. É o nascimento da Justice League…

Estrelas: ***

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