Luís Vicente
Luís Vicente
28 Nov, 2019 - 15:55

Ocean Revival: mergulhe no maior recife artificial da Europa

Luís Vicente

É em Portimão, no Algarve, que está o único e inovador parque subaquático Ocean Revival. As grandes atracções são quatro navios afundados.

Parque de mergulho Ocean Revival

É muito provável que nunca tenha ouvido falar no Ocean Revival; na verdade, é ainda mais verosímil que nunca sequer o tenha visto. A explicação é simples: trata-se de um parque subaquático ao largo da cidade de Portimão, no Algarve.

O inusitado do projecto Ocean Revival não se fica pela natureza subaquática. As atracções/diversões, quando comparando com um parque aquático, são bem distintas e inovadoras: uma frota de antigos Navios da República Portuguesa (NRP) afundados propositadamente para a exploração.

Ocean Revival: Parque subaquático pioneiro e recife artificial único

Barcos do ocean revival
Dois dos barcos que foram afundados para o ocean revival

O objectivo, em 2013, ano em que se afundou a última das quatro embarcações, era criar um recife artificial visitável pelos amantes do mergulho ou por novos aventureiros.

No momento da sua concretização, o Ocean Revival era o único parque subaquático do mundo composto por navios de uma antiga força militar nacional.

Para conseguir afundar os antigos Navios da República Portuguesa, a organização contou com a ajuda da Canadian Artificial Reef Consultant, especializada em scuttling (imersões deliberadas), e com experiência em mais de 23 naufrágios por todo o planeta.

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A Ocean Revival é promovida pela organização sem fins lucrativos Musubmar, que tem como visão tornar a região do Algarve num destino de classe mundial durante todo o ano no que ao mergulho diz respeito.

Além disso, os promotores do projecto pretendem contribuir para o equilíbrio da biodiversidade marinha, nomeadamente no contexto aquático e subaquático das zonas onde opera.

Os quatro antigos NRP do Ocean Revival

No site do Ocean Revival pode perceber-se que desde início o objectivo passou por resgatar os quatro navios que já na altura não estavam ao serviço da Marinha Portuguesa. 

Assim sendo, os entusiastas do mergulho podem explorar a corveta “Oliveira e Carmo”, de 85 metros de comprimento; o patrulha-oceânico “Zambeze”, com 44 metros de comprimento, a Fragata “Comandante Hermenegildo Capelo”, com 102 metros de comprimento, e o antigo navio hidrográfico “Almeida Carvalho“, de 64 metros de comprimento.

É nas águas calmas da zona Este dos recifes artificiais de Alvor que estão afundadas as embarcações. Bastante próximas uma das outras, é assim que se cria “o maior recife artificial da Europa onde uma frota representativa de toda uma armada é transformada num santuário fervilhante de vida marinha”, como se pode ler no site do parceiro do projecto, Subnauta

No passado mês de Outubro, o Ocean Revival recordou, através das redes sociais, o começo da nova missão destes Navios da Marinha Portuguesa. “Há sete anos foi o início este ambicioso e inovador projecto, que começou com o scuttling da corveta ex-NRP “Oliveira e Carmo”, podia ler-se no texto que acompanhava o vídeo abaixo.

Como mergulhar no parque subaquático do Ocean Revival

É possível para qualquer pessoa aproveitar a oportunidade de explorar as quatro embarcações neste mergulho com história.

As condições para a prática são excelentes, com águas calmas e seguras, com temperatura a variar entre os 14º e os 22º, sendo possível mergulhar durante todo o ano.

O mergulho para aqueles que têm licença é livre; porém, a forma mais segura de mergulhar, e de ter acesso a toda a informação e itinerários que existem debaixo de água, recomenda-se o mergulho através dos guias e profissionais da Subnauta, onde poderá também alugar equipamento. 

Museu de Portimão: o complemento em terra ao mergulho no mar

Parte do circuito é também feito em terra. Um complemento à informação sensorial directa que se pode retirar do mergulho junto dos antigos Navios da República Portuguesa está no Museu de Portimão.

No piso inferior está instalado o núcleo Ocean Revival, onde está documentada a história dos quatro ex-NRP e, assim, ao alcance de todos os visitantes da casa de cultura regional e marinha que é este museu algarvio.

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