Inês Silva
Inês Silva
15 Nov, 2019 - 11:01

Projeto “Eu Cuido” ensina crianças a cuidar dos animais de companhia

Inês Silva

Projeto “Eu Cuido” tem como objetivo sensibilizar as crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico para o bem-estar dos amigos de quatro patas.

projeto eu cuido

Preservar a natureza e respeitar os animais são dois dos temas que se mantêm na ordem do dia e que cada vez preocupa mais pessoas. Em relação a este último, vão surgindo associações e projetos que visam a proteção dos animais. Exemplo disso é o projeto “Eu Cuido“.

Foi desenvolvido em parceria com a Polícia de Segurança Pública (PSP), Mars Iberia, Royal Canin e Ordem dos Psicólogos Portugueses que, em conjunto, com entidades da área da promoção da saúde e do bem-estar dos animais querem ensinar as crianças a interagir e a cuidar dos animais de companhia.

Focado no cão e gato, as espécies mais comuns nos lares portugueses, o projeto “Eu Cuido – Um mundo melhor para os animais” visa contribuir para a mudança de mentalidades desde a infância e procura dar resposta sobre, por exemplo, os comportamentos do cão e do gato e que atitudes se deve ter quando próximos destes animais.

O projeto, iniciado no ano letivo 2018/19, assenta em ações de sensibilização em sala de aula, através de conteúdos pedagógicos, multimédia, passatempos e jogos, e já passou por mais de 80 escolas, chegando a mais de 11 mil alunos.

Projeto “Eu Cuido”: missão e método

crianças e animais

Missão

Envolvendo professores e encarregados de educação, este projeto educativo tem como destinatários os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, entre o 1º e 4º ano de escolaridade, e a sua missão é contribuir para a formação desta geração futura, com base no respeito e cidadania, relembrando que os animais não são brinquedos e que é preciso tratá-los de forma saudável e adequada para uma melhor convivência entre animais de companhia e humanos.

A escolha do público-alvo não foi escolhida ao acaso, visto acreditarem que os mais mais novos são “os embaixadores da mudança de ideias e comportamentos”.

Método

O projeto “Eu Cuido” consiste na realização de sessões em ambiente de sala de aula e contam com uma parte teórica e uma parte prática.

As sessões, com cerca de 45 a 60 minutos, foram concebidas para que sejam dinâmicas, descontraídas e interativas, de forma a captar a atenção das crianças e impulsionar um espaço de reflexão e interação.

A parte teórica é feita por um formador que aborda as caraterísticas dos animais de estimação, comportamentos e comunicação, regras e cuidados. Esta intervenção é complementada por vídeos temáticos que têm como protagonista uma médica veterinária e dois animais de estimação animados, o Cão Peão e o Zé Gato.

A parte prática, com o objetivo de reforçar os conselhos e as técnicas de interação com os animais de estimação referidos na parte teórica, proporciona o contacto direto com verdadeiros exemplos de integração do animal na sociedade, onde membros do Grupo Operacional Cinotécnico e dos Polícias da Escola Segura da PSP participam, demonstrando a importância dos animais no seu trabalho, bem como reforçam a presença das autoridades junto da comunidade escolar.

Assim, nestas aulas especiais, são explicados, de forma simples, os aspetos essenciais na relação entre crianças e animais de estimação e os direitos dos animais também não são esquecidos, bem como a sua importância ao nível da qualidade de vida das famílias.

Além destas aulas, também é possível encontrar no website do projeto informações sobre animais que vão desde dicas para ajudar, os benefícios de conviver com animais, a colocação de chip de identificação, as necessidades fisiológicas, os banhos, as vacinas, a alimentação e, claro, os mimos e as brincadeiras.

Aproveitamos para lembrar que, até 2021, todos os gatos vão ter que ter implantado um chip de identificação, tal como já acontece com os cães. Quem não o fizer, habilita-se a ser multado. O valor mínimo não deverá ultrapassar os 50 euros, mas o valor máximo chega aos 3.740 euros para as pessoas singulares e vai até aos 44.890 euros para pessoas coletivas (empresas ou associações).

O chip de identificação possibilita saber o nome do animal e dos donos, caso ele se perca. O dispositivo é introduzido por um veterinário sob a pele do pescoço do animal. No caso dos cães, este chip já é obrigatório desde 2008.

Estatuto Jurídico dos animais

A Lei n.º 8/2017 veio estabelecer aos animais estatuto jurídico que lhes confere proteção legal alargada, reconhecendo que os animais são “são seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica em virtude da sua natureza”, introduzindo assim alterações ao Código Civil, Código Penal e Código de Processo Penal.

Aos donos, ainda que considerados os proprietários dos animais, não podem, “sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus-tratos que resultem em sofrimento injustificado, abandono ou morte”.

Estão também legalmente obrigados a assegurar o respeito por cada espécie, pela sua saúde e bem-estar. Estas obrigações incluem garantir o acesso a água, comida, vacinas, cuidados veterinários e formas de identificação. Se as regras forem desrespeitadas, os donos podem ser punidos.

O roubo de um animal de estimação é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.

Quem causar lesões, com ou sem intenção, terá de indemnizar o dono ou a entidade que socorreu o animal. A indemnização é devida, mesmo que seja superior ao valor do animal.

Quando há amputação de um dos membros, retirada de um órgão interno, prejuízo grave e permanente na locomoção ou morte, o dono tem direito a uma indemnização por danos morais.

Quer saber mais sobre o projeto “Eu Cuido”? Veja tudo no site criado para o efeito!

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