Puzzles para crianças: tudo o que deve saber

Os puzzles para crianças, devem marcar presença obrigatória nos momentos de brincadeira e ao longo de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem.

As peças que encaixam para formar determinada imagem apresentam benefícios únicos e essenciais na infância. Assim, estaremos a dar muito mais do que um simples brinquedo. Com um puzzle, ofereceremos horas de entretenimento, raciocínio lógico e treino da destreza e paciência.

Saiba tudo sobre puzzles para criança.

7 BENEFÍCIOS DOS PUZZLES PARA CRIANÇAs

Reunimos alguns benefícios dos puzzles para crianças que deve mesmo conhecer.

O desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais.

Habitualmente, em qualquer sala do pré-escolar existem inúmeros puzzles para crianças. Uma das razões é que os puzzles estimulam os mais pequenos a trabalhar em cooperação com o objetivo de o completar, o que exige a comunicação entre eles.

O mesmo acontece em casa, onde a criança vai dando indicações do que está a fazer ou precisa para, em conjunto com os pais ou irmãos, conseguir encaixar todas as peças.

Ainda que possa ser uma atividade solitária, quando realizado em conjunto, leva à interação.

O psicólogo e jornalista Daniel Goleman que durante muitos anos escreveu sobre avanços nos estudos do cérebro e das ciências comportamentais, define habilidades emocionais como “… capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.”

Enquanto faz um puzzle, a criança aprende e desenvolve competências como por exemplo persistência, paciência e concentração, sempre que o tenta resolver, escolhendo e encaixando as peças corretamente. Quando conclui o “desafio”, há uma imediata recompensa dessa aprendizagem. Esta recompensa vai aumentar a sua independência e autoestima pela sensação de realização com o objetivo atingido.

Desenvolver as habilidades emocionais é algo fundamental para a vida, apontando para as chamadas soft skills, cada vez mais valorizadas no mundo do trabalho.

A motricidade fina é uma das grandes preocupações no desenvolvimento de qualquer criança.

Trata-se de desenvolver habilidades motoras que envolvem músculos pequenos, nomeadamente dos músculos dos dedos para que possam segurar e agarrar coisas, mesmo as mais pequenas. Os puzzles para criança promovem movimentos dos dedos que fortalecem os músculos ao agarrar as peças e colocá-las no lugar certo.

O resultado mais visível deste treino é a aprendizagem e desenvolvimento das habilidades de caligrafia.

A coordenação olho-mão pode definir-se como a habilidade que permite a realização de atividades nas quais se utilizam em simultâneo as mãos e os olhos.

Utilizamos os olhos para focar a atenção e as mãos para realizar a tarefa. A coordenação mão-olho é uma habilidade cognitiva, que guia os movimentos da mão de acordo com os estímulos visuais.

O desenvolvimento desta capacidade é especialmente importante para o desenvolvimento normal da criança e para a aprendizagem escolar.

Quando uma criança tenta encaixar, remover ou virar uma peça de um puzzle para encontrar o lugar certo da mesma, está a aprender e a desenvolver a coordenação mão-olho. Isto exige muita prática e os puzzles são uma maneira divertida de o conseguir.

No futuro, quase todas as atividades diárias requerem esta coordenação, por isso é importante estimulá-la e melhorá-la.

De um modo geral, a aprendizagem da fala ocorre nos dois primeiros anos de vida e desenvolve-se até aos 5, altura em que a criança já consegue expressar-se de uma forma mais clara e direta.

Os puzzles para criança ajudam a promover, desde muito cedo, o desenvolvimento da linguagem e o processo de aquisição do vocabulário.

Quando uma criança faz um puzzle e pede uma determinada peça, frequentemente descreve o que está à procura. Se o tema do puzzle é animais, números, formas, veículos ou cores, isso vai ajudar e incentivar à fala e à aplicação das palavras corretas que os identificam. Há mesmo fabricantes que colocam perguntas nas caixas sobre os respetivos puzzles, para colocar às crianças. O objetivo é esse mesmo, desenvolver o vocabulário e a fala.

O uso de puzzles pode ainda ajudar a detetar eventuais perturbações na linguagem, conduzindo precocemente à sua resolução em conjunto com um especialista.

Pode dizer-se que o chamado pensamento abstrato é a utilização de diferentes níveis de abstração para perceber os problemas e solucioná-los, passo a passo. Os puzzles para criança assumem, precisamente, este papel.

Os puzzles permitem que as crianças usem diferentes habilidades de raciocínio, abstração e imaginação. Assim, de maneiras diferentes, vão encontrar as peças e colocá-las no sitio certo. Vão também descobrir uma peça especifica que precisam a seguir, seja um canto, uma peça de cor vermelha ou uma peça com um determinado recorte.

O pensamento abstrato irá proporcionar à criança no futuro, uma maior capacidade de aprendizagem e de memorização, bem como melhoria dos processos de criatividade.

Os puzzles para crianças são jogos em que não é permitido o engano, visto que as peças encaixam ou não, não há alternativa possível. É assim em qualquer tipo de puzzle, mesmo nos mais simples.

Fazer um puzzle significa cumprir um objetivo. Para isso é necessário pensar, criar estratégias, falhar, voltar a tentar e finalmente alcançar o sucesso. Também na resolução de problemas do dia-a-dia, é esta a sequência.

Trata-se, pois, de uma prática que permite à criança solucionar problemas, capacidade importante para a vida.

Para cada etapa, há puzzles para criança mais adequados. Peças grandes ou pequenas, maior ou maior quantidade, em diferentes materiais e temas, com maior ou menor complexidade, são aspetos importantes a ter em conta.

PUZZLES PARA CRIANÇA E TECNOLOGIA

Com um acesso cada vez mais facilitado das crianças a tablet, computadores e telefones, é possível que as crianças elejam esses meios para as brincadeiras. Também é possível fazer puzzles digitais, mas por mais parecidos, estão longe de ser iguais a puzzles físicos.

Não significa que não possa usar-se a tecnologia na infância, ainda que pontualmente, quer para fazer puzzles, quer para colorir imagens ou outras atividades. Porém, não deve ser o primeiro recurso.

Uma das enormes diferenças entre o digital e o físico é o treino da motricidade fina, essencial para o desenvolvimento das habilidades de caligrafia, uma habilidade que é pouco desenvolvida quando a criança usa apenas um dedo para o encaixe das peças. Daí, ser fundamental usar a mão toda para pegar nas peças tridimensionais. A par disso, outras competências também se perdem como a interação social e a comunicação.