Miguel Pinto
Miguel Pinto
08 Out, 2020 - 14:51

7 séries clássicas que voltamos a ver… agora em DVD

Miguel Pinto

As séries clássicas da televisão mereceram uma cuidadosa revisão. Nem todas sobrevivem ao tempo, mas a nostalgia está sempre por lá.

Tom Sawyer é um das séries clássicas

Os Sopranos, Peaky Blinders, Twin Peaks, A Casa de Papel, Sete Palmos de Terra, House. Séries clássicas de televisão que toda a gente viu e que alimentam conversas, fóruns online e teorias de conspiração.

Mas a verdade é que as séries de televisão não nasceram com o streaming. Antes da internet, dos telemóveis e da televisão à la carte, muitos produtos do género fizeram as delícias de diferentes gerações, deixando para a posteridade frases, actores, actrizes e músicas.

Por isso, fizemos uma viagem ao passado com um grupo de séries clássicas que chegaram a Portugal numa altura em que havia apenas dois canais de televisão e era preciso esperar uma semana para se poder ver o episódio seguinte.

7 séries clássicas que passaram em portugal

Pegamos nos DVD e lá fomos dar uma vista de olhos em algumas das séries clássicas mais icónicas da televisão nacional.

Claro que haveria muitas outras a considerar. Dallas, Soldados da Fortuna, Dinastia, A Balada de Hill Street, enfim, um vasto número de séries que fizeram história.

Mas pegamos nas que tínhamos à mão, voltamos a ligar o DVD (ainda a funcionar) e fomos ver o que tanto nos encantou.

Em muitos casos onde era suposto haver choro, houve riso, onde era necessário estar acordado, houve roncos, mas a verdade é que no final a viagem valeu a pena.

As aventuras de Tom Sawyer

É, muito provavelmente, uma das séries de animação mais amadas de toda uma geração. As Aventuras de Tom Sawyer, segundo a imortal obra do norte-americano Mark Twain, tornou-se um sucesso absoluto e prendeu os petizes aos ecrãs de televisão.

Realizada por Hiroshi Saitô, a série segue as aventuras do endiabrado Tom Sawyer e da sua troupe, com o seu melhor amigo, Hucleberry Finn, à cabeça. Há ainda a dura, mas bondosa, Tia Polly, o atinado e queixinhas Sidney, a belíssima Becky (a paixão de Tom), o alcoólico Muff Potter e, claro está, o maléfico Índio Joe.

Apesar de ter já 40 anos e algo politicamente incorrecta (como a inclusão escravos negros, algo normal no Mississipi americano do século XIX), continua ver-se muito bem.

Os Três Dukes

Na América profunda, três primos (Bo, Luke e a sensual Daisy) ajudam o tio a contrabandear bebidas alcoólicas, sempre perseguidos pelo corrupto xerife local, a soldo do homem forte do Condado de Hazzard, Boss Hogg.

Chegou a ser uma das séries mais vistas nos Estados Unidos da América e apesar de datada, ainda se aguenta bem em alguns momentos. Bem mais do que o desastroso filme recentemente feito. É a imagem de uma América que ainda vai subsistindo nos meios mais rurais, mas que não tem tanta piada ou inocência.

Para a história ficou o General Lee, um carro à prova de destruição que os primos Bo e Luke guiavam com grande mestria. Era um Dodge Charger e é hoje uma viatura de colecção.

Duarte & Companhia

Claro que não podia faltar uma das mais célebres séries clássicas portugueses, a incrível Duarte & Companhia.

Da autoria de Rogério Ceitil, o mesmo que anos antes tinha realizado Zé Gato, era a hilariante história de uma agência de detectives à portuguesa, onde Duarte, um investigador algo inepto, tinha a companhia de Tó, sempre mais ocupado a ler A Bola, e a secretária Joaninha, que moía de pancada quem a ela se insinuava.

Depois havia os maus da fita, Lúcifer e Átila, acompanhados por uma série de capangas, como o formidável Rocha ou o asiático que passava a vida a reclamar “eu não sele chinês, eu sele japonês”.

Ainda arranca algumas gargalhadas, quanto mais não seja pelo inusitado das situações em que Duarte & Companhia se envolvem ou pela nostalgia própria de uma série que fez história antes da ditadura das audiências.

MacGyver

Era um perigo com um clip, um rolo de fita-cola e uma carteira de fósforos por perto.

Esta série narra as aventuras de Angus “Mac” MacGyver, que resolve os mais intrincados problemas graças a uma insólita capacidade de fazer explodir meio mundo sem recorrer a granadas, bombas ou armas de fogo.

Utilizava apenas um canivete suíço e os mais inesperados artefactos para se livrar de situações mais ou menos perigosas, sempre ao serviço de uma estranha fundação que nunca se percebeu muito bem para o que servia.

MacGyver foi uma série de colou os portugueses ao ecrã e até mereceu um elogio do então primeiro-ministro, Cavaco Silva, assumido fã da personagem interpretado por Richard Dean Anderson.

Em 2016, surgiu um remake da série, mas já sem o encanto do original, que ainda se vê com agrado. O episódio em que MacGyver trava uma fuga de ácido com um chocolate é absolutamente inesquecível.

O Justiceiro

O Tesla que anda sozinho ou qualquer outro carro que quase fala com o condutor são brincadeiras de meninos.

O Kitt foi o primeiro carro a falar pelos cotovelos, a andar sozinho e a ter consciência de que era conduzido por alguém bem mais perigoso que a máquina propriamente dita. É uma das mais famosas séries clássicas.

O Justiceiro, com o inesquecível David Hasselhoff, dominou o panorama televisivo nacional e internacional durante parte significativa dos anos 80 do século passado.

Também trabalhava para um fundação, e tal como em MacGyver não se percebia para o que servia, e corria os Estados Unidos da América a levar justiça aos oprimidos pelos poderosos, guiando um carro de inteligência superior e com voz de barítono.

Vimos três episódios em DVD e rapidamente percebemos porque Hasselhoff saiu da série para se dedicar a Marés Vivas. Sobrevive o tema de abertura, que fica excelente como toque de telemóvel.

Dempsey e Makepeace

Na esteira de Modelo e Detective (com Bruce Willis e Cybill Sheperd), os ingleses decidiram também investir numa série policial, assente na tensão sexual evidente entre o par de protagonistas.

Nascia assim Dempsey e Makepeace, a improvável história de um polícia americano que depois de descobrir um esquema de corrupção na polícia de Nova Iorque é obrigado a exilar-se em Londres. Aí, começa a trabalhar na polícia britânica, ao lado de Harriet Makepeace uma aristocrata inglesa que acaba por se tornar sargento da autoridade.

À solta pela capital inglesa, dão caça a uma série de bandidos de fino recorte britânico, enquanto tentam esconder a irresistível atração que sentem um pelo outro. A série, por razões desconhecidas, só teve três curtas temporadas e continua a ver-se muito bem.

Só a título de curiosidade, os actores principais (Michael Brandon e a loiríssima Glynis Barber) apaixonaram-se de verdade durante as filmagens e ainda hoje são casados e felizes. Tal como nas séries clássicas.

Norte e Sul

A série que retrata a guerra civil norte-americana é, talvez, o pontapé de saída das grandes produções televisivas modernas.

Centenas de figurantes, um guarda-roupa imenso, toda uma recriação histórica de grande fôlego. É a história de dois amigos que acabam por ver as famílias em campos opostos da guerra civil, com a série a refletir todas as transformações que vão ocorrendo na sociedade americana durante o conflito que acabou (pelo menos como letra de lei) com a escravatura nos Estados Unidos da América.

Norte e Sul era protagonizada pelo já desaparecido Patrick Swayze e por James Read, contando alinda com um elenco de participações especiais absolutamente incrível. Nomes como Kirstie Alley, Lesley-Anne Down, John Stockwell, Johnny Cash, Robert Mitchum, Elizabeth Taylor, Forest Whitaker ou David Carradine passaram pelo plateau de uma série inesquecível.

Atenção que não tem nada a ver com a série do mesmo nome que BBC produziu em 2004.

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