Inês Silva
Inês Silva
06 Fev, 2020 - 08:00

Toyotismo: o que é e quais as vantagens e desvantagens deste modelo

Inês Silva

O toyotismo é um sistema de produção industrial que se carateriza pela flexibilização na produção. Continue a ler para saber mais.

Toyotismo

O Toyotismo é um modelo de produção industrial que foi idealizado por Eiji Toyoda, difundido pelo mundo a partir da década de 1970 após a sua aplicação pela Toyota, daí o seu nome, empresa japonesa que se tornou numa das maiores empresas do mundo no fabrico de veículos automóveis.

A característica principal deste modelo é a flexibilização da produção, ou seja, dita a adequação dos stocks à procura. Assim, quando a procura por um determinado produto é grande, a produção aumenta, mas quando a procura é menor, a produção diminui proporcionalmente.

Toyotismo: o que é e como surgiu

fábrica

O Toyotismo surgiu no Japão, tendo em conta as condições geográficas do país e as transformações históricas relacionadas com o fim da Segunda Guerra Mundial. Além da dificuldade em importar matéria-prima, o mercado consumidor japonês era mais reduzido do que o mercado das potências ocidentais e, desta forma, não era possível ao país adaptar o modelo fordista de produção em massa.

Eiji Toyoda, ainda na década de 1950, visitou algumas fábricas norte-americanas para conhecer os respetivos processos de produção e não tardou a perceber que o Japão, vivendo um complicado período pós-guerra, não se conseguiria adaptar àquele modelo industrial. Foi por esta altura que começou a idealizar um sistema no qual a produção ocorresse de uma forma mais flexível.

O principal objetivo do Toyotismo foi contribuir para a recuperação da indústria japonesa, que se via amplamente prejudicada no período pós-guerra e precisava, com urgência, produzir mercadorias com o menor custo possível.

Os princípios de gestão deste modelo são:

  • Kaizen: melhoria contínua dos processos de negócios para que se tornassem ininterruptos;
  • Genchi Genbutsu: “localização real, coisa real” e é um princípio-chave do sistema de produção Toyota. Este princípio é, às vezes, também chamado de “vá e veja”, sugerindo que para entender verdadeiramente uma situação, é necessário observar o que acontece no local onde o trabalho é realizado.

Para este sistema existir, era também necessário um avançado sistema tecnológico nos meios de transporte e comunicação porque a rapidez na deslocação e fluxo de mercadorias era uma das bases essenciais para que a produção flexibilizada fosse direcionada para o mercado de consumo sem atrasos.

Uma das técnicas mais utilizadas por este modelo industrial foi o just in time (em cima da hora, numa tradução livre) que funciona na combinação entre os sistemas de fornecimento de matérias-primas, produção e venda.

Assim, apenas a matéria-prima necessária para produção de uma quantidade pré-determinada de mercadorias é utilizada, devendo ser fabricada num prazo já estabelecido que é, normalmente, muito curto.

Esta técnica permitiu que as fábricas economizassem dinheiro e espaço no armazenamento de matérias-primas e mercadorias, além de agilizar a produção e a circulação.

Este sistema, por outro lado, representa também a diminuição da oferta de emprego. O processo de trabalho também se flexibiliza e, ao longo do processo de produção, um mesmo trabalhador realiza diversas funções.

Toyotismo: vantagens e desvantagens

Naturalmente, todas as empresas do setor industrial têm o seu modelo de produção que se traduz num conjunto de técnicas utilizadas com o objetivo de otimizar as operações nas linhas de montagem.

Serão, assim, estratégias que garantem a sincronização dos níveis de produtividade e de lucro.

Vantagens

Flexibilidade na produção

Permite ganhos, ou poupança, às empresas por apenas fabricarem e armazenar o necessário para colocar no mercado consumidor. A técnica do just in time, um sistema de cronometragem, contribui bastante para este aspeto.

Automatização

Este modelo não só trouxe o processo de produção flexível como também inseriu a automatização através da utilização de máquinas verdadeiramente modernas.

Mão-de-obra qualificada

A automatização contribuiu para a redução de custos, principalmente no que diz respeito à mão-de-obra. No entanto, os colaboradores são mais qualificados, realizando suas atividades em equipas de trabalho.

Esta maior qualificação dos profissionais contribuiu para a implementação de processos de inspeção de qualidade ao longo do processo de produção.

Desvantagens

Falta de matéria-prima

Se a empresa depender da importação de matéria-prima e se acontecer algum percalço, não terá material em stock para continuar a produzir.

Falha de stocks

Se não conseguir fabricar ou calcular mal a procura de determinado produto, a empresa não terá stock suficiente para satisfazer as necessidades do mercado consumidor.

Extinção de postos de trabalho

Ao automatizar os processos de produção aumenta-se a produtividade, mas diminui-se a necessidade de mão-de-obra. Ou seja, gera-se assim um alto índice de desemprego através da diminuição ou extinção de postos de trabalho.

Veja também