Olga Teixeira
Olga Teixeira
28 Dez, 2022 - 11:40

Aumento de preços em 2023: o que sobe com o novo ano?

Olga Teixeira

Novo ano é, quase sempre, sinal de aumento de preços. Porém, num contento de pressão inflacionista, como vão ficar os preços em 2023? Saiba o que fica mais caro.

Aumento de preços em 2022

O aumento de preços quando chega o novo ano é quase tão certo como as 12 badaladas. E depois de um ano com a inflação em alta, as previsões não são famosas para o bolso da maioria dos portugueses. É altura de fazer contas e perceber quais as despesas que sobem em 2023.

AUMENTO DE PREÇOS: PRODUTOS E SERVIÇOS QUE FICAM MAIS CAROS

Rendas

Em 2021, as rendas estiveram congeladas. Em 2022, o coeficiente de atualização dos diversos tipos de rendas (urbano e rural), que determina a subida das rendas, foi de 1,0043.  O aumento foi, assim, de 0,43%, ou seja, 0,43€ em cada 100 euros.

Em 2023, as rendas vão sofrer o maior aumento dos últimos nove anos. De acordo com o estipulado pelo Governo na lei n.º 19/2022 , o coeficiente de atualização das rendas será de 1,02, o que significa um aumento de 2%, sem prejuízo de estipulação diferente entre as partes.

Eletricidade

As despesas mensais também sobem em 2023 e um desses aumentos de preços diz respeito à eletricidade.

Quem está no mercado regulado vai pagar em janeiro mais 1,6% do que em dezembro de 2022. Em termos de variação média anual, a ERSE estima que a subida ascenderá a 3,3% face à média de 2022.

No mercado liberalizado, em que as tarifas são definidas pelos comercializadores, o aumento de preços em alguns casos vai ser significativo. É o caso da EDP Comercial, que já anunciou um aumento de 3% na fatura dos clientes residenciais. A Galp, por sua vez, prevê baixar o valor global da fatura em cerca de 11%. Já a Endesa vai manter os preços.

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Telecomunicações

No caso das telecomunicações, a existência de aumentos de preços depende da operadora. A Altice Portugal, dona da MEO já assumiu a atualização de valores a partir de fevereiro de 2023, altura em que se conhecerá o Índice de Preços no Consumidor (IPC).

As restantes operadoras ainda não anunciaram a sua posição.

Gás

A fatura do gás natural no mercado regulado vai aumentar cerca de 3%. A ERSE já anunciou que o preço da tarifa de energia do mercado regulado vai ser atualizado em mais dois euros por MWh, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2023.

No mercado liberalizado, a Galp já garantiu que não vai mexer nos preços nos primeiros três meses de 2023.

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Pão

O preço do pão vai voltar a subir em 2023. O aumento deve-se ao aumento dos custos das matérias-primas e da energia, mas também à atualização do salário mínimo nacional.

Portagens

É mais um aumento de preços devido à inflação. A 1 de janeiro entram em vigor novos preços nas portagens, que refletem a maior subida dos últimos anos.

Recorde-se que, em 2022, os portugueses já tiveram de suportar o maior incremento no custo das portagens dos últimos anos, na ordem dos 1,57%. Mas em 2023, o aumento vai bater todos os recordes: aumentos de 4,9%.

Transportes

Se vive nas áreas metropolitanas do Porto ou de Lisboa continuará a pagar o mesmo valor pelo passe mensal, mas os bilhetes ocasionais sobem. A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) já anunciou uma atualização de preços de 6,11%. Recorde-se que, em 2022, o aumento foi só de 0,57%.

AUMENTOS QUE DÃO DINHEIRO

Mas nem todos os aumentos são relativos a preços, pelo que nem sempre significam menos dinheiro no bolso. Há mesmo alguns que são bem-vindos, já que representam um incremento de rendimento.

Salário mínimo

É o caso do salário mínimo, que passa de 705 euros em 2022 para 760 euros em 2023. Este valor serve como indicador para outros preços, pelo que há várias coisas que sobem sempre que a retribuição mínima mensal garantida é aumentada.

É o que acontece, por exemplo, do teto máximo para a compensação por despedimento coletivo ou o limite máximo do Fundo de Garantia Salarial.

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IAS

O valor do IAS (Indexante dos Apoios Sociais), que estava desde 2020 nos 438,81 euros subiu, em 2022, para os 443,20 euros. Em 2023, passará para 480,43 euros. Este indexante serve de referência para prestações como o RSI e o subsídio social de desemprego, mas também para o valor mínimo do subsídio de doença e isenção de taxas moderadoras.

O valor do salário mínimo determina também a percentagem do vencimento que pode ser objeto de penhora ou o valor mínimo da propina no ensino superior.

Limite mínimo do subsídio de desemprego

O limite mínimo do subsídio de desemprego sobe igualmente em 2023, passando para os  550 euros. Este limite, que até agora era uma medida excecional, passa a corresponder, de forma permanente, a 1,15 x IAS.

Reformas sobem

Depois do complemento excecional pago em outubro, os pensionistas vão ter, em 2023, aumentos entre os 3,53% e os 4,43%, dependendo do valor da pensão.

Assim, de acordo com o relatório que acompanha o Orçamento do Estado, os aumentos em 2023 serão:

  • Pensões até 2x IAS: 4,43%;
  • De 2x IAS até 6xIAS: 4,07%;
  • Mais de 6x IAS: 3,53%.

Salários da Função Pública

Todos os funcionários públicos que ganhem até 2.612,04 euros vão ter um aumento mínimo de 52,11 euros. A partir deste valor, aplica-se o valor de atualização salarial de 2%.

Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em dezembro de 2022.

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