Sete Vales Suspensos: a caminhada mais espetacular do Algarve

É uma outra forma de conhecer a região mais turística do país. O trilho dos Sete Vales Suspensos já foi distinguido com o prémio de ‘Melhor Destino para Caminhadas na Europa’ e faz jus a todos os reconhecimentos. São cerca de cinco quilómetros e meio por um Algarve desconhecido.

Situado na freguesia de Lagoa o percurso dos Sete Vales Suspensos é uma ode à natureza marítima.

São 5,7 quilómetros (ida) no topo das típicas arribas algarvias com a vista a perder-se na infinidade do mar. Este é um percurso linear, sob as arribas, apenas interrompido por linhas de água que desembocam acima do nível do mar, dando origem aos ditos vales suspensos. 

Se é um caminheiro inexperiente não se assuste, o percurso está muito bem assinalado e, apesar de ser de dificuldade média, conseguirá fazê-lo tranquilamente em cerca de três horas (ir e vir, num total de cerca de 12 quilómetros). 

Sete vales suspensos até Benagil 

O ponto de partida dos Sete Vale Suspensos é a Praia da Marinha, começando assim a caminhada.

Neste primeiro trecho (que finaliza na praia de Benagil) vai ver-se rodeado de matos de zimbros e vai encontrar os dois primeiros vales suspensos. Conte ainda com o inicio do Pinhal de Pinheiro-de-Alepo que acompanha todo o percurso. 

Ao chegar à Praia de Benagil chega ao ponto mais baixo do percurso e a uma das praias mais especiais do Algarve. Benagil está associada a uma forte tradição piscatória e a sua costa é toda recortada por grutas, muito sugestivas de passeios de barco – como o magnífico algar de Benagil, com acesso a verdadeiras praias paradisíacas e desertas.

Aliás, esta é a primeira tentação a retirá-lo do caminho dos sete vales suspensos, mas merece bem a pausa. 

Da Praia do Carvalho ao Leixão do Ladrão 

A Praia do Carvalho é mais ou menos a meio do percurso. Um pequeno areal antecedido por uma barranca onde pode avistar a palmeira-anã, a única palmeira nativa da Europa, ou a toutinegra-de-cabeça-preta, uma pequena ave típica desta região. 

O Leixão do Ladrão é uma formação rochosa que irá encontrar logo a seguir à praia do Carvalho. Reza a lenda que aqui chorou, pelo seu amante, uma princesa moura e as suas lágrimas formaram o rendilhado da rocha. Esta é uma zona particularmente bonita do percurso, aproveite para relaxar e tirar boas fotografias. 

Cabo Carvoeiro e o Farol de Alfanzina 

Até chegar ao próximo ponto, o Farol de Alfanzina, vai passar por mais dois pontos magníficos: a praia do Carvoeiro, o Floating Boat (uma gruta natural incrível que deve visitar) e a Gruta do Paraíso.

Estes dois últimos pontos merecem mesmo ser visitados. Mais um daqueles desvios que vão fazer o seu trilho dos sete vales suspensos ter uma duração mais longa do que o previsto. 

E assim chegará ao Farol de Alfanzina. Este farol tem 23 metros de altura e foi inaugurado em 1920. Está aberto ao público para visitas guiadas e as vistas são, claro está, deslumbrantes. 

A partir daqui vai entrar na reta final do percurso dos Sete Vales Suspensos rumo à Praia Vale de Centeanes, o ponto mais alto de todo o caminho (cerca de 45 metros). É altura para se sentar nos pequenos bancos de madeira e usufruir do merecido descanso. 

Se se aventurar neste percurso saiba que vai estar num dos lugares mais especiais da costa portuguesa, por isso não se esqueça da máquina fotográfica, mas também de respeitar a mãe natureza. 

Seja um experiente e destemido caminheiro, ou apenas um ‘passeador’, saiba que os Sete Vales Suspensos são uma aventura que merece ser experienciada.

Para além das vistas desafogadas durante todo o percurso, encontrará ainda vários pontos para a observação de aves. Um outro Algarve à sua espera, para usufruir com muita tranquilidade.