Share the post "Tumores na cabeça e pescoço: sinais de alerta e fatores de risco"
Saber fazer o autorrastreio (palpação) de tumores na cabeça e pescoço pode garantir a sua deteção em tempo útil. Por isso mesmo, e porque no que diz respeito à nossa saúde não nos devemos desleixar, não deixe para amanhã o que pode fazer já hoje.
Sabia que o cancro de cabeça e pescoço é o 7.º cancro mais frequente? É extremamente importante estarmos atentos ao nosso corpo e às alterações que se vão dando nele, sem esquecermos estas duas zonas.
Caracteriza-se por atingir zonas do corpo que estão responsáveis por funções essenciais no nosso dia-a-dia como engolir, respirar e falar.
No entanto, muitas vezes por não sabermos ou porque não damos especial atenção à nossa saúde, deixamos passar pequenos problemas que podem resultar em problemas maiores e graves. Saiba tudo sobre o assunto e proteja-se!
O que são os tumores na cabeça e pescoço?
Provavelmente já ouviu falar em tumores na cabeça e pescoço – ou nos media, ou na internet ou até em conversa com os colegas ou o médico. A verdade é que apesar de nem sempre os tumores serem malignos, a verdade é que é necessário estarmos atentos para que se identifiquem atempadamente.
O cancro de cabeça e pescoço é um termo utilizado pelos médicos para agrupar um conjunto de outros cancros que estão presentes na zona da cabeça e do pescoço. Falamos, portanto, de:
- Cancro da cavidade oral;
- Cancro da hipofaringe;
- Cancro da laringe;
- Cancro da orofaringe;
- Metástases cervicais de primário oculto;
- Cancro nasofaringe;
- Cancro das glândulas salivares;
- Cancro da pele da face, pescoço e couro cabeludo;
- Cancro das fossas nasais e seios perinasais.
Embora mais de 90% destes tumores ocorrerem em pessoas acima dos 40 anos, a sua incidência está a aumentar na população mais jovem e infelizmente, muitos são diagnosticados tarde – o que acaba por comprometer bastante o seu prognóstico.
Assim, é crucial que se faça um diagnóstico precoce, quer através do autorrastreio, quer realizando visitas periódicas ao médico otorrinolaringologista – cujo papel no diagnóstico destes tumores numa fase inicial é fundamental.
Para além disto, estas visitas ao médico permitem ainda que se identifiquem atempadamente também as lesões pré-malignas com o objetivo de fazer um tratamento eficaz.
Os principais sintomas e sinais de alerta
Tal como qualquer outro problema de saúde, também os tumores na cabeça e no pescoço nos dão alguns sintomas e sinais para os quais devemos estar alerta.
No entanto, é importante referir que ter um ou mais destes sintomas não significa que tenha cancro na cabeça e pescoço. O objetivo é estarmos atentos e visitarmos o médico com frequência quando os sintomas se intensificam ou na suspeita de algo.
Assim, podemos distinguir os seguintes sintomas e sinais:
- Alterações da voz – rouquidão;
- Tumefação (caroço no pescoço);
- Aparecimento de sangue na boca ou até na saliva;
- Dificuldade ou dor persistente ao engolir;
- Alterações na pele da face ou do pescoço;
- Dor num dos ouvidos persistente, sem que exista doença no local;
- Feridas na boca que não cicatrizem;
- Aparecimento de manchas brancas ou vermelhas que persistam;
- Ferida maxilar ou tumefação que cause desconforto da prótese dentária;
- Hemorragias nasais e frequentes;
- Infeção crónica dos seios perinasais que não responde ao antibiótico;
- Dores de cabeça persistentes;
- Paralisia de músculos da face;
- Aumento do volume das glândulas salivares.
Atenção aos 7 fatores de risco
No nosso país, são diagnosticados por ano cerca de 2 mil novos casos de tumores da cavidade oral, da faringe e da laringe. Sendo estes os cancros da cabeça e pescoço mais frequentes, são também os que causam anualmente, mais de 800 mortes em Portugal.
Para que consigamos estar devidamente informados, é necessário sabermos quais são os fatores de risco para os podermos evitar.
Álcool
Todas as pessoas que bebem de forma excessiva bebidas alcoólicas têm uma probabilidade maior de vir a desenvolver um tumor da cavidade oral ou da faringe. Além disto, saiba que o risco aumenta ainda mais se estas para além de ingerirem bebidas alcoólicas, também fumarem.
Tabaco
O tabaco é um dos fatores de risco mais comuns nas mais diversas doenças. Neste caso, um fumador tem maiores probabilidades de desenvolver um tumor na cabeça e pescoço.
Isto acontece porque o tabaco está diretamente associado ao aparecimento de tumores na faringe, cavidade oral, nariz, laringe e seios perinasais.
Má higiene oral
Uma má higiene oral também está associada ao aparecimento deste tipo de tumores. Por isso o ideal é consultar regularmente o seu dentista, especialmente se for fumador ou beber álcool em excesso.
Relembramos que um fumador já tem, por norma, a cavidade oral um pouco inflamada devido ao tabaco em si. Assim, é necessário ter um cuidado especial com a higiene oral e se possível, deixar mesmo de fumar.
Infeção pelo papiloma vírus (HPV)
Isto não acontece com todas as estirpes do HPV. Contudo, algumas delas podem mesmo infetar a boca e a garganta fazendo com que a sua presença possa estar associada ao surgimento de tumores nestas zonas.
Alimentação desequilibrada
Uma dieta que seja pobre em frutas e vegetais está frequentemente associada a um aumento do risco de desenvolver tumores na faringe e na cavidade oral. Por isso o ideal é mesmo optar por fazer uma alimentação saudável e equilibrada, mantendo a presença dos vegetais e das frutas diariamente.
Constante exposição a produtos industriais
Se trabalha com madeiras, níquel ou outro tipo de materiais pesados diariamente, saiba que estes também estão associados a uma maior incidência de tumores na cabeça e pescoço.
Além disto, qualquer tipo de radiações pode também contribuir para o aparecimento de tumores ao longo dos anos.
Exposição solar em demasia
Como sabemos, há determinados cuidados que devemos ter com a exposição solar. Desde a utilização de protetor solar, guarda-sol, chapéu ou até com horas em que apanhamos sol direto – as preocupações são várias.
A verdade é que a exposição solar em excesso pode originar tumores normalmente na pele e nos lábios (as zonas mais expostas).
Como podemos prevenir?
A prevenção começa, por exemplo, em deixar de fumar (no caso de ser fumador), diminuir o consumo de álcool e claro, evitar ser afetado pelo Papiloma vírus Humano (HPV).
Apesar disto, a verdade é que nem todas as pessoas diagnosticadas com tumores na cabeça e pescoço têm uma causa associada ou um fator de risco. Há casos em que a razão do aparecimento é ainda desconhecida.
O ideal é manter uma vida desacelerada, prezar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, fazer uma alimentação saudável, praticar uma atividade física e diminuir todos os fatores de risco possíveis.
Em caso de dúvida, o melhor a fazer é contactar sempre o seu médico e fazer check-ups quer no otorrino como no dentista – não se esqueça que a higiene oral é de extrema importância.